Início Geral Casa e Imóveis Charme do passado: a arte de garimpar peças para o décor

Charme do passado: a arte de garimpar peças para o décor

0
Charme do passado: a arte de garimpar peças para o décor
Decorar com peças únicas e autênticas entrega uma alma especial aos espaços e, nessa sala de estar, o destaque se direciona para a escultura de bronze patinado, de Sonia Ebling, e ao fundo, a tela de Tikashi Fukushima atrai olhares curiosos | Projeto do escritório Korman Arquitetos | Foto: Gui Morelli

Valorizar peças antigas e artesanais contribui diretamente na conservação de tradições e histórias diversas. Em virtude disso, o escritório Korman Arquitetos orienta sobre como escolher os objetos para compor ambientes encantadores

Charme do passado: a arte de garimpar peças para o décor
Decorar com peças únicas e autênticas entrega uma alma especial aos espaços e, nessa sala de estar, o destaque se direciona para a escultura de bronze patinado, de Sonia Ebling, e ao fundo, a tela de Tikashi Fukushima atrai olhares curiosos | Projeto do escritório Korman Arquitetos | Foto: Gui Morelli

Na busca por aperfeiçoar composições e fugir do risco de criar espaços genéricos, padronizados e sem personalidade – muito em função das tendências mainstream de produtos fabricados em massa, por vezes se faz necessário buscar, com mais profundidade, objetos decorativos com significado e conexão emocional. Assim, a arquitetura de interiores ressalta a sua capacidade de resgatar as essências de charme e autenticidade do passado: a leitura vintage composta por peças cuidadosamente selecionadas e inseridas aos ambientes. Mas como encontrar as certas?

Garimpar é uma experiência que envolve fatores como a história da peça, o estado de conservação, os cuidados e o conceito de aplicação no ambiente em que será inserida, além dos benefícios que o reaproveitamento da arte ou peça vintage significa, pois é uma forma sustentável de lidar com o consumo e descarte excessivos. Também considero excelente para expressar  individualidade e conectar com alguma memória afetiva do morador”, destacam as arquitetas Ieda e Carina Korman, à frente do escritório Korman Arquitetos.

Formas de garantir boas peças

Primeiramente, as arquitetas sugerem vislumbrar o item desejado por meio de pesquisas prévias sobre as características, marcas e fabricantes – essa ficha técnica simplifica a busca e a colocação no ambiente, desde a questão de atravessar portas até o local definitivo que o item ocupará.

Feito isso, é chegada a hora de procurar e os principais locais englobam brechós, feiras de antiguidades, mercados de pulgas, lojas de móveis usados, leilões e até mesmo lojas online especializadas em itens vintage.

Charme do passado: a arte de garimpar peças para o décor
A conexão emocional proporcionada pela decoração afetiva é fundamental para estabelecer um vínculo profundo entre o morador e sua casa. Nesse ambiente integrado, que combina sala de TV e living, o piano antigo ganha destaque representando uma herança de família valorizada no projeto | Projeto do escritório Korman Arquitetos | Foto: Gui Morelli

Nessa busca, também é importante observar a qualidade, pois embora as peças antigas, comumente, eram produzidas com materiais nobres, a utilização no passado pode implicar em danos estruturais significativos. “Devemos nos envolver com os mínimos detalhes, acabamentos artesanais e ao estilo distintivo”, diz Ieda.

No caso de móvel, objeto quebradiço ou estofado que valha a pena restauração, a dupla de arquitetas indica recorrer a um profissional especializado, uma vez que dispõe do conhecimento necessário para a realização de reparos e a preservação da autenticidade das peças.

Contraste e equilíbrio

A genuinidade e a narrativa única do vintage propiciam uma grande facilidade na criação de pontos de destaque em um ambiente, porém elas alertam que o segredo está na combinação entre contraste e equilíbrio. “Em excesso, as peças antigas entregam a percepção de obsoleto e ultrapassado. Esse erro é evitado por meio da mescla com outros estilos, seja o industrial, boho ou moderno, tornando o décor de interiores encantador”, explica Carina.

Para eternizar a memória afetiva, a sanfona de um antepassado foi posta exposta como um quadro na parede de tijolinhos aparentes que integra o projeto de um loft | Projeto do escritório Korman Arquitetos | Foto: Eduardo Pozella

Além disso, as peças vintage possuem um apelo estético singular e, quando herdadas, tornam-se ainda mais especiais em função do valor sentimental atribuído. No entanto, Ieda enfatiza que a paleta de cores é o elo. “Para o equilíbrio visual entre o vintage e o estilo escolhido, é muito importante conciliar as tonalidades, texturas e proporções”.

Mas o vintage não está apenas focado na história ou lembranças: o design também agrega sua contribuição por meio das linhas curvas, formas orgânicas, pés palito, detalhes entalhados e estofados com tecidos texturizados. Esses traços expressam uma contribuição à preservação do patrimônio cultural ao valorizar peças com importância histórica e cultural. “Sobretudo a expressão pessoal, pois como arte, elas conseguem revelar o íntimo da pessoa”, avalia Ieda.

No cantinho próximo à escada do apto, o carrinho herdado da avó, e desenhado pelo designer Jean Gillon, ganhou uma nova função: virou o bar da casa | Projeto do escritório Korman Arquitetos | Foto: JPImage

Dentre os itens mais procurados no mercado, segundo as arquitetas, estão lustres e rádios antigos, máquinas de escrever, geladeiras retrôs, vinis, espelhos com molduras ornamentadas, objetos de colecionador, cadeiras e sofás com designs característicos de décadas passadas.

A decoração autêntica, com peças estimadas pelos moradores, transforma espaços comuns em verdadeiros refúgios de personalidade e com um ar eclético | Projeto da Korman Arquitetos | Foto: Divulgação e Gui Morelli

Retrô x vintage

Móveis retrôs também valorizam a conexão com o passado | Projetos do escritório Korman Arquitetos | Foto – esquerda para direita: (1) (2): Gui Morelli | Foto (3): Julia Novoa

Outra alternativa charmosa e nostálgica é apostar no retrô, que são novas, mas fazem uma releitura com épocas de outrora. Carina afirma que são ótimas adições quando bem combinadas com elementos modernos e a aplicação no décor se assemelha bastante com o vintage.

Apesar da diferença notória, os dois estilos trazem aquela sensação de época e um significado especial. O design retrô, assim como o vintage, precisa ser pautado pelo contraste e equilíbrio dos elementos no ambiente e, para quem se preocupa em conquistar espaços únicos, as peças costumam ser autênticas ou limitadas, entregando ainda mais no lar”, completa.

Korman Arquitetos

Rua Groenlândia, 1877, Jardim América, São Paulo

Tel.: (11) 3060-8313

www.kormanarquitetos.com.br 

@kormanarquitetos

SEM COMENTÁRIOS

Sair da versão mobile