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Inclusão em hospitais: enfermeira aprende Libras para se comunicar com familiar de paciente e farmacêutico adapta campainha com efeitos visuais

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Enfermeira Débora aprendeu Língua Brasileira de Sinais em chamada de vídeo para repassar estado de saúde de paciente Créditos: Divulgação

Profissionais da saúde tornam-se agentes de acolhimento de pessoas com deficiência e abraçam diferenças entre colegas de trabalho, pacientes e familiares

Imagine estar com um familiar na UTI e não conseguir se comunicar com os profissionais de saúde para saber se tudo ficará bem? Situações como essa podem ser comuns para pessoas como Fabrício Roberto Domingues, de 43 anos, que faz parte dos mais de 9,7 milhões de brasileiros com deficiência auditiva, conforme dados do IBGE. No entanto, uma simples atitude mostrou que era possível se sentir incluído durante a internação de sua mãe, quando o sentimento de preocupação deu lugar ao de pertencimento dentro do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR). “Fui surpreendido por uma enfermeira que não apenas sabia dizer oi e bom dia em Libras, como também me informava diariamente, de forma clara, objetiva e afetuosa, sobre as condições de saúde da minha mãe. Ali fiquei aliviado por poder entender tudo o que estava acontecendo”, lembra, emocionado.

A enfermeira era Débora Gonçalves Moçato, que aprendeu a Língua Brasileira de Sinais (Libras) apenas para se comunicar com Fabrício. “Logo que ele chegou ao hospital, percebi a necessidade de encontrarmos uma forma de incluí-lo nos cuidados e nas informações sobre o estado de saúde de sua mãe. Não pensei muito e fiz uma chamada de vídeo com uma amiga que me ensinou o suficiente para nossa primeira conversa”, conta. “A reação de Fabrício foi impagável, com um sorriso de orelha a orelha, e uma amizade que se firmou ao longo dos dias. No final, ficou a certeza de que um pequeno gesto pode fazer toda a diferença na vida de alguém”, complementa a enfermeira do Hospital São Marcelino Champagnat.

Hora da diversidade

Para superar os desafios que ainda impedem a inclusão, empresas têm investido em troca de experiências e trilhas de aprendizagem. É o que acontece no Grupo Marista, que expandiu o tema da diversidade para além do ambiente corporativo, alcançando as equipes assistenciais de hospitais que fazem parte da sua frente de saúde. E o programa já tem dado resultados significativos. “Foi só depois de sentir na pele, ao longo de trocas e conversas, que consegui reconhecer as reais necessidades de acessibilidade que fazem parte do dia a dia das pessoas com deficiência. Não só passei a compreender melhor, mas também encontrei maneiras de fazer a diferença na prática, contribuindo para a implementação de uma campainha no hospital que, além do som, agora tem uma sinalização visual para atender aos deficientes auditivos”, relata o coordenador da farmácia do Hospital Universitário Cajuru, Maikon Jorge Baceto.

Com base na ideia de que a deficiência é apenas uma parte da condição e identidade de uma pessoa, o programa de Diversidade e Inclusão do Grupo Marista está ganhando destaque ao fornecer informações e engajar colaboradores para serem agentes de transformação social. “Entre as ações, já organizamos grupos de escuta com representantes de cada pilar, eventos de liderança e treinamentos para os colaboradores”, explica a coordenadora de talentos e diversidade, Tania Isotton Mior Botemberger. “É um trabalho de formiguinha, mas que tem trazido benefícios para empresa, colaboradores, pacientes e sociedade como um todo, pois a diversidade permite pensar de forma inovadora, com pessoas diferentes e olhares diferentes”, acrescenta.

Pequenos passos para inclusão

Uma em cada sete pessoas no mundo tem algum tipo de deficiência física, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso quer dizer que aproximadamente 1 bilhão de pessoas têm como desafio encontrar meios que permitam a sua acessibilidade no dia a dia. No Brasil, quase 9% da população é composta por pessoas com deficiência, o equivalente a 18,6 milhões de brasileiros. Quando consideramos aqueles que declaram ter algum grau de dificuldade, esse número sobe para 45 milhões, segundo o censo do IBGE. Embora existam diversas leis sobre o direito à acessibilidade, na prática as pessoas com deficiência ainda esbarram em impedimentos de ter total autonomia, independência e capacidade eficaz de comunicação.

Para mudar esse cenário, instituições estão se adaptando e aprendendo a incluir corretamente pessoas com deficiência. Nos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, pequenos gestos têm gerado impacto social e transformado vidas de pessoas como Fabrício. “A inclusão é uma peça fundamental para me sentir seguro e inserido na sociedade em geral”, afirma ele. Para a enfermeira Débora, integrar pessoas com deficiência deveria ser natural e intrínseco. “Todos somos seres humanos vivendo no mesmo planeta e merecemos tratamento igualitário, sem distinção e preconceito”, encerra.

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