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Casa prática: dicas para facilitar o dia a dia e a manutenção do lar

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Nessa sala de estar, a arquiteta optou por tecidos mais escuros para a área do living. Dessa forma, os sofás e cadeiras demoram mais para aparentarem quaisquer desgastes ou sujidades | Foto: Carlos Piratininga

Experiente, a arquiteta Cristiane Schiavoni aborda dicas sobre como produzir um décor muito bem elaborado e, ao mesmo tempo, funcional para se viver

Nesta cozinha realizada pela arquiteta Cristiane Schiavoni, além da base de alvenaria executada antes da instalação dos móveis planejados, a pedra branca em composto de Quartzo foi escolhida pela profissional para trazer elegância à pia, mas principalmente facilidade aos moradores durante os cuidados diários. | Foto: Carlos Piratininga

Há diversos detalhes que devemos nos atentar na hora de construir ou reformar uma casa. Esse é um dos momentos mais importantes e nele, cada detalhe do dia a dia deve ser pensado com muito carinho. Onde serão guardados os materiais de limpeza? Como vão ser organizadas as roupas no guarda-roupa? São alguns dos questionamentos que parecem insignificantes, mas fazem total diferença na rotina dos moradores. Além disso, ainda existem detalhes que dizem respeito à praticidade, que quem não lembrou, gostaria de ter considerado. Por exemplo, alguns vãos que tornam a rotina de limpeza um pouco mais complicada. Na maioria das vezes, é difícil se lembrar de tudo, pois começar um projeto do zero requer muito planejamento e informações em mente. Por isso, a arquiteta Cristiane Schiavoni seleciona quais pontos devemos nos atentar para construir uma casa mais prática para a vida dos moradores.

1.     O layout e limpeza

O primeiro seria a distribuição equilibrada dos ambientes, principalmente, quando falamos em espaços pequenos. E pensando na marcenaria, que costuma ser o segredo para o aproveitamento dos espaços, quando são criados muitos moldes grandes fixos e o mobiliário está fixado na parede, fica mais difícil realizar essa limpeza – tanto nos vãos, como embaixo da peça. Por isso, segundo Cristiane, é tão importante pensar em uma estética bonita atrelada com a viabilização do processo de higienização da casa. “De repente, podemos tentar um criado com rodilhos, ao invés de uma marcenaria fixa com o objetivo de afastar e limpar, ou então escolher uma cama e um armário que não abram espaço para a poeira. Na arquitetura de interiores, são infinitas as possibilidades que poderão simplificar, e muito, a rotina de uma família”.

2.     Setorização

A organização é um dos pontos mais importantes. Onde serão guardados os materiais de limpeza? Como vão ser organizadas as roupas no guarda-roupa? Para um melhor resultado, é preciso pensar nisso tudo e muito mais antes mesmo de começar a planejar uma reforma ou construção. Uma dica elencada pela profissional é que os moradores comecem pensando em todos os itens pessoais que eles possuem.

Esse processo facilita nosso entendimento do volume daquilo que precisa ser guardado, bem como a forma como os clientes preferem”, esclarece. “Na lavanderia, ao decidir como será a acomodação dos itens, até mesmo a atividade da limpeza se torna mais tranquila. O fácil acesso a um aspirador de pó, por exemplo, vai fazer com que a sua retirada também seja mais acessível e, consequentemente, que você utilize esse eletrodoméstico com mais frequência. Por isso, pensar na distribuição e armazenamento, seja no dormitório, seja na cozinha ou na sala, faz com que a sua rotina de organização fique mais fácil” complementa.

Nesse projeto executado por Cristiane Schiavoni, para solucionar a questão do espaço e organização dos itens de limpeza, a arquiteta optou por uma lavanderia embutida e integrada na cozinha. A porta de vidro e os seus diversos nichos da marcenaria contribuem para um ambiente mais prático. Com cada item em seu lugar, fica mais fácil encontrá-los rapidamente. | Foto: Carlos Piratininga

3.     Decoração

É importante que os moradores tenham em mente o seu estilo de vida na hora de escolher os itens de decoração, entre outras peças avulsas da casa, já que a organização do espaço depende disso. A família pode ser composta por um casal que trabalha o dia todo e tem uma vida mais corrida, sem muito tempo ou apreço por uma rotina de manutenção. Assim como podemos nos referir a pessoas que têm mais disponibilidade para qualquer atividade que desejem e que, por característica pessoal, sejam mais propícios a ordenar suas rotinas e objetos pessoais.

“Eu tenho uma cliente que tem a maior paciência com as suas peças pequenas e, por isso, não se torna um fardo o fato dela ter um lustre de cristal composto por tantos apetrechos delicados. Mas para uma casa prática, eu não indicaria uma peça assim. Se a pessoa não tem esse perfil de cuidado, como essa senhora que faz da manutenção do lustre uma terapia, o décor deve ser lindo e prático”, conta.

4.     Recomendações de manutenção

Antes mesmo de decidir sobre os objetos ou até a mobília de um espaço, uma boa opção também é checar as recomendações de manutenção de cada um deles. Então, caso a busca seja por cotidiano simplificado nas atividades de cada, é preciso promover uma pesquisa antes. “Um exemplo é o piso de madeira. Quem não ama a sensação confortável do pisar descalço e o acolhimento que ele fornece? Mas há de se considerar que esse tipo de revestimento requer processos de limpeza que dão uma trabalhinho à mais, sem contar que, se a família tem um pet, definitivamente a escolha será um transtorno quando o xixi do doguinho no lugar errado começar a manchar o piso”, avalia a arquiteta.

Escolhendo os itens

Alguns detalhes no momento de decisão podem ser determinantes para definir como será a rotina de manutenção para os moradores daquela residência. A arquiteta Cristiane Schiavoni dá dicas de como escolher cada um deles:

– Piso: no caso dos pisos, é fundamental a atenção com questões como textura e cor. “Os antiderrapantes, que muitas vezes, são eleitos com o propósito de deixar o ambiente mais seguro, podem dificultar a limpeza. Pensando na usabilidade, cerâmica e porcelanato são imbatíveis, pois podemos lavar, que cá entre nós, é um hábito que os brasileiros não abrem mão”, orienta Cristiane.

Nessa varanda integrada com o living, Cristiane Schiavoni optou por um piso de porcelanato escuro, que também
pode ser lavado com água, a fim de garantir uma limpeza mais prática para o dia a dia | Foto: Carlos Piratininga

– Mobiliário: pensando na durabilidade das peças, algumas medidas se revelam bastante eficazes. Na cozinha, uma base de alvenaria antes do móvel promove a proteção no contato com a água e, no dormitório, evita as trombadas com a base da vassoura e do rodo. “É muito comum que as peças comecem a se deteriorar devido a esse contato com o piso e a rotina de faxina. Por isso, tudo o que pudermos evitar contribui para a longevidade do décor da casa”, revela a arquiteta.

Nessa cozinha, a arquiteta Cristiane Schiavoni inseriu uma base de alvenaria, embaixo do móvel de cozinha, pensando na praticidade de limpeza diária. Além disso, na bancada, inseriu uma calha úmida para escorrer pratos, bem como porta detergente discreto, torneira touch com mangueira e triturador de resíduos orgânicos | Foto: Guilherme Pucci

– Revestimento de parede: certos revestimentos de parede também são laváveis, como os papéis de parede vinílicos ou as tintas à prova d’água. “Mas é valioso reforçar que, quando falamos em revestimentos laváveis, não nos referimos ao uso de mangueira ou balde de água, mas sim um procedimento mais equilibrado com o uso de bucha ou um pano úmido”, complementa a arquiteta;

– Móveis: Em relação aos móveis, aqueles com rodinhas ou leves, são mais fáceis de arrastar no dia da faxina em casa. Os laqueados são tranquilos para movimentar, mas também sofrem arranhões com facilidade. Por isso, o MDF é a opção mais recomendada e utilizada nos dias de hoje, já que reúne todas as características que auxiliam na conservação e na rotina de limpeza do lar;

– Sofás, almofadas, cortinas, entre outros tecidos: existem diversos tipos no mercado. Porém, na hora de montar uma casa prática, o ideal é buscar por tecidos impermeabilizados – principalmente aqueles com cores claras (que inevitavelmente aparentam acumular mais sujeira). No contraponto, o couro ou as versões impermeáveis simplificam o processo: basta passar um pano. Mais delicados também são os acolchoados, que precisam secar e demandam mais cuidados.

No tocante aos tapetes, quanto mais claros e mais cheio de pelos, mais dificultosos se apresentam para a higienização. Por fim, para as cortinas existem tecidos sintéticos, que possibilitam a lavagem na máquina.

Nessa sala de estar, a arquiteta optou por tecidos mais escuros para a área do living. Dessa forma, os sofás e cadeiras
demoram mais para aparentarem quaisquer desgastes ou sujidades | Foto: Carlos Piratininga

Tel. (11) 3649-4900

www.cristianeschiavoni.com.br

@cristianeschiavoni

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