Mudança no zoneamento impede construção de condomínios clubes horizontais em Curitiba

Novo limite de área total para habitações coletivas inviabiliza construção de condomínios multirresidenciais com mais de de 20 mil m2

Mudança no zoneamento impede construção de condomínios clubes horizontais em Curitiba

Entre as mudanças promovidas pela nova Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo de Curitiba, o limite territorial de 20 mil m2 é um dos pontos que mais deve impactar a oferta de imóveis em condomínios horizontais na capital. O parâmetro previsto na legislação inviabiliza a construção de novos conjuntos habitacionais de casas ou sobrados com infraestrutura de lazer e convivência, os chamados condomínios clubes.

Na avaliação do sócio e CEO da JBA Imóveis, Ilso Gonçalves, com a alteração legislativa, o modelo de moradia dos condomínios clubes em breve será raridade na capital. “Depois da entrega dos últimos condomínios com mais de 20 mil metros quadrados, o consumidor de classe média não vai encontrar mais opções de casas ou sobrados em conjuntos com quadra poliesportiva, salão de festas e piscina, por exemplo. A mudança inviabilizou, em algumas situações, até mesmo a instalação de portaria 24h, em função do custo. O novo limite, na prática, representa até 60 lotes médios a 90 lotes pequenos por condomínio. O custo de manutenção da infraestrutura de lazer e convivência, antes diluído entre muitos condôminos, passa a ser inacessível, a não ser para empreendimentos de luxo”, pontua.

O novo limite de área está previsto no artigo 169 da nova Lei de Zoneamento, exceto para propriedades do setor de Saneamento Ambiental ou de Áreas Verdes. De acordo com o IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), o objetivo da mudança é estimular a formação de conjuntos menores, interrompendo testadas com muros altos e paisagens urbanas áridas e com ocupação segregada.

Para fundador da JBA e diretor do Secovi-PR (Sindicato da Habitação e Condomínios), a alta demanda por casas e sobrados em condomínios clubes, com a queda na oferta desse modelo de moradia na capital, vai intensificar a migração para municípios da Região Metropolitana de Curitiba. “A opção será buscar condomínios mais amplos fora da capital, mas nem todos querem viver longe do trabalho, da escola dos filhos e em municípios sem a mesma infraestrutura urbana e oferta educacional, de oportunidades profissionais e opções culturais e de lazer como a capital”, ressalta.