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Estudo aponta aumento de 79% na incidência de câncer em pessoas com menos de 50 anos

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A revista inglesa BMJ Oncology publicou recentemente estudo que aponta um aumento de 79% na incidência global de tumores em pessoas com menos de 50 anos.  O dado é alarmante e sinaliza para a urgência de mudança de atitudes, principalmente no que se refere à importância da adoção de hábitos saudáveis e do cuidado com a saúde.

De acordo com pesquisa publicada em novembro passado por pesquisadores do Reino Unido, o sobrepeso, mesmo sem comorbidades, está diretamente ligado a uma maior incidência de 13 tipos de câncer. O oncologista clínico Carlos Stecca, do COP – Centro de Oncologia do Paraná, reforça que, além da obesidade e do sobrepeso, o consumo de álcool e cigarro, sedentarismo, a menarca precoce, bem como a opção por ter o primeiro filho mais tarde são fatores de risco que contribuem para o aumento da incidência da doença.

O aumento do número de casos de câncer em pessoas mais jovens não apresenta causas claras, mas o consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras saturadas e açúcares, por exemplo, podem contribuir para que se tenha uma alteração na composição do microbioma humano (conjunto de bactérias, vírus e fungos que compõem o organismo), aumentando a exposição a agentes cancerígenos e, com isso, favorecendo a formação de tumores malignos.

Os tipos de câncer que vêm se tornando mais comuns na população mais jovem são os de pulmão, mama, intestino e estômago. Dr. Carlos Stecca destaca que, na fase inicial, os tumores costumam ser semelhantes aos da população mais velha, porém, causam um maior impacto em termos de mortalidade. “Por isso, é fundamental a adoção imediata de hábitos saudáveis, como ter uma dieta balanceada, evitar o consumo excessivo de gorduras, açúcar, sal, álcool e cigarros, praticar atividades físicas, cuidar da mente e dormir bem”, alerta o oncologista clínico.

Importância de consultas regulares

Independentemente da faixa etária, é preciso estar atento às formas de prevenção (evitando os fatores de risco) contra o câncer. “Atualmente, os exames que auxiliam tanto no rastreio como no diagnóstico precoce estão cada vez mais avançados e com uma melhor qualidade na precisão, por isso é fundamental que sejam divulgados esses dados, como o aumento da incidência do câncer em pessoas abaixo dos 50 anos, para que essa parcela da população se conscientize e busque o diagnóstico precoce. O corpo dá sinais, mas é preciso estar atento e não ignorá-los”, ressalta Dr. Carlos Stecca.

Conheça os principais exames do check-up oncológico

Avaliação dermatológica: identificação de lesões suspeitas na pele;

Mamografia: indicada para mulheres a partir dos 40 anos e, para quem possui fatores de risco, a partir dos 35 anos;

Papanicolau: exame preventivo anual que deve ser feito após o início da atividade sexual, a fim de identificar alterações no colo do útero, além da vacina contra o HPV para adolescentes;

Colonoscopia: para detectar a presença de pólipos ou tumores em qualquer estágio no intestino e reto. Indicado para a população em geral a partir dos 50 anos. Para quem tem fatores de risco, a partir dos 40.

PSA e toque retal: avaliação da próstata. Os exames são indicados para homens a partir dos 50 anos e, para quem apresenta fatores de risco, a partir dos 40.

Tomografia computadorizada do tórax: indicada para tabagistas, geralmente a partir dos 55 anos para avaliação do pulmão.

Existem outros exames que podem ser solicitados para análises mais específicas, como a mutação de dois genes: BRCA 1 e 2, a fim de avaliar a probabilidade de a mulher desenvolver câncer de mama e de ovário.

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