Hospitais públicos e filantrópicos em todo o Paraná começam a economizar com a geração própria de energia solar e a troca de equipamentos elétricos de climatização, iluminação e de cuidados hospitalares, por itens mais modernos e eficientes. As melhorias são proporcionadas pelo Programa de Eficiência Energética (PEE) da Copel, que ofereceu uma chamada pública exclusiva aos hospitais no valor de R$ 35 milhões, e agora acompanha os projetos aprovados em fase de conclusão de obras e melhorias.
Regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, o programa oferece financiamento a fundo perdido para as ações desenvolvidas em 41 hospitais paranaenses. Com o uso mais eficiente da energia, a redução média no valor da conta de luz é estimada em até 75%, permitindo que os recursos mensais excedentes sejam investidos em outros serviços voltados para a população.
A oferta de um edital para o incentivo do uso eficiente da energia em hospitais foi pioneira no Brasil e surgiu de uma chamada prioritária elaborada pela ANEEL, pensada com o objetivo de beneficiar toda a população usuária de serviços prestados por estas instituições de saúde públicas e filantrópicas.
De acordo com o superintendente de projetos especiais da Copel, Julio Omori, a iniciativa gera um círculo virtuoso, pois melhora a infraestrutura e traz uma economia permanente para as unidades contempladas. “O uso eficiente da energia é essencial para a sustentabilidade do ponto de vista ambiental, mas também faz uma enorme diferença no aspecto social. Esta economia mensal será muito importante”, ressalta.
É o caso da Santa Casa e o hospital Cegen, em Cornélio Procópio, um dos 33 municípios beneficiados. Juntas, as duas unidades receberam quase R$ 2,5 milhões destinados à troca de equipamentos e instalação de geração solar agora em fase de medição da energia produzida para o consumo próprio. No Cegen, foram instaladas 140 placas fotovoltaicas e substituídos 41 aparelhos de ar-condicionado. Já na Santa Casa houve troca de 295 pontos de iluminação e de 62 aparelhos de climatização de ambientes. No telhado do hospital, estão instaladas 406 placas solares, com potência de geração de 227 kWp de energia.
Ainda na região norte do Estado, em Apucarana, o hospital Nossa Senhora das Graças concluiu o projeto que previa a renovação do sistema de condicionamento de ar, através da troca de 84 equipamentos, além de duas autoclaves utilizadas na esterilização de materiais, aparelhos que consomem grande quantidade de energia. O investimento na modernização de equipamentos foi da ordem de R$ 1,4 milhão. Na vizinha Arapongas, a Santa Casa substituiu 35 aparelhos de ar-condicionado e instalou um sistema de geração com 140 placas de geração solar.
Dos 41 hospitais aprovados em chamada pública, 37 propuseram instalar usinas para geração de energia elétrica. Só na capital Curitiba, as melhorias contemplaram Pequeno Cotolengo, Hospital da Mulher e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, Santa Casa de Misericórdia e Hospital São Vicente.
“A Copel segue cumprindo com a sua responsabilidade social”, diz o presidente da empresa, Daniel Slaviero. De forma inédita, o edital levou em consideração, na avaliação dos projetos, critérios socioeconômicos, como o número de leitos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) na instituição responsável pelo projeto, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município em que o hospital está instalado, e a dificuldade para o pagamento da fatura da energia elétrica, além de quesitos técnicos que estabeleceram a relação entre os valores investidos e a redução a ser alcançada no consumo.