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Pesquisa revela impacto das redes sociais no desempenho escolar e no sono dos estudantes

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Foto: divulgação

Estudo elaborado por aluno do Ensino Médio e UFPR ouviu cerca de mil alunos

Uma pesquisa iniciada como projeto escolar evoluiu em uma investigação abrangente que explora como o uso das redes sociais afeta o desempenho acadêmico e o sono dos jovens. Conduzida por Daniel de Aguiar Thomé, um estudante de 16 anos do Positivo International School, de Curitiba (PR), em parceria com especialistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a pesquisa destaca um dilema crescente na vida moderna: encontrar um equilíbrio saudável entre a presença digital e o bem-estar físico e mental.

Com a colaboração do chefe do Departamento de Estatística da UFPR, Paulo Justiniano Ribeiro Júnior, e do aluno do curso de Estatística, Caio Gomes Alves, o projeto analisou dados de aproximadamente mil alunos de 12 unidades do Colégio Positivo, com idades entre 10 e 19 anos. A análise revelou que, ao mesmo tempo que compromete o desempenho acadêmico, o uso das redes sociais altera o padrão de sono dos estudantes.

“Desde o início, o interesse pela estatística e pelo comportamento humano me motivou a investigar esse tema”, compartilhou o estudante, cuja inspiração foi um trabalho anterior realizado no 9.º ano. “Percebi que transformar isso em um projeto extracurricular seria uma oportunidade única para explorar minha paixão e contribuir para uma causa significativa”, afirma.

Dados

  • A pesquisa revelou que o TikTok é a rede social mais utilizada, com 47% das menções, seguido por YouTube (22,1%), Instagram (19,6%), WhatsApp (7,5%), Twitter (1,6%). O Facebook aparece em útlimo lugar, com apenas 0,4%.
  • Quanto às horas de uso, a maior parte utiliza redes sociais durante 2 horas (19%), 3 (18,4%) e 4 horas (15,3%), com uma média de 4,39 horas.
  • Sobre horas de sono, 39,9% responderam que dormem cerca de 8 horas por noite, seguido por 7 (23%) e 9 (14,9%), sendo a média, 7,70 horas. De acordo com os dados do estudo, quanto mais o aluno dorme, no geral, melhores são as notas escolares.

A pesquisa teve o apoio da diretora do Positivo International School, Mariângela Hoog Cunhaque facilitou a comunicação entre os colégios para a coleta de dados. “O estudo não só evidenciou uma correlação entre o uso excessivo das redes sociais e um desempenho acadêmico inferior, como também destacou os impactos negativos no padrão de sono dos alunos”, enfatiza Daniel.

As descobertas alcançadas foram tão significativas que garantiram a publicação do trabalho de Daniel Thomé no RBras (Região Brasileira da Sociedade Internacional de Biometria) deste ano, um dos maiores congressos de estatística da América Latina. “O próximo passo é divulgar os resultados para conscientizar as pessoas sobre os problemas associados ao uso excessivo das redes sociais”, ressalta o estudante. “Embora a fase de pesquisa esteja  concluída, nossa missão de educar e informar está apenas começando”, reforça.

O projeto será apresentado no RBras pelo aluno da UFPR, Caio Gomes, que representará a equipe de pesquisa. Enquanto isso, Daniel Thomé busca maneiras de ampliar o alcance do projeto, na esperança de que sua pesquisa inspire mudanças positivas na forma como os alunos utilizam as redes sociais. “Essa iniciativa demonstra o potencial dos jovens empreendedores acadêmicos, bem como destaca a importância de abordar questões contemporâneas com rigor científico e visão de futuro”, afirma a diretora do Positivo International School, Mariângela Hoog Cunha. “O impacto deste estudo pode ir além das salas de aula, influenciando políticas escolares e promovendo uma cultura digital mais saudável para as futuras gerações ”, completa Daniel.

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