Resolução 731/2023 do COFEN regulamenta essas atividades e Centro Universitário se adianta na formação dos profissionais com essa habilitação
Milhares de cidadãos brasileiros que sofrem acidentes que envolvem cortes na pele, serão beneficiados por uma resolução do Conselho Federal de Enfermagem – Confen, a qual regulamenta a realização de sutura simples por enfermeiros em lesões superficiais, incluindo a aplicação de anestesia local. Essa decisão levará mais agilidade ao serviço de saúde nas unidades básicas, UPA’s e ou hospitais.
A decisão do Conselho abre a possibilidade de ampliação da atuação do profissional enfermeiro em sua rotina de trabalho. “Grande parte das ocorrências de traumas atendidos nas unidades básicas de saúde são de gravidade simples. Neste cenário, a atuação dos enfermeiros dará mais agilidade no atendimento ao paciente”, analisa a coordenadora do curso de Enfermagem do UNIFAPI, professora Giovana Fratin.
Segundo ela que atua na área há mais de duas décadas, o rápido atendimento nessas situações tem um outro ganho que é o da possibilidade de se fazer curativos que possam evitar possíveis infecções e ou cicatrizes permanentes no paciente.
“O tempo máximo para que um corte na pele não ocasione danos estéticos ou que se evite eventual infecção, varia conforme o local e a profundidade, sendo um tempo ‘ótimo’ até 2 horas. Membros inferiores até 6 horas e na face até 24 horas, por conta da vascularização local”, detalha professora Giovana frisando ainda que “Logo, ao levar um paciente para uma unidade de saúde onde seus enfermeiros estejam habilitados para fazer a sutura, o ganho de tempo será imenso para o cidadão”.
Nas grandes cidades, onde há um número maior de equipamentos de saúde em funcionamento, a nova regra pode vir a ser pouco menos visível no dia a dia, pois os recursos tendem a ser melhores. “Contudo, imaginemos regiões carentes de unidades básicas, onde há poucos profissionais da saúde e que costumam ser distantes para muitos moradores. A resolução do Cofen neste sentido vai ao encontro da necessidade desses cidadãos terem acesso rápido a atendimentos”.
Formação profissional
Professora Giovana, que está a frente do Curso de Enfermagem do UNIFAPI, explica que a entidade já se preparou para adotar de imediato as técnicas previstas na nova resolução. “Sabemos que isso será uma atribuição que vai exigir habilitação dos profissionais de enfermagem e por isso já estamos inserindo desde já uma formação teórica e prática sobre sutura e aplicação de anestesia. Os alunos já sairão prontos para atender a essa demanda do mercado e da população”, afirma.
Além disso, durante a formação, os estudantes já acompanham em estágios nas unidades básicas de saúde esse tipo de procedimento, o que dá uma noção maior sobre esses casos.
Outro ponto primordial nesta questão é a formação do profissional no momento de avaliar o ferimento do paciente. “Dependendo da gravidade ele terá que optar por diferentes tipos de instrumentos, ou do tipo de fios que usará para realizar a sutura, por exemplo. Esse aprendizado precisa estar em sala de aula”, destaca Giovana.