Gênio das artes coreográficas e apaixonado pela dança e pelo Brasil, David Parsons está de volta ao país após um hiato de 16 anos. Para marcar seu retorno aos palcos brasileiros, ele apresentará um espetáculo que reúne seis diferentes peças – desde dois de seus maiores clássicos até três coreografias inéditas no Brasil. O público também poderá conferir ‘Nascimento’, peça criada por Parsons para celebrar o Brasil e a arte do gênio Milton Nascimento. Em Curitiba, a companhia se apresenta no dia 20 de agosto, no Teatro Guaíra, às 21h. Os ingressos estão à venda, pelo Disk Ingressos, a partir de R$ 100.
Apresentada pelo Ministério da Cultura e pelo Bradesco Seguros, com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a turnê da Parsons Dance é uma realização da DELLARTE, em parceria com o Ministério da Cultura e o Governo Federal – União e Reconstrução.
Além de Curitiba, acontecem apresentações em São Paulo, no Teatro Bradesco, nos dias 14 e 15 de agosto, e Rio de Janeiro (Cidade das Artes), nos dias 24 e 25 de agosto.
Nos últimos 39 anos, o coreógrafo David Parsons tem feito seu público rir e chorar com sua companhia de dança. A principal razão pela qual a Parsons Dance, sediada em Nova York, tem conseguido fazer isso é o amor do coreógrafo pela vida. “Sou um coreógrafo que gosta de se conectar com as pessoas”, diz Parsons, ex-membro da mundialmente renomada Paul Taylor Dance Company. “Uma das coisas que aprendi com Paul Taylor é que a humanidade é imensa. Há muito a fazer, e gosto de olhar para a dança de diferentes maneiras.”
A Parsons Dance é conhecida por sua incrível fisicalidade e virtuosidade. “Gosto de levar o público por uma experiência emocional e criar impressões que ninguém jamais esquece”, completa o coreógrafo.
A genialidade e a visão única de Parsons, saudado pelo New York Times como “um dos grandes impulsionadores da dança moderna”, e o trabalho enérgico e atlético desenvolvido em mais de 75 obras que fazem parte de seu repertório, garantiram à companhia um lugar de destaque no panorama da dança mundial. A Parsons Dance já se apresentou nos cinco continentes e em 445 cidades de 30 países.
Em um espetáculo que mistura o clássico e o moderno, flertando com o pop, o público irá assistir a duas obras marcantes de seu repertório: “Wolfgang”, coreografada por Parsons para a Sinfonia nº 25 em sol menor de Mozart, mas com uma energia emocionante e moderna, e “Caught”, considerada uma das mais emblemáticas peças da companhia.
Além dessas, três coreografias serão apresentadas pela primeira vez no Brasil: “Balance of Power”, uma dança eminentemente percussiva, de 2020, já considerada um dos solos mais icônicos da Parsons Dance; “The Shape of Us”, um número com passos desafiadores onde Parsons explora a conexão com a música da banda experimental Son Lux; e “JUKE”, uma peça vibrante do coreógrafo Jamar Roberts, um veterano do Alvin Ailey American Dance Theater, criada com a música de Miles Davis.
A turnê brasileira também inclui “Nascimento”, a maior do espetáculo e a mais emblemática para o público brasileiro, por ser uma homenagem ao país, criada sobre uma música de nosso Milton Nascimento. Quando criou a coreografia, que já foi apresentada em todo o mundo, Parsons explicou que ela refletia as sensações de um norte-americano sobre o que viu no Brasil: “um pouco dos ritmos e cores da música e do povo brasileiro”, definiu ele.
AS COREOGRAFIAS
WOLFGANG
(18 min)
Coreografada em 2005, a peça de abertura, “Wolfgang”, sempre surpreende os fãs de longa data da companhia, com a música clássica e movimentos de balé tradicional para o elenco de seis dançarinos. A coreografia de David Parsons para a Sinfonia nº 25 em sol menor de Wolfgang Amadeus Mozart foi inicialmente criada no Aspen Santa Fe Ballet.
A fraseologia e o estilo de “Wolfgang” são bem adequados para uma companhia de balé, mas os dançarinos de Parsons executam os passos com vigor, determinação e intensidade, dando à peça uma energia emocionante e moderna. Os grandes levantamentos e a parceria inspirada em pas de deux ficam mais selvagens à medida que “Wolfgang” avança. Em uma seção, os três pares dividem o palco, com a iluminação intensa separando-o em terços, cada duo em sua própria coluna de luz.
Durante um crescendo, as mulheres voam do espaço iluminado para a escuridão e os braços de seus parceiros. Parsons e o designer de iluminação e cofundador da companhia, Howell Binkley, trabalham tão precisamente juntos que cada mulher é capturada no ar por um segundo antes de ser rapidamente retirada da vista, enquanto o homem que a sustenta permanece invisível para a plateia.
Em uma seção, os três pares dividem o palco, com a iluminação intensa dividindo o palco em terços, cada duo em sua própria coluna de luz. “Wolfgang” é uma colagem coreográfica típica com música selecionada de um único compositor, mas está em um nível coreográfico mais alto do que amálgamas semelhantes, dando ênfase a uma luz contemporânea para as composições atemporais de Mozart.
BALANCE OF POWER
Premiere no Brasil (5 min)
“Balance of Power”, coreografada por Parsons em 2020, já é um dos solos mais emblemáticos da Parsons Dance. É uma dança percussiva – não apenas na música criada, mas na execução do bailarino, que permanece dentro de um ponto circular no centro do palco, movendo incessantemente seu corpo ou partes individuais dele. Parece que tudo é um impulso, um estalo ou uma pose, mas não é o caso. Entre os pontos de exclamação percussivos e físicos, há um conjunto variado de movimentos que conecta tudo; uma melodia musculosa. É uma pequena peça que exige uma exibição soberba do bailarino.
O solista inicia a peça com uma parada de mão, que mantém por um bom tempo antes de se abaixar com o máximo controle. “Equilíbrio” é certamente a chave nesta obra, através da força e controle do dançarino, coordenando seus movimentos com cada batida do tambor.
A sensação é que o dançarino instiga a música, ou a música instiga o dançarino? Certamente a peça deixa essa questão para o público refletir à medida que a obra progride.
Musicalmente, é uma oportunidade rara para um músico – neste caso, Giancarlo de Trizio – estar no estúdio durante todo o tempo de desenvolvimento criativo e coreográfico, tornando “Balance of Power” uma obra ainda mais intrigante ao testemunhar o “equilíbrio de poder” entre músico, dançarino e coreógrafo.
THE SHAPE OF US
Premiere no Brasil (18 min)
Em “The Shape of Us”, David Parsons explora uma jornada que vai da alienação à conexão com a música da banda experimental Son Lux. No início, os dançarinos cruzam o palco de propósito, caminhando com passos firmes; eles existem em bolhas, perdidos em seus próprios mundos. Seus movimentos aumentam até que dois dançarinos, com um pouco de drama, deslizam até parar no centro do palco.
À medida que exploram um ao outro, suas resistências começam a esvair-se, e seu crescente vínculo leva os outros a seguir o exemplo, enquanto se tocam com admiração e ternura — abraçando a beleza um do outro e seus laços comunitários.
A peça de Parsons é uma das mais bem-sucedidas estreias dos últimos anos, tanto coreograficamente quanto em sua execução. Os dançarinos demonstram estar completamente à vontade na coreografia, que, após todos esses anos, ainda é uma homenagem ao seu ex- mentor Paul Taylor, mas com um polimento e um estilo mais moderno.
Os artistas dominam passos desafiadores com facilidade, incluindo combinações que certamente seriam obstáculos para muitos dançarinos experientes. Segundo o New York Times, “É impressionante. O melhor de tudo é que, apesar de seu foco frontal, há um sentido de comunidade através da proximidade.”
JUKE
Premiere no Brasil (18 min)
“JUKE” é uma peça vibrante do coreógrafo Jamar Roberts, juntamente com danças de David Parsons e Penny Saunders. A combinação de Roberts com o jazz é um território da dança já conhecido e explorado. Roberts, um veterano do Alvin Ailey American Dance Theater, criou algumas de suas obras mais concisas e apaixonadas ao som do jazz, com movimentos voluptuosos, sejam eles afiados ou delicados, que fluem em ondas de notas musicais.
Nesta mais recente obra inspirada no jazz, Roberts faz os corpos dos dançarinos se dobrarem e ziguezaguearem com uma rapidez tremulante, enquanto exploram o significado de JUKE, ou “fingir um movimento” como nos esportes. Um por um, eles se esquivam, deslizam e superam a música “Spanish Key” do revolucionário álbum de Miles Davis de 1970, Bitches Brew, com suas influências de rock e funk. Os dançarinos, torcendo e girando — às vezes ágeis como pugilistas — preenchem o palco como pinceladas, algumas arrebatadoras e outras incisivas.
O som pulsante se mescla de maneira surpreendente com os gestos vibrantes de Roberts: cotovelos se projetam, quadris giram, os braços incendeiam o ar como fósforos. Os figurinos, de Christine Darch, homenageiam a época do lançamento do álbum de Davis: os dançarinos vestem calças e tops adornados com franjas, em roxos e vermelhos brilhantes que se destacam na iluminação sombria de Christopher Chambers.
CAUGHT
(6 min)
Em “Caught”, o uso de luzes estroboscópicas dá a impressão de que um dançarino solo está voando pelo ar. Criada inicialmente por Parsons em 1982, a peça não perdeu nada de sua engenhosidade ou brilhantismo ao longo do tempo, continuando a impressionar plateias ao redor do mundo.
A coreografia captura simplesmente um dançarino solitário isolado dentro de cúpulas sequenciais de luz. O conceito de mover-se de uma fonte de luz aparentemente de forma invisível para outra é ampliado ao fazê-lo mover-se de uma fonte de luz estroboscópica para outra, capturado no meio do movimento ou aparentemente se teletransportando magicamente de um momento iluminado para o próximo.
Ao coreografar “Caught”, Parsons inventou uma nova maneira de um dançarino voar usando um dispositivo remoto e luzes estroboscópicas. O solista começa de forma meditativa em um círculo de luz, crescendo para uma sequência explosiva de 100 saltos em um palco escuro, onde é aparentemente capturado no ar. Com música de Robert Fripp, os saltos e aterrissagens incríveis e as representações audaciosas de caminhar sobre a água e o ar são absolutamente fascinantes por sua fisicalidade insondável.
NASCIMENTO
(19 min)
“Nascimento” é uma peça muito fluida e divertida, com sabor brasileiro, criada sobre a música composta por Milton Nascimento — um presente dele para a Parsons Dance — e uma celebração dos ritmos e cores da música e do povo brasileiro, segundo o coreógrafo.
Aplaudida mundialmente, a obra começa em um palco vazio com um fundo de cortina laranja, onde dois dançarinos iniciam um tête-à-tête, uma parceria sensual, acompanhados por vocais e acordes de guitarra vibrantes como fundo musical. Outros dançarinos se juntam, preenchendo o espaço, enquanto executam uma coreografia repleta de piruetas.
Formando diversas parcerias e círculos, trocando entre casais ou formando trios, eles vestem roupas em várias cores pastéis, contrastando com a mudança de cores da cortina. A peça é uma celebração do amor, uma reunião alegre de pessoas celebrando a vida, a proximidade e o compartilhar novamente.
Os ritmos da composição de Milton Nascimento evocam drinks com guarda-chuvinhas e praias de areia. O elenco impecavelmente limpo de oito pessoas, com silhuetas dos anos 1950, salta alegremente, com os braços flexionados em um motivo de celebração. Em um momento de clímax, como uma equipe de líderes de torcida, o grupo lança uma dançarina incrivelmente alta no ar.
O vocabulário coreográfico de Parsons encanta em “Nascimento”, com a verticalidade e a força definindo seu estilo, onde a gravidade é uma preocupação particular. Ao contrário do balé, que desafia a gravidade com saltos elevados e explosivos, Parsons aqui explora o inevitável. Os saltos são cortados e avançam em vez de atingir o ápice, enquanto as aterragens são quase invisíveis e impulsionam a próxima façanha
Parsons Dance
Fundada em 1985 pelo aclamado dançarino David Parsons e pelo designer de iluminação Howell Binkley, vencedor do Tony Award por seus designs de iluminação em Jersey Boys (2006) e Hamilton (2016), a PARSONS DANCE é considerada uma das principais companhias de dança contemporânea de todo o mundo.
David Parsons teve uma carreira notável, inovando e desenvolvendo a destreza física e a habilidade técnica na dança moderna. Tendo passado seus primeiros anos treinando como ginasta e lutador, os talentos atléticos de Parsons já haviam surgido. Sua mãe o matriculou em aulas de dança de verão aos nove anos e, aos 17, ele estava a caminho de Nova York para estudar na The Ailey School, onde recebeu uma bolsa de estudos.
Em Nova York, Parsons foi aprendiz do celebrado dançarino/coreógrafo Paul Taylor, antes de ingressar na Paul Taylor Dance Company como dançarino principal. Ele passou a se tornar artista convidado do New York City Ballet, passando seus verões em turnê com MOMIX e se apresentando para Mark Morris e Mikhail Baryshnikov nas primeiras turnês do White Oak Dance Project.
Sobre o Circuito Cultural Bradesco Seguros
Manter uma política de incentivo à cultura faz parte do compromisso do Grupo Bradesco Seguros, considerando a cultura como ativo para o desenvolvimento e do convívio social. Neste sentido, o Circuito Cultural Bradesco Seguros se orgulha de ter patrocinado e apoiado, nos últimos anos, em diversas regiões do Brasil, projetos na área de música, dança, artes plásticas, teatro, literatura e exposições, além de outras manifestações artísticas. Dentre as atrações incentivadas, destacam-se os musicais “Bibi -Uma Vida em Musical”, “Bem Sertanejo”, “Les Misérables”, “70´Década do Divino Maravilhoso”, “Cinderela”, “O Fantasma da Ópera”, “A Cor Púrpura” e “Conserto para Dois”, além da exposição “Mickey 90 Anos”.
Sobre a Dellarte
Uma das maiores produtoras de soluções e eventos culturais do país, atuando na área da música clássica, jazz e artes performáticas há 40 anos, a Dellarte já realizou mais de 1.500 apresentações para mais de 3 milhões de pessoas, trazendo para o Brasil o que há de mais emocionante no cenário cultural ao redor do mundo.
John Malkovich, Jessye Norman, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo, José Carreras, Montserrat Caballé, Kiri Te Kanawa, Kathleen Battle, Balé do Teatro Bolshoi, New York City Ballet, Balé do Teatro Mariinsky – Kirov, Ballet da Ópera Nacional de Paris, MOMIX Dance Theatre, Martha Argerich e Nelson Freire, Mstislav Rostropovich, Evgeny Kissin, Lang Lang, Yuja Wang, Itzhak Perlman, Joshua Bell, Yo- Yo Ma, City of Birmingham Symphony Orchestra com Sir Simon Rattle, New York Philharmonic com Kurt Masur, Royal Philharmonic Orchestra, Filarmônica de Viena, Companhia Antonio Gades, Cia Joaquim Cortez, Ballet do Teatro Scala de Milão, Kamasi Washington, Bobby McFerrin, Keith Jarrett, Paco de Lucía e Chick Corea são alguns dos nomes que já se apresentaram no Brasil pelas mãos da Dellarte.
SERVIÇO – PARSONS DANCE em Curitiba
Data: 20 de agosto de 2024 (terça-feira)
Local: Teatro Guaíra (Rua Conselheiro Laurindo 175 – Centro)
Horário: abertura da casa às 20h e show às 21h
Ingressos: os ingressos variam de R$ 100,00 a R$ 200,00, de acordo com o setor e modalidade escolhidos
Vendas: Disk Ingressos (diskingressos.com.br)
Pontos de Vendas:
Shopping Mueller: de segunda a sexta, das 10h às 22h, aos sábados, das 10h às 22h, e aos domingos, das 14h às 20h
Teatro Positivo: de segunda a sexta, das 11h às 15h e das 16h10 às 20h. Sábado das 17h às 21h. Domingo somente em dias de espetáculos
Teatro Fernanda Montenegro: de segunda a sexta, das 10h às 14h e das 15h10 às 18h. Sábado das 12h às 16h e das 17h10 às 20h
Call-center:
(41) 3315-0808 – de segunda a sexta, das 9h às 22h, e aos domingos, das 9h às 18h
Classificação: 10 anos
Realização: DELLARTE