Início Geral Bichos Número de gatos de estimação cresce, mas consultas veterinárias diminui

Número de gatos de estimação cresce, mas consultas veterinárias diminui

No Brasil e no mundo, cresce a presença de gatos nas residências; falta de tempo dos tutores e de espaço nas casas podem motivar a escolha pelo animal

Foto de Pixabay: https://www.pexels.com/pt-br/foto/gato-preto-laranja-e-cinza-de-pelo-curto-208984/

Entre 2016 e 2021, a população de gatos presentes nos lares brasileiros aumentou 16%, de acordo com pesquisa da Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan). Na ocasião, a pesquisa somou 27 milhões de felinos.

“O gato se adapta ao modo de vida moderno, no qual as pessoas têm pouco tempo e espaço em suas casas, pois é um animal independente. Essa é uma das razões para que ele esteja cada vez mais presente nos lares do Brasil e do mundo”, comenta Alessandra Bentes, médica veterinária e Coordenadora de Serviços Técnicos da Zoetis.

O aumento da população felina é um fenômeno mundial. Nos EUA, segundo o mesmo levantamento, em 2021 a população felina era de 65 milhões de indivíduos e desde o final da década de 1990, vem crescendo. Na China, houve um aumento de 148% e a tendência deve se manter, conforme indicam estudos de diferentes fontes.

Curiosamente, as mesmas pesquisas mostram que esse incremento não se reflete no número de consultas ao médico veterinário, que até diminuiu nos últimos anos. Uma das principais razões apontadas pelos especialistas é o estresse e o medo que acometem os bichanos e que se refletem nos tutores e até nos veterinários, nem sempre preparados para lidar com as particularidades dos bichos.

Atenta a essas mudanças, a Zoetis, líder mundial em saúde animal, criou o Pulo do Gato, uma ação educativa que visa difundir o conhecimento sobre o comportamento dos felinos para seu público interno, o que ajuda a entender as necessidades desses animais e desenvolver produtos cada vez mais eficazes, e para médicos veterinários e tutores.

“Os gatos são animais muito apegados à rotina, por isso a visita ao veterinário pode estressá-los. Porém é perfeitamente possível reduzir esse desconforto com algumas medidas que o tutor e, em especial, as clínicas veterinárias podem adotar para que a visita do felino seja mais tranquila. Esse é um dos temas que abordamos no Pulo do Gato, com o propósito aumentar o conhecimento a respeito dos felinos, além de desenvolver produtos específicos para o atendimento das necessidades deles”, explica Bentes.

Cat friendly pratice

A ação da Zoetis está baseada no conceito Cat Friendly Pratice, que prioriza o bem-estar dos felinos, seja no manejo, ambiência e demais aspectos que envolvem os cuidados com o pet.

Autoridade no tema, o médico veterinário Alexandre Daniel conta sobre as origens da denominação Cat Friendly. “No início dos anos 2.000 o mercado americano teve um boom enorme no número de gatos, em 10 anos, houve um aumento de 25% nessa população. No entanto, as clínicas e hospitais veterinárias não viram o número de pacientes felinos aumentar de maneira concomitante nesses estabelecimentos. Ao contrário, houve redução. Foram feitas pesquisas de mercado gigantescas que mostraram que o dono do gato tinha medo de levar o animal ao veterinário porque os ambientes não estavam preparados, os veterinários e as equipes não utilizavam técnicas de manejo e contenção amigáveis de gatos, não existia medicina preventiva, dentre outras razões que, gradualmente, afastaram os felinos desses espaços.”

A partir dessas constatações, a Associação Americana de Veterinários de Felinos desenvolveu, em conjunto com outras entidades, programas de melhorias para ambientes e preparo de equipes para atender o gato de maneira mais amigável. Lançados e patenteados em 2011, esses programas são internacionalmente conhecidos como Cat Friendly Pratice, conforme explica o médico veterinário.

No Brasil, a primeira clínica reconhecida como pertencente ao programa foi a Gatos e Medicina Felina, que pertence ao doutor Daniel. Desde então, ele percorre o país falando sobre o tema.

Embora o cão ainda seja predominante, o crescimento percentual do gato, por ano, é quase o dobro em relação ao cão no Brasil, e há projeções de que ultrapasse os cachorros como espécie preferida, a exemplo do que ocorreu na maioria dos países do hemisfério norte, que já tem mais felinos desde o final da década de 1990. Por isso é importante que os veterinários se preparem para atender os bichanos.

Essa transformação do mercado pet gera reflexos para toda a cadeia produtiva. O doutor Daniel lembra que “a indústria está cada vez mais preparada e empenhada em mostrar ao consumidor final que o gato é importante”. “Diversas empresas estão desenvolvendo portfólios e campanhas específicos para felinos e nos cursos de medicina veterinária, os alunos saem curiosos em aprender mais sobre esses animais. Há um crescimento gigantesco desse segmento e não se trata de um movimento passageiro”, sintetiza o especialista.

Algumas dicas para clínicas veterinárias mais amigáveis aos gatos

= A sala de espera deve ser exclusiva para gatos, sem outras espécies animais
= O ambiente deve ser limpo com regularidade e livre de odores, atentando-se para a utilização de produtos de limpeza seguros para pet
= Trocar regularmente a areia das caixas de areia e mantê-la fresca
= Mesmo em um espaço só para gatos, é importante manter os indivíduos separados, podem ser utilizadas divisórias ou gaiolas para essa finalidade
= Colocar almofadas ou cobertores com o cheiro do gato dentro da caixa de transporte
= Uso de manta cobrindo a caixa, para o descanso dos felinos na sala de espera
= A caixa de transporte do gato deve sempre ser colocada em um nível acima do chão

@ketchum.com.br

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