Aos 92 anos, Maria Suzana Ribeiro da Silva lança seu primeiro livro de poesias
Simples Poemas é uma viagem pelas memórias e sentimentos de Maria Suzana Ribeiro da Silva. A escrita começou a aparecer em sua vida quando os filhos e netos já estavam crescidos. Nos poemas, ela recorda a infância, a adolescência, e a vida adulta em seus momentos felizes e difíceis. “Eu não costumo dar valor às coisas que faço. Acho que tudo é simples. Então, quando escrevi esses poemas, achei que eram muito simples, por isso o nome”, revela a autora, hoje com 92 anos.
Lançado pela Editora Madrepérola, Maria Suzana encontrou na poesia uma forma de eternizar suas memórias e emoções. Seus versos, escritos com simplicidade e profundidade, capturam a beleza da natureza, a força da família e a essência da vida.
Poemas guardados
A neta de Suzana, a atriz e jornalista Aneliza Paiva, conta que os poemas ficaram guardados por décadas em um caderno e agora ganham leitores nesta publicação. “Ela sempre escrevia acrósticos e poemas em nossos aniversários, sempre com seu caderno onde guardava os poemas. Uma prima imprimiu o conteúdo, mas ele seguiu guardado com ela”, relembra.
No final do ano passado, a avó mostrou o impresso com mais de 100 poemas para a neta. “Vi que era algo bom para ser publicado, mostrei para algumas pessoas, uma delas a Karen Debértolis, que indicou a Editora Madrepérola.”
O livro traz poemas escritos entre 1998 e 2009 e é um tributo à capacidade humana de transformar experiências em arte, mostrando que a poesia pode florescer em qualquer lugar e em qualquer fase da vida.
O livro “Simples Poemas” pode ser adquirido no valor de R$30,00 pelo e-mail anelizapaiva@gmail.com .
Simples poemas
Quantas vezes desejei
Ao mundo inteiro gritar
Mostrar meus pensamentos
Ocultos dentro do peito,
Precisava dar um jeito
Aliviar essa ansiedade.
Depois de tanto esconder
Pude compreender
A emoção recebida,
Era uma realidade
Dentro de mim escondida.
Faze-la vir à tona
Não tinha capacidade
Não sentia-me preparada
Achava que a faculdade
Que nunca pude fazer
Limitava-me a vida
Então sempre escondia
Às coisas que escrevia.
Só tinha liberdade
Falando com o papel
Pois ele tudo aceitava
Jamais me criticava
E assim fui percebendo
Que a danada inspiração
Aumentava cada dia.
Eu tinha que revelar
Tudo que fazia
Aos poucos fui entendendo
Que apesar da simplicidade
Eu adorava escrever
Mas minha preocupação
Era a caligrafia.
Depois de tanto esconder
Resolvi ser transparente
Mostrando minhas escritas
Á pessoas entendidas,
Grande foi a surpresa
Ao sentir-me valorizada
E assim muito feliz
Percebi que perdi tempo
Não aproveitando o talento
Que veio de algum lugar.
Mas sei que sempre é tempo
Quanta gente posso alegrar
Esqueço o que não fiz
Por medo do preconceito
Mas com o apoio recebido
Aos Poucos fui sentindo
Que esse valor não estava
Numa simples caligrafia
E sim no sentimento
Que brota dentro da mente.
Agora sem receio
Escrevo todos os dias
Envio sempre mensagens
As pessoas mais queridas
Me sinto mais feliz
Tudo valeu a pena
De repente as coisas que faço
Se transformam em
Simples poemas.