Terapias podem ser por meio de medicamentos e procedimentos não invasivos
A dor genericamente pode ser classificada em leve, moderada ou intensa e em aguda ou crônica. Uma dor crônica é caracterizada quando persiste por mais de três meses ou mais de um mês após a resolução de uma lesão tecidual aguda ou acompanhar uma lesão que não cura.
Um dos tipos de dor que acomete a população com mais frequência e que é responsável pela busca de atendimento médico é a dor de causa ortopédica, dentre as quais estão a bursite (inflamação das bolsas que protegem as articulações), artroses (desgaste da cartilagem articular – coluna, joelho, ombro e quadril), fibromialgia (dor e fraqueza generalizada), fascite plantar (esporão do calcâneo), tendinopatias, bursite trocantérica (quadril), epicondilite lateral e medial (cotovelos).
O médico ortopedista, Dr. Vagner Messias Fruehling, especialista em ombro e cotovelo do Hospital VITA, explica que a primeira opção para tratar a dor é o uso de medicamentos, porém, quando esses não surtem o efeito esperado, buscam-se outras formas de terapia, as quais variam de acordo com o problema, já que cada uma possui um tratamento específico.
O especialista usa como exemplo a bursite no ombro, que, inicialmente, é tratada com fisioterapia, medicações via oral e, às vezes, anti-inflamatórios injetáveis em glúteo, e que a infiltração é prescrita somente quando as demais formas de tratamento não foram efetivas. “Alguns pacientes têm a dor cronificada, isto é, quando persistem por algumas semanas”, alerta o Dr. Vagner. Para os casos que não respondem bem ao tratamento inicial, o ortopedista lista outras condutas podem ser oferecidas para amenizar a dor:
Infiltração – O termo é usado para o procedimento que utiliza injeção de alguma substância no local afetado. Pode ser realizado como tratamento para várias doenças e, muitas vezes, uma aplicação já oferece alívio por meses ou anos. “Outras vezes, infelizmente a resposta é parcial e/ou a duração da efetividade é curta. O tratamento pode ser usado em casos de bursite e de artrose”, explica o Dr. Vagner.
Segundo o médico, as substâncias mais comumente aplicadas na infiltração são o corticoide e o ácido hialurônico (viscossuplementação). A viscossuplementação tem uma expectativa de melhora dos sintomas de seis meses a um ano. Já o corticoide, por ser anti-inflamatório, visa reduzir as inflamações das áreas em que é usado. “É importante que haja um planejamento terapêutico, pois outras medidas são pensadas para se tratar a doença de base. A fisioterapia e as medidas de reforço muscular são importantes para após a melhora da dor com a infiltração, pois as inflamações na maioria das vezes têm uma causa para o seu surgimento, acrescenta o ortopedista”.
Na maioria das vezes a infiltração é realizada no consultório médico, com anestesia local e tem uma duração de 15 minutos. O Dr. Vagner esclarece que apesar de sair do consultório sem precisar imobilizações após a infiltração, é recomendado ao paciente que não faça esforços no dia que foi feito o procedimento ou por alguns dias. Além disso, segundo o especialista, a taxa de complicações é baixa quando realizada por alguém capacitado, porém não se pode dizer que é isento de risco. Dor no local da aplicação e alergia a algum componente estão entre as que podem ocorrer.
Bloqueios de pontos de gatilho – O procedimento é indicado para as dores musculares localizadas. Os trigger points são pontos de dor muscular causados pela contratura e estão associados a algumas condições clínicas como a fibromialgia e em algumas ocasiões ocorre independente de trauma, esforço ou procedimentos. O médico acrescenta que esse bloqueio de pontos de gatilho é feito com anestésico local e tem o objetivo de diminuir a contratura da área e modular a transmissão de dor para que ocorra alívio dos sintomas. O procedimento é feito no consultório, dura entre 10 a 15 minutos. Indica-se repetir semanalmente (total de três), mas alguns pacientes já melhoram com uma sessão apenas.
Terapia por ondas de choque – O Dr. Vagner frisa que não é o “choquinho” da fisioterapia. São ondas mecânicas geradas por um aparelho que são destinadas ao tecido onde estão sendo aplicadas. O aparelho gera vibrações, que têm a finalidade de melhorar a circulação tecidual, interferência no processo de persistência da dor e aumento da produção de colágeno. Isso em conjunto proporciona um amplo uso, como na fascite plantar, tendinopatias, bursite trocantérica, epicondilite lateral e medial. As ondas de choque têm a mesma ação da litotripsia, que seria o procedimento para quebrar cálculo renal. “Na ortopedia, de forma semelhante, as ondas de choque servem como tratamento para calcificação no ombro (tendinite calcária), sendo uma das principais indicações. Feito em consultório, não necessita anestesia e não existem aplicações de substâncias”, complementa o médico.
Bloqueios de nervo – Tem por objetivo diminuir a frequência do impulso doloroso em uma região. O bloqueio de nervo é a aplicação de anestésico e outras substâncias ao redor dos nervos que fazem a sensibilidade de uma articulação. O Dr. Vagner detalha que é realizado em consultório, com anestesia local, utilizando a ultrassonografia para identificar a área do nervo e aí sim fazer a aplicação. Utiliza-se para controlar a dor crônica como o que acontece nas artroses (quadril, joelho, ombro). A técnica também pode ser realizada no controle de dor aguda em capsulite adesiva (ombro congelado) e algumas fraturas ou tendinite calcária.
Denervação I Rizotomia I Crioanalgesia I Radiofrequência – A denervação, segundo o ortopedista, é o procedimento que tem por objetivo impedir a transmissão de um impulso nervoso. Isso propicia a melhora da dor, com expectativa de até 70% por um período de até dois anos. Enquanto a radiofrequência faz a denervação por calor, a crioanalgesia e a crioablação faz a denervação por refrigeração tecidual. Já a rizotomia é a denervação feita na coluna, podendo ser por radiofrequência ou crioablação. Várias situações podem ser tratadas com esse procedimento, como as artroses de joelhos, ombro, de coluna e artrose da articulação sacroilíaca. Frequentemente é realizada em centro cirúrgico (como em casos que envolvem coluna), mas pode ser feita em consultório para algumas situações clínicas, com anestesia local, com duração do procedimento de aproximadamente uma hora.
Radiofrequência transcutânea – O efeito que se busca é alívio da dor pela modulação da transmissão do impulso nervoso que conduz a dor. Esse tipo de procedimento não requer anestesia e é feito em consultório. São posicionados eletrodos na área dolorosa e um aparelho dá início ao tratamento com a radiofrequência. “Não é o mesmo equipamento do TENS (choquinho) usado na fisioterapia, apesar da semelhança em posicionamento de eletrodos. A radiofrequência transcutânea não necessita anestesia e é feita em poucos minutos”, acrescenta o médico.
Proloterapia – O especialista relata que é um procedimento antigo, com mais de 40-50 anos, sendo uma terapia em que se busca a proliferação tecidual. A aplicação de ortobiológicos, como PRP, célula mesenquimal/células-tronco e dextrose têm por objetivo o estímulo para regeneração tecidual ou proliferação de colágeno. Pela ação, tem efeito modulador de substâncias inflamatórias, trazendo a expectativa de melhora da dor. “Pode ser feito em consultório dependendo da complexidade do procedimento, com anestesia local e algumas vezes, dependendo do que será programado, é necessária mais de uma aplicação”, ressalta.
Mesoterapia – “Muitos conhecem a mesoterapia como um procedimento estético, mas é uma das alternativas para controle da dor”, salienta o médico. É uma técnica médica em que se aplicam substâncias, inclusive anestésico, em tecido intradérmico. O objetivo é a dessensibilização da região acometida pela dor e, consequentemente, melhora dos sintomas. É necessária mais de uma aplicação para que haja melhor resposta ao tratamento. Utilizado para controle de dores causadas por bursites, tendinites, artroses, dores miofasciais, dores em cicatrizes ou por distrofia simpático-reflexa (dor complexa regional). O procedimento é realizado em consultório e tem duração aproximada de 30 minutos por sessão.
Viscossuplementação – O médico do Hospital VITA destaca que o procedimento ganha cada vez mais espaço nos consultórios de ortopedia. É um tipo de infiltração em que é utilizado o ácido hialurônico – substância que é produzida pelas articulações e serve para lubrificar e diminuir as pressões sobre as estruturas, favorecendo o movimento harmônico. A artrose é a principal doença em que se utiliza a técnica, sendo realizada geralmente no joelho e quadril. Feito em consultório com anestesia local, faz-se uma a três aplicações (espaçadas de uma semana). A aplicação do ácido hialurônico favorece que haja redução da inflamação local e melhora a qualidade do líquido de lubrificação articular, diminuindo o atrito entre as estruturas já desgastadas, já que, de acordo com o ortopedista, esse tende a ficar “mais fino” com a presença da artrose.
O médico explica que o resultado depende muito do grau de acometimento articular, sendo a viscossuplementação indicada para graus leves a moderados de desgaste articular. Alguns pacientes têm melhora na primeira semana, porém outros só vão perceber alívio seis semanas após a aplicação. Alguns pacientes, infelizmente, podem perceber pouco ou nenhum alívio. Outras medidas são importantes para que se tenha uma resposta mais perceptível, como fisioterapia, alongamentos, reforço muscular e controle do peso corporal. O Dr. Vagner salienta que a aplicação tem baixo risco de complicações, sendo o mais frequente desconforto com algum grau de inflamação nos primeiros dias.
O Dr. Vagner alerta que alguns pontos são importantes no tratamento da dor, pois muitas vezes ela está cronificada. Ele frisa que é fundamental a avaliação ortopédica inicial para que se busque as possíveis origens e que alguns dados clínicos importantes são muitas vezes identificados com as consultas subsequentes, havendo dificuldade em precisar a localização exata da dor ou as causas. De acordo com o especialista, também é possível dores com mais de uma causa em um mesmo lugar, como por exemplo, um paciente ter dor no ombro por origem miofascial, hérnia de disco na coluna cervical e ainda distúrbios do próprio ombro. “Os tratamentos costumam ser multidisciplinares, sendo a fisioterapia importante em todas as fases e muitas vezes é necessário planejar procedimentos simultâneos no combate à dor”, conclui o Dr. Vagner.
Sobre o Hospital VITA – A primeira unidade da Rede VITA no Paraná foi inaugurada em março de 1996, no Bairro Alto, e a segunda em dezembro de 2004, no Batel. O VITA foi o primeiro hospital brasileiro a conquistar, no início de 2008, a Acreditação Internacional Canadense CCHSA (Canadian Council on Health Services Accreditation). A certificação de serviços de saúde avalia a excelência em gestão e, principalmente, a assistência segura ao paciente. Além disso, o VITA é um dos hospitais multiplicadores do Programa Brasileiro de Segurança do Paciente (PBSP), que visa disseminar e criar melhorias inovadoras de qualidade e segurança do paciente. Integra também o grupo de hospitais da Associação Nacional de Hospitais Privados – ANAHP. O VITA oferece atendimento 24 horas e é referência nas áreas de cardiologia, cirurgia geral, neurologia, cirurgia bariátrica, medicina de urgência, urologia, terapia intensiva e traumato-ortopedia. Além disso, dispõe de um completo serviço de medicina esportiva, prestando atendimento a atletas de diversas modalidades; serviço de oncologia; Centro Médico e Centro de Diagnósticos. Para garantir um alto nível de qualidade nos serviços prestados aos pacientes, o VITA tem investido em ampliação da infraestrutura, tratamentos com equipes multidisciplinares, modernização dos equipamentos, humanização no atendimento, qualificação dos profissionais e segurança assistencial. www.hospitalvita.com.br