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Dia das Crianças: especialista dá dicas de como as marcas podem atingir o público infantil usando o marketing de forma ética e eficaz

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Com a proximidade do Dia das Crianças, o mercado entra em um período de forte aquecimento, impulsionado por altas expectativas de vendas. De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em 2023, o comércio movimentou aproximadamente 18,8 bilhões de reais, um aumento significativo em relação aos 13,7 bilhões registrados no ano anterior. A tendência de crescimento deve continuar em 2024, trazendo grandes oportunidades para os setores de brinquedos, eletrônicos, vestuário infantil, além de entretenimento e alimentação, que se destacam como os principais beneficiados nessa época do ano.

O especialista em marketing e estratégia de negócios, Frederico Burlamaqui aponta que o público infantil possui um poder de influência significativo nas decisões de compra da família, especialmente quando se trata de presentes e produtos relacionados ao lazer e entretenimento. “A importância das ações de marketing voltadas para o público infantil vai além da mera venda de produtos, pois também estabelece o branding da marca desde cedo, criando fidelidade a longo prazo. No entanto, as campanhas precisam ser planejadas com cuidado, considerando tanto a sensibilidade do público quanto às restrições legais”, afirma.

Frederico explica que o Dia das Crianças não apenas movimenta o mercado, como também serve como um termômetro para avaliar a capacidade das marcas de inovar e se conectar de maneira ética e estratégica com um público tão influente e, ao mesmo tempo, tão protegido. “Algumas empresas têm apostado em diferentes estratégias, que envolvem desde a criação de produtos personalizados até campanhas multicanal em redes sociais, TV, e até mesmo no universo dos jogos online e aplicativos voltados para crianças. É preciso ter em mente que as marcas precisam ser autênticas e criar uma conexão emocional com as crianças, utilizando uma comunicação simples e divertida. Além disso, o uso de influenciadores mirins, youtubers e personagens licenciados tem se mostrado uma forma eficaz de alcançar esse público”, comenta o especialista.

Legislação sobre publicidade infantil

Entretanto, quando se trata de marketing infantil, há uma série de regras e leis que limitam e orientam as ações de publicidade para este público. No Brasil, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) impõem diversas restrições à publicidade direcionada a menores de 12 anos, protegendo-os de possíveis abusos comerciais. “A publicidade voltada para crianças é um campo sensível, pois envolve o desenvolvimento e a formação de valores desde cedo. As empresas precisam seguir à risca as normas para não caírem em polêmicas e, ao mesmo tempo, criar campanhas que respeitem a inteligência das crianças. Um exemplo recorrente de polêmica é o uso exagerado de personagens ou de brindes para atrair o público infantil, o que pode ser considerado um incentivo ao consumismo precoce. Por isso, as marcas devem equilibrar inovação com responsabilidade social nas suas ações”, afirma Burlamaqui. “O cenário é promissor, mas o caminho a ser seguido envolve tanto criatividade quanto um cuidado rigoroso com as regras. O Dia das Crianças é uma excelente oportunidade de negócios, mas é também um momento para as marcas fortalecerem sua relação com os consumidores, criando experiências memoráveis que respeitem os limites da publicidade infantil”, finaliza.

Estratégias de marketing para o Dia das Crianças 

Marketing de Influência

O uso de influenciadores digitais mirins tem se tornado uma das principais estratégias para atingir o público infantil de forma eficaz, já que crianças e adolescentes consomem cada vez mais conteúdo online, e muitos se identificam com influenciadores que têm idades próximas às suas. Esses influenciadores falam a mesma linguagem, compartilham gostos em comum e conseguem construir uma relação de confiança e proximidade com seus seguidores. Isso gera um alto nível de engajamento, pois as crianças veem os influenciadores como figuras aspiracionais. Porém, é importante que as marcas se atentem à ética nesse tipo de parceria, evitando promover o consumismo exacerbado e respeitando as regras de publicidade para menores.

Branded Content

O branded content é uma ferramenta poderosa para criar uma conexão mais profunda entre a marca e seu público-alvo. No caso do público infantil, é fundamental que o conteúdo seja lúdico, divertido e, ao mesmo tempo, educativo, garantindo que a criança se interesse de maneira genuína pelo material. Isso pode ser feito por meio de vídeos, histórias interativas, livros ou até jogos que promovam a marca de forma não intrusiva. A chave para o sucesso desse tipo de conteúdo é equilibrar o entretenimento com o valor percebido pelos pais, que geralmente são os decisores finais de compra. Quando feito corretamente, o branded content não apenas aumenta a visibilidade da marca, mas também fortalece sua reputação e seu relacionamento com a família.

Gamificação

Ao incorporar elementos de jogos — como pontuações, níveis, desafios e recompensas — em campanhas de marketing, as marcas conseguem capturar a atenção das crianças de forma dinâmica e interativa. Aplicativos e jogos digitais têm sido amplamente utilizados para promover produtos e serviços, criando um ambiente no qual as crianças interagem com a marca de forma divertida e engajante. Além disso, esse tipo de estratégia costuma prolongar o tempo de exposição da criança à marca, já que os jogos costumam gerar alto nível de engajamento. No entanto, é importante que a gamificação seja planejada de maneira ética, sem explorar o comportamento compulsivo de crianças.

Experiências interativas

As experiências interativas são uma forma eficaz de envolver o público infantil, permitindo que as crianças interajam diretamente com a marca. Essas experiências podem ser promovidas tanto em eventos presenciais quanto online. Em eventos físicos, as marcas podem criar ambientes temáticos e estações de atividades que estimulem a curiosidade e a criatividade das crianças. Já no ambiente digital, tecnologias como realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) oferecem novas possibilidades de interação. Por exemplo, campanhas que permitem às crianças “experimentar” produtos virtualmente ou participar de competições online criam momentos memoráveis e fortalecem o vínculo emocional com a marca. As experiências imersivas e interativas têm o potencial de transformar uma simples campanha em uma experiência marcante que perdura na memória da criança e de sua família.

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