Muito além do prover luminosidade, principalmente nos períodos noturnos, o projeto luminotécnico interfere no bem-estar dos usuários e na proposta visual dos espaços
Nas residências, a iluminação não atua ‘apenas’ por sua função de prover claridade aos ambientes: assim como a trilha sonora em um filme, sua presença muda a perspectiva do local, a arquitetura de interiores e desperta sensações. “Pense nela como a magia que transforma uma cena comum em um espetáculo inesquecível”, parafraseiam as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, da Dantas & Passos Arquitetura.
Ainda de acordo com elas, a escolha do tipo – seja um LED embutido, um pendente, um lustre ou uma luminária de piso, por exemplo –, agrega originalidade e criatividade ao décor. “Essas opções assumem os seus papeis tanto para criar pontos focais, somar com a paleta de cores do projeto ou complementar o décor”, pontua Danielle.
E ao contrário do que a maioria imagina, sua concepção não entra nas etapas finais da reforma. Segundo Paula, o momento ideal é logo após a definição do layout, uma vez que a partir daí ela e sua sócia tem em mãos as dimensões e as funções de cada ambiente devidamente estabelecidas. “Não podemos desconsiderar que tudo está interligado”, analisa. “Dessa maneira, aumentarmos a eficiência do projeto e valorizamos o décor”, complementa. “A ideia é ir além do óbvio com a luz central no ambiente. A iluminação feito por um profissional especializado vai além da funcionalidade técnica, proporciona sensações e bem-estar “, dia Paula Passos.
A seguir, acompanhe as orientações que elas destacam sobre o que considerar nos cômodos:
Áreas de convívio: Salas de estar, jantar e varanda
Considerando que o propósito é oferecer uma atmosfera aconchegante e agradável – tanto para situações em que o morador recebe convidados, como para o descanso –, ambas são enfáticas ao levar em conta o uso de lâmpadas de cores mais quentes. Além disso, é interessante direcionar a iluminação em pontos específicos como mesas de centro, laterais ou de jantar, bem como objetos decorativos. “Esses artifícios realçam aquilo que a ser notado e deixa a decoração ainda mais gostoso”, explica Paula.
Para áreas de circulação, elas indicam a instalação de lâmpadas mais suaves de maneira a entregar equilíbrio e apoio em momentos noturnos. “Quando um morador acorda para tomar uma água, por exemplo, a luz forte pode despertá-lo e comprometer a noite de sono”, pontua Danielle.
Cozinha
Em um cômodo voltado para tantas atividades práticas, o projeto luminotécnico deve ser eficiente, difuso e claro para assegurar a visibilidade adequada. No entanto, elas recomendam que a iluminação focada esteja em área específicas como a área do cooktop ou fogão, a bancada da pia e de apoio, além dos armários suspensos.
Banheiro
Muito além das demandas de higiene pessoal, o banheiro se tornou uma extensão do closet e um ambiente para o autocuidado. Pensando nessa versatilidade, Danielle e Paula aconselham o emprego de uma luz geral uniforme, clara e intensa para a obtenção de uma boa visualidade, somadas com luzes direcionadas acima da bancada e na frente dos espelhos. “Esse cuidado elimina as sombras que atrapalham durante a maquiagem ou o barbear”, alerta Danielle. Par tanto, esse efeito é alcançado por meio da retroiluminação (com a luz no próprio espelho) ou com uma estrutura, atrás do espelho, para alojar a fita de LED que entregará um efeito indireto e, ao mesmo tempo, difuso e uniforme.
Dormitórios
Serenidade e relaxamento são as tônicas da iluminação para os dormitórios. De modo geral, o ambiente deve contar com lâmpadas de cores quentes, com temperatura entre 2700K a 3000K, acrescida por luzes indiretas, categoricamente posicionadas.