As arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, do escritório Dantas & Passos Arquitetura, analisam os pontos que ajudam o morador a decidir pelo estilo do futuro imóvel
A escolha entre morar em uma casa ou um apartamento é uma das decisões mais importantes para quem está adquirindo o primeiro imóvel ou planejando uma mudança. Para muitos, a liberdade e o espaço amplo de uma casa são grandes atrativos, enquanto outros estão em busca da segurança e a praticidade que um apartamento pode oferecer. Essa escolha vai refletir não apenas preferências estéticas, mas também o estilo de vida, a rotina e as prioridades de cada indivíduo ou família.
“Para começar, entender o que se espera do futuro lar é o ponto de partida para tomar uma decisão acertada. O que pode ser ideal para uma família pode não atender às expectativas de uma pessoa que vive sozinha”, explicam as arquitetas Paula Passos e Danielle Dantas, à frente do escritório Dantas & Passos Arquitetura, e por isso, a dupla destaca os principais pontos positivos e negativos de cada tipo de moradia, auxiliando os futuros proprietários a escolher o imóvel que melhor se adequa às suas necessidades e sonhos.
Qual a melhor decisão?
Ao considerar uma mudança, Paula e Danielle sugerem uma análise detalhada das preferências e necessidades pessoais, pois cada morador ou família tem um estilo de vida e é fundamental entender o que se busca em termos de conforto, praticidade e qualidade de vida antes de decidir entre uma casa ou apartamento. Para obter algumas dessas respostas, as profissionais exemplificam algumas perguntas:
- Prefere um ambiente mais tranquilo e privado ou valoriza a proximidade de vizinhos e serviços?
- Trabalha em home office ou passa a maior parte do dia fora?
- Ter um quintal, jardim ou espaço para plantar seria algo importante para você? Está disposto a lidar com tarefas como a manutenção de jardins, garagens ou telhados?
- Se sentiria mais seguro em um local com portaria e sistema de vigilância 24 horas ou prefere investir em segurança e manutenção de uma casa?
- Precisa de um espaço maior para confraternizações com amigos e familiares?
- Considera importante ter espaço ao ar livre para seu pet ou ficaria bem com as regras de um condomínio?
Essas e outras questões mais profundas vão criar um perfil sólido que vai ajudar na hora de decidir entre um apartamento ou casa. Mais além das características do imóvel em si, é essencial avaliar o entorno. Aspectos como a infraestrutura do bairro, o perfil da rua (se tranquila ou movimentada) e a distância até o trabalho ou a escola das crianças são fatores cruciais na decisão. “Em grandes cidades como São Paulo, o tempo de deslocamento diário é um ponto decisivo. Se a casa dos sonhos está em um condomínio muito afastado, pode se tornar um fardo devido ao longo trajeto até o trabalho”, alerta Danielle.
Raio X – morar em casa
Ao escolher por uma casa, liberdade, privacidade e tranquilidade com a não ocorrência de barulhos de vizinhos do andar superior arrastando móveis fora de horário, o toc toc do salto e música com volume alto são certezas. Além disso, a possibilidade de criar animais com mais conforto, cultivar plantas (o prazer de mexer na terra do quintal) e ter um espaço mais amplo para quem adora receber convidados em casa são atrativos que apenas as residências oferecem em plenitude. Além disso, morar em casa também possibilita um maior controle das despesas da família, já que não existe o custo mensal do condomínio. “Com essa economia, é possível investir em possíveis melhorias mais para frente”, direciona Danielle.
No contraponto, a segurança é a primeira das desvantagens de morar em casa. Por não existir a estrutura de vigilância de um edifício, faz-se primordial destinar um valor considerável para a instalação de cerca elétrica, bem como sistemas de alarmes e vigilância. A limpeza de área externa e garagem também podem ser consideradas pontos negativos, já que em apartamento o condomínio é incumbido pelos cuidados da parte interna. “No tocante à manutenção, é preciso sempre observar o estado de conservação de telhado, pintura externa da fachada e caixa d’água, entre tantos tópicos”, esclarecem as arquitetas.
Pensando no dia a dia, habitar em uma casa implica também em comprar botijões de gás, já que muitas não contam com o sistema de gás encanado existente nos prédios. E para as famílias que ficam ausentes durante todo o dia, o fato de não haver uma portaria pode dificultar o recebimento de encomendas – muito frequentes em função das compras online. Além disso, a preferência por residências pode afastar o morador das regiões onde estão concentrados os escritórios, restaurantes, shoppings ou mesmo o acesso facilitado ao transporte público. “Tudo é mesmo uma questão de escolha e ser feliz com ela”, salienta Paula.
Raio X – morar em apartamento
O morar em apartamentos implica em considerar a praticidade e segurança em função dos muros altos, controle de portaria e todo sistema de monitoramento adotado pelos edifícios. O lazer também é um tema que agrega, já que o conceito mais atual dos empreendimentos prevê uma ampla estrutura, semelhante aos clubes, que comporta por área gourmet, salão de festas, quadras, playgrounds, saunas, academias e piscinas (inclusive aquecidas).
Para quem viaja muito, ou passa o dia todo fora de casa, a aquisição de um apartamento promove a confiança de um lar sem o mesmo risco de assaltos que as casas estão submetidas. Limpeza e manutenção também são vantagens para quem mora em prédio, pois embora o valor do condomínio possa ser oneroso, a tarifa já inclui o cuidado com as áreas comuns do prédio.
Porém, nem tudo são flores, já que na maioria dos casos apartamento é sinônimo de um espaço menor dentro do lar. Em função disso, o imóvel demanda um projeto com soluções para organizar a rotina, bem como uma série de adaptações. Aos moradores com pets, faz-se indispensável seguir as normas que regem o estatuto dos condomínios. “Alguns, por exemplo, não aceitam animais de estimação de grande porte”, alerta Paula.
Tem quem reclame também da falta de privacidade, tanto com as janelas, como com os ruídos. Construídos ‘parede com parede’, não é incomum conviver com situações como a briga de vizinhos e outras ocorrências relacionadas ao dividir uma vida ao lado de vizinhos. O respeito às regras é premissa, já que não seguir questões como a lei do silêncio após as 22h pode resultar em multas. “Além de um mal-estar que não deixa o clima propício”, finaliza Danielle.
Dantas & Passos Arquitetura
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