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Novo tratamento promete reduzir casos de cegueira por catarata

Novo tratamento promete reduzir casos de cegueira por catarata

Estudo mostra que embora não substitua a cirurgia, novo colírio melhora 66,7% dos casos de catarata inicial. Entenda.

Novo tratamento promete reduzir casos de cegueira por catarata

Pela primeira vez estamos mais próximos de um tratamento pouco invasivo para catarata inicial que pode melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas que aguardam pela cirurgia, único tratamento efetivo para a condição. Estudo publicado no American Journal of Ophthalmology mostra que um colírio experimental testado pelo FDA, melhora a visão de contraste em ambientes pouco iluminados de 66,7% dos casos de catarata inicial.

Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier de Campinas, a comprovação da eficácia deste colírio em levantamento conclusivo que já está sendo planejado pelos pesquisadores  é de grande importância para a saúde pública. No mundo todo, afirma, o envelhecimento da população acontece em uma velocidade muito maior que a geração de recursos médicos para atender à demanda. “Isso explica, porque a catarata responde no Brasil por 49% dos casos de cegueira. Além disso, é a cirurgia eletiva mais praticada no Brasil e a que tem a maior fila de espera no SUS (Sistema único de Saúde)”, pontua.  A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que globalmente só 17% dos que têm catarata recebem o tratamento em tempo adequado. Por isso, a condição que atinge 94 milhões de pessoas no mundo e responde por 51% dos casos de perda da visão. “Para quem aguarda pela cirurgia, toda terapia que diminua a opacidade da visão melhora a autonomia e a segurança”, pontua.

Como foi feita a pesquisa

A pesquisa avaliou 41 olhos durante seis meses. Desses 20 usaram placebo e 21 instilaram quatro vezes ao dia colírio contendo 2,6% de ácido etilenodiaminotetracético dissódico com metilsulfonilmetano, também conhecido como C-KAD.

O colírio contendo C-KAD melhorou a visão de contraste em ambientes de baixa luminosidade de 67% dos participantes e proporcionou alguma melhora na acuidade visual. O resultado indica que a medicação desacelera a progressão da doença. O resultado foi tão positivo que os pesquisadores já se preparam para um levantamento maior visando a aprovação da medicação pelo FDA (Food and Drug Administration) autarquia americana similar à ANVISA no Brasil.

O que é a catarata, sintomas e causas

Queiroz Neto afirma que a partir dos 50 anos todos nós vamos ter catarata, uma consequência natural do processo de envelhecimento em que as proteínas do cristalino sofrem degeneração e formam aglomerados que tornam a da lente do olho progressivamente opaca. A condição, comenta, é multifatorial e tem progressão lenta que pode durar mais de uma década. A dificuldade de enxergar em ambientes escuros, troca frequente de óculos, visão de halos ao redor das luzes, cegueira momentânea com faróis contra, a falta de visão de contraste e de detalhes sinalizam o momento para operar.

A catarata, pontua, pode ser de vários tipos.  Senil relacionada ao envelhecimento é a mais frequente, geralmente percebida a partir dos 65 anos; Congênita quando surge na primeira infância; Traumática, em caso de pancadas ou ferimentos cirúrgicos no globo ocular, inclusive cirúrgicos; Uso contínuo de alguns medicamentos, como por exemplo, corticoides;  Condições como a alta miopia e o diabetes; Exposição ao sol sem proteção UV;  Consumo excessivo de sal; Tabagismo. Por isso a evolução varia de uma pessoa para outra, mas quem viver terá catarata.

Tratamento

“O único tratamento efetivo é a cirurgia uma das áreas da Oftalmologia que mais agregou novas tecnologias”, salienta. O procedimento, ressalta, substitui o cristalino opaco do olho por uma lente intraocular. Pode eliminar definitivamente o uso de óculos pelo implante de lente multifocal que tem vários tipos para se adequar às condições de refração de cada paciente. A cirurgia tem duração de 20 a 30 minutos, é feita com anestesia local e sedação, sem necessidade de internação. O mais importante para uma boa recuperação, é utilizar os colírios após o procedimento conforme a prescrição médica.

 

Melhora da saúde sistêmica e emocional

Se você tem medo de operar Queiroz Neto faz um alerta. A cirurgia de catarata melhora não só a visão, como nossa saúde sistêmica e emocional. Isso porque, há evidência científicas de que após a cirurgia nossos olhos entregam durante o dia três vezes mais luz azul para as células da retina e para o núcleo supraquiasmático do cérebro que responde pela visão e todas as nossas funções biológicas no período de 24 horas.  A maior entrega de luz azul para a retina, explica,  estimula a produção de melanopsina que está associada ao aumento da circulação da melatonina , hormônio indutor do sono. A quantidade certa de luz também contribui com a produção equilibrada da serotonina e endorfina que alivia o stress e regular o humor. Por isso, cuide bem de sua visão para ter mais qualidade de vida , conclui.

eutropia@ldccomunicacao.com.br

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