Exercícios também ajudam a adiar o desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares
O principal vilão silencioso do corpo é a pressão arterial, que não dá sinais de que tem algo errado, mas pode causar diversos danos ao coração. Entretanto, segundo um estudo recente publicado no Science Daily, praticar poucos minutos de atividade física diariamente pode ajudar na redução da pressão arterial, melhorar a qualidade de vida e adiar os problemas cardíacos.
Atualmente, cerca de 28% da população brasileira convive com pressão alta, de acordo com dados do Ministério da Saúde. “Entre os fatores de risco que contribuem para a alta incidência das doenças cardiovasculares está a hipertensão arterial descontrolada, responsável por 80% dos óbitos por AVC e 60% por infarto agudo do miocárdio”, explica a Dra. Cristina Milagre, cardiologista e médica do esporte do Hcor.
Entretanto, antes de iniciar qualquer atividade física, uma pessoa, sedentária ou não, deve passar por uma avaliação pré-participação esportiva, com orientação do cardiologista sobre qual é a intensidade de atividade física que a pessoa deve fazer, baseada em história clínica, exame físico e exames complementares.
“Exercícios aeróbicos (caminhada, bicicleta, corrida, elíptico, natação) e resistidos, como musculação, pilates, crossfit têm impacto positivo na saúde cardiovascular e diminuem desfechos como infarto, aumento da pressão arterial e colesterol alto. A boa notícia é que, quanto antes começar a praticar atividade física, mais rápido a pressão arterial sofre um efeito benéfico”.
A especialista afirma ainda que a maioria dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares estão relacionados ao estilo de vida, ou seja, são fatores de risco modificáveis. A American Heart Association definiu 8 passos essenciais para melhorar e manter a saúde cardiovascular, o Life’s Essential 8. São eles: alimentação equilibrada, exercício físico, sono de qualidade, controle de glicemia, controle de lípides (colesterol/triglicérides), controle da pressão arterial, cessação do tabagismo e controle do peso.
“Pensando na população geral, raramente a pessoa vai ter uma proibição de realizar atividade física de forma leve a moderada. Muitas vezes, num primeiro momento, se a pressão está alta, ou se está investigando uma possível arritmia ou uma dor no peito, é preciso definir a causa do problema antes. Muitas pessoas pensam de forma equivocada que o exercício físico é perigoso, mas é o contrário, perigoso é ser sedentário. Porém ao realizar exercício físico você coloca o seu corpo em uma condição de estresse, e caso você tenha algum problema silencioso, o exercício pode ser o gatilho para que algo de ruim aconteça. Por isso, devemos realizar uma avaliação prévia e iniciar com intensidade leve a moderada, aumentando a intensidade e a duração dos treinos de forma gradativa”, alerta a Dra. Cristina Milagre.
Caso a pessoa sinta dor no peito desencadeada por esforço físico ou após a realização do mesmo, sensação de palpitação, tontura ou falta de ar ao fazer exercício físico, é fundamental suspender a atividade e realizar uma avaliação médica. Esses sintomas podem corresponder a algum problema cardíaco que necessita de investigação/tratamento.
Desta forma, mesmo que a pessoa esteja sedentária, qualquer movimentação do corpo durante o dia, como evitar o elevador, subir escadas e caminhar mais já trazem benefícios à saúde.