Para a maioria, o Brasil é o país do Carnaval. As imagens de foliões e de desfiles majestosos percorrem o planeta e já transformaram o país num dos principais destinos para turistas do mundo todo quando se trata de celebrar o Carnaval. O que muitos não sabem é que essa festa popular possui raízes e origens em outros países e que o Carnaval também é festejado com pompa, gala e muita alegria em diversas outras partes do mundo. Segundo historiadores, o Carnaval existe há 3 mil anos, com origem na Grécia Antiga. Os gregos cultuavam Dionízio, o deus ligado ao vinho e aos prazeres mundanos. A festa envolvia comemorações nas ruas, com muita música e roupas especiais. A ligação da festa pagã com o cristianismo só surgiu tempos depois. Segundo a Britannica Digital Learning®, “em muitos países católicos romanos, o período de festas que marcam os últimos dias antes da Quaresma é conhecido como Carnaval. É uma celebração dos excessos da vida antes da austeridade da temporada da Quaresma”.
No Brasil, o Carnaval surgiu durante o período colonial, mas foi só na metade do século XIX, quando começou a se basear nas festas européias, que ganhou semelhança com o Carnaval que é praticado hoje, nas ruas e sambódromos. A tradição cultural mais popular do mundo se espalhou e hoje já ganhou importância, entrando para o calendário oficial em inúmeros países. Um dos principais destaques fica por conta do Carnaval de Nova Orleans, no estado da Luisiana (EUA). Lá o Carnaval também é conhecido como Mardi Gras, (terça-feira gorda em francês). Segundo a Britannica Digital Learning®, o nome vem do fato de que o festival culmina com a terça-feira antes da quarta-feira de cinzas. Os franceses católicos que se fixaram naquela região trouxeram um antigo costume de seu país natal: consumir todas as gorduras existentes na casa antes de começar a Quaresma, quando, normalmente, muitos católicos se sacrificam em jejuns e evitam certos alimentos. Depois da festa se tornar proibida por conta dos excessos, ela voltou para o calendário oficial e a popularidade do Carnaval cresceu tanto que se transformou na maior folia do gênero nos Estados Unidos. Os milhões de turistas que visitam a cidade para participar do festival são o pilar da economia de Nova Orleans. Por lá, a temporada de Carnaval se inicia em 6 de janeiro e termina com as festividades do Mardi Gras, que começam entre dez dias a duas semanas antes da Terça-Feira Gorda.
Veneza, na Itália, tem um dos carnavais mais tradicionais do mundo. As máscaras são o elemento mais importante da festividade. No século XVI, a nobreza se disfarçava com elas para sair e se misturar ao povo. A versão italiana do Carnaval tem dez dias de festas, com bailes em exclusivos salões e desfiles pela cidade. Os figurinos usados reproduzem o estilo da nobreza dos séculos passados, com trajes luxuosos. Ao contrário de outras comemorações dessa natureza, que nascem, principalmente, da mobilização popular, esta celebração é originalmente promovida pela elite. No passado, o uso intensivo das máscaras era motivo de polêmica. Contraventores e assassinos se aproveitavam do disfarce para cometer crimes. O acessório chegou a ser proibido no século XVII, sendo liberado tempos depois. Os milhões de turistas que participam da folia fazem questão de usá-lo, o que acaba inflacionando o preço das máscaras. A mais consumida é a famosa ‘bauta’, máscara branca no formato de um bico, complementada por um chapéu de três pontas.
Outros países, nos mais variados cantos do mundo, também possuem o seu jeito de festejar o Carnaval. Veja alguns exemplos:
Basileia – Suíça
Uma das mais importantes cidades da Suíça, Basileia comemora o Carnaval de forma bem expressiva. A festa é realizada na última segunda-feira antes da Quaresma e começa às 4h da manhã, com as pessoas saindo às ruas fantasiadas e com lanternas para acompanhar os desfiles. As ruas ficam cheias, todos curtindo as bandas locais com músicas folclóricas.
Porto Príncipe – Haiti
Num país sempre castigado pela pobreza e instabilidade política, os haitianos enxergam no Carnaval uma oportunidade para esquecer a dura realidade e se entregar à diversão e folia. Um dos destaques são as canções satíricas, com protestos a respeito de algo. A festa é prolongada: durante três semanas os haitianos comemoram nas ruas, com direito a fantasias, desfiles e muita música.
Quito – Equador
No Equador, a tradição carnavalesca é um pouco diferente das demais. Com origem num antigo costume dos índios huarangas, os desfiles trazem flores e frutas. Os jovens se divertem usando roupas típicas e promovendo guerras com balões de água e, às vezes, até farinha. A festa dura duas semanas.
Ptuj – Eslovênia
Na Eslovênia, o Carnaval mistura a cultura ocidental com o paganismo eslavo, tornando a festa uma das mais diversificadas que existem. A figura principal é o Kurent, uma fantasia com uma máscara monstruosa. Na quarta-feira de cinzas, os foliões promovem o enterro do pust, boneco que simboliza todos os males.
Bonn – Alemanha
A festa mais tradicional na Alemanha é a de Bonn, com desfiles, fantasias e máscaras que as pessoas usam para se esconder do diabo, que fica solto durante a folia. Apesar da tradição da capital alemã, a celebração se espalha pelo país, atingindo tanto os grandes centros urbanos, quanto a Floresta Negra e os Alpes.
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