Consultório farmacêutico muda o conceito de farmácia como conhecemos atualmente

A partir das Resoluções 585 e 586 de 2013, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), e da Lei 13.021/14, foi definido o conceito do consultório farmacêutico. Desde então, surgiu um movimento das farmácias para a consolidação de um espaço destinado ao atendimento personalizado do paciente. No consultório farmacêutico, o profissional pode avaliar o conjunto de medicamentos que o paciente está tomando e suas possíveis interações, orientar sobre a melhor forma de tomar a medicação, ouvir o paciente sobre sua evolução clínica, fazer contato com o médico ou outros profissionais da saúde que acompanham o paciente para discutir o tratamento e indicar medicamentos isentos de prescrição.

Quatro anos após sua definição, segundo dados do Censo Demográfico Farmacêutico do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para Farmacêuticos, de 2017, já são mais de 1.500 consultórios farmacêuticos em funcionamento no Brasil, sendo que 135 estão no estado do Paraná. Apesar de ser uma área de atuação farmacêutica que ainda está buscando seu espaço no mercado, é indiscutível que a orientação de um profissional qualificado pode contribuir, e muito, para a saúde da população.

Com interesse e compromisso, o farmacêutico pode criar novos horizontes e seguir uma carreira com maior liberdade, auxiliando ainda mais a população. Para a Presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF-PR), Dra. Mirian Ramos Fiorentin, o consultório farmacêutico está transformando o perfil do profissional no Brasil. “Hoje, precisamos de um Farmacêutico muito mais capacitado, pronto para lidar diretamente com as dúvidas sobre saúde da população. E isso está acontecendo de uma forma muito mais técnica e responsável, porque todos os procedimentos feitos pelo farmacêutico têm de ser registrados e ele é responsável ética e legalmente por esses procedimentos”, afirma.

E não é apenas o profissional que mudou o seu perfil, os estabelecimentos também sofreram alterações. Antes restrita apenas a clínicas e hospitais, as farmácias ganharam aval para a aplicação de vacinas. Graças a uma conquista do CRF-PR e da Secretaria da Saúde do Paraná (SESA-PR), este serviço já era regulamentado no Paraná, e em dezembro do ano passado a Anvisa ampliou esta possibilidade para todo Brasil.

A existência do consultório farmacêutico dentro da farmácia é um assunto que gera muita polêmica e dúvidas entre os profissionais de saúde. Independentemente da interpretação de cada profissional ou setor, quando a farmácia oferece um consultório com serviços farmacêuticos, a principal beneficiada é a população. O atendimento do farmacêutico no consultório não extrapola sua área de atuação, limitado à orientação e acompanhamento do tratamento do paciente. Geralmente é o farmacêutico quem realiza o primeiro contato com o paciente, por estar mais próximo à população, e este novo formato de atendimento facilita o acesso à saúde.

Quando o assunto é saúde, o bom atendimento vai além da simpatia e cordialidade. A orientação farmacêutica é primordial nos balcões das farmácias, pois interfere diretamente na qualidade de vida do paciente. Esse atendimento é resultado de diferentes ações, direcionadas a promoção, proteção e recuperação da saúde.

Serviços

Que atendimentos podem ser feitos nos consultórios farmacêuticos?

· Orientação do paciente sobre como usar medicamentos prescritos;

· Avaliação do conjunto de medicamentos usados pelo paciente quanto à dosagem, horário de consumo e possíveis interações;

· Comunicação com outros profissionais da saúde que atendam o paciente para emitir parecer farmacêutico e discutir tratamentos de forma integrada;

· Encaminhamento de paciente a outros profissionais de saúde;

· Conversa com paciente sobre sintomas e evolução da doença;

· Caso necessário, pedido de exames laboratoriais e realização de procedimentos como medidas de pressão e temperatura;

· Registro de ações em prontuário do paciente;

· Prescrição de medicamentos isentos de prescrição.

Que atendimentos NÃO podem ser feitos nos consultórios farmacêuticos?

· Emissão de receita de medicamentos que exigem prescrição, exceto nos casos previstos na Resolução 586/2013 – CFF;

· Mudança de medicamentos indicados por outros profissionais;

· Realização de procedimentos de execução privativa de outros profissionais.

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