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Bebida alcoólica: Fique atento

O consumo exagerado do álcool faz mal à saúde e isso todo mundo sabe. Mas você sabia que um dos principais órgãos do corpo humano afetado é o fígado? Praticamente tudo que é absorvido pelo intestino acaba passando por ele. Isso acontece com a bebida alcoólica também.

Segundo Eduardo Ramos, cirurgião geral e de transplante do Hospital Nossa Senhora das Graças, aproximadamente 20% das pessoas que ingerem bebida alcoólica em grande quantidade desenvolvem disfunções no fígado. “Essas pessoas apresentam alterações importantes como a esteatohepatite alcoólica aguda, que é o acúmulo de gordura no interior das células do fígado, fibrose e cirrose”, afirma.

Apesar de o corpo demorar em média uma hora para degradar 10 ml de bebida alcoólica, algumas características pessoais podem fazer com que demore mais para ser metabolizado. “Fatores como o peso, se é homem ou mulher, idade, obesidade, metabolismo pessoal, quantidade de alimentos ingeridos juntamente com a bebida, o tipo e a dose da bebida alcoólica e se a pessoa está tomando alguma medicação, fazem o tempo de degradação do álcool variar”, comenta.

Além dos problemas de saúde, tais como a cirrose e a pancreatite aguda, o consumo exagerado de álcool pode ser um perigo para quem faz uso de medicamentos. “As bebidas alcoólicas podem diminuir ou potencializar os efeitos dos medicamentos”, comenta o médico. O mais comum é potencializar os efeitos colaterais causando sintomas como náuseas, tonturas, sonolência e diminuição da habilidade motora”, salienta o especialista.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) não existe um nível seguro para o consumo de álcool. Se a pessoa bebe, há risco de problemas de saúde. Conforme a OMS as pessoas saudáveis podem consumir, no máximo, 30 gramas de álcool por dia. Porém, se a pessoa for hipertensa ou tiver diabetes não poderá beber. Dr. Eduardo Ramos ressalta que, para aqueles que não abrem mão de um happy hour ou qualquer outra bebida em determinados momentos, o ideal é saber consumir sem exageros. “O ideal é o consumo social, em pequena quantidade, nos fins de semana”, conclui.

Cirrose alcoólica
A cirrose alcoólica é causada pela ingestão diária e prolongada de álcool. É considerada uma doença de alcoólatras, no entanto todas as condições que levam a uma inflamação crônica do fígado (alcoólicas ou não) podem resultar nessa patologia. É processo crônico de destruição das células hepáticas, que ocorre de maneira difusa, com formação de cicatrizes e nódulos levando à necrose do órgão.

O único tratamento efetivo da cirrose é o transplante hepático, indicado apenas para alguns casos. Portanto, é importante fazer o diagnóstico precoce para iniciar o mais depressa possível o tratamento que pode adiar ou evitar maiores complicações.

Pancreatite Aguda
É uma inflamação repentina do pâncreas que ocorre quando as enzimas digestivas produzidas no órgão são ativadas em seu interior, causando danos. As duas causas mais frequentes são a existência de cálculos na vesícula e/ou vias biliares, conhecidas como pedras na vesícula, e também o consumo de álcool em excesso.

Os sinais de pancreatite aguda costumam variar, mas o mais comum é a dor progressiva na parte superior do abdômen, que torna-se constante e vai piorando com o tempo. Além disso, pode causar náuseas, vômito, gases, fezes com cor de argila, indigestão e inchaço na região abdominal, entre outras.

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