O que Lucas Lucco, Paula Fernandes, Selton Mello e Fernanda Lima têm em comum? Além de famosos e bem-sucedidos em suas profissões, eles já sofreram de depressão e admitiram publicamente. Recentemente, a atriz Priscila Fantin passou também a fazer parte desta lista. Ela disse em entrevista ao programa “Mariana Godoy Entrevista” que sofreu do mal por anos.
Mas será que as profissões destas celebridades acabam tornando-as mais vulneráveis a desenvolver a depressão?
A psicóloga Miriam Farias explica que a carreira do profissional não é o que vai determinar que ele possa sofrer do mal e sim o ambiente do trabalho e como ela lida com os desafios dele.
“Não é a profissão que vai desencadear a depressão. É a insatisfação que a pessoa está com o trabalho. Por exemplo: quem sofre muita pressão, no caso dos jornalistas, atores, cantores, por exemplo. A ocupação, muitas vezes, não é prazerosa, causa sofrimento. Então se isto perdurar por muito tempo, for intenso e o trabalhador perder o ânimo podem desencadear o transtorno”, disse a profissional, que diz que chefes ruins podem adoecer funcionários:
“Um chefe que assedia moralmente os funcionários, que cobra demais, que faz o profissional trabalhar demais pode causar vários transtornos emocionais”.
A profissional afirma que é importante saber diferenciar uma tristeza comum de um quadro depressivo.
“A tristeza, assim como as emoções de medo, ansiedade, raiva e outros sentimentos, fazem parte da nossa vida. Somente quando estão muito intensos e prolongados, é que precisamos procurar ajuda profissional com psicólogo. Vale a pena ressaltar que a tristeza é algo momentâneo, já a depressão é um transtorno que causa sofrimento tanto físico, quanto mental e emocional, gerando também um afastamento ou isolamento social. Na depressão a pessoa perde a capacidade de experimentar o prazer, há um desânimo constante que compromete as atividades e tarefas diárias. O indivíduo não tem vontade de fazer nada, acorda sempre cansado, o sono fica ruim e não é recuperador”, explica a profissional de saúde, que também relata que qualquer indívuduo pode sofrer do transtorno:
“A depressão não é uma doença, e sim, um transtorno de humor. Qualquer pessoa pode tê-la. É muito comum aparecer depressão depois de uma perda de um ente querido, emprego, posição social ou até mesmo um bicho de estimação”.
Segundo Miriam, o transtorno geralmente é diagnosticado por um psiquiatra, mas o psicólogo, quando faz os atendimentos, pode identificar que o paciente está com depressão e em casos mais graves encaminhar para o médico.
“É importante o paciente que toma remédio antidepressivo fazer um tratamento paralelo com o psicólogo para tratar as questões de origem emocional. Tem casos de depressão que somente com o tratamento psicológico já resolve, quando é uma depressão leve. Mas, quando é uma depressão mais grave é importante indicar para o psiquiatra entrar com a parte medicamentosa, tem casos de depressão que o paciente se trata com psicólogo e psiquiatra, mas nem assim melhora”, conclui.
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