Caracterizado por manchas escuras e simétricas que surgem nas maçãs do rosto, testa, nariz e lábio superior, o melasma é uma dermatose que afeta principalmente mulheres durante mudanças hormonais, como durante a gestação, por exemplo. Ele pode se manifestas no sexo masculino também apesar de menos comum, pode ainda cometer regiões extra faciais como braços e colo. “Apesar de não ter uma causa definida, o melasma está, muitas vezes, relacionado ao uso de anticoncepcionais, à gravidez e, principalmente, à exposição solar. Além desses fatores, a predisposição genética também influencia no surgimento desta condição”, explica a dermatologista Dra. Thais Pepe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
Segundo a médica, a doença ocorre devido a produção em excesso de melanina pelos melanócitos, o que leva a uma hiperpigmentação da pele, formando assim as manchas. Sabe-se também que, além da produção excessiva de melanina, existe um componente vascular, ou seja, a proliferação de vasos no local. O exame clínico dermatológico indica o diagnóstico e o tratamento adequado das manchas. “O melasma não tem cura e o quadro é crônico com momentos de melhora e piora. Por isso, o tratamento é voltado para o controle e prevenção de novas manchas”, afirma.
Por se tratar de uma condição crônica, o tratamento deve ser contínuo e a melhora vai depender do paciente seguir religiosamente as recomendações do dermatologista. “A fotoproteção é indispensável tanto para prevenção quanto para o tratamento do melasma. Deve-se usar diariamente filtros solares com no mínimo FPS 30 e índice de PPD equivalente a pelo menos um terço do valor do FPS, reaplicando a cada duas horas em ambientes abertos e a cada quatro horas em ambientes fechados. Além disso, o produto deve contar com ativos como dióxido de titânio e óxido de zinco, que formam uma proteção física contra os raios ultravioletas”, destaca a dermatologista. “É importante também sempre utilizar chapéus ou viseiras com tecidos anti-UV e não os retirar em momento algum, pois apenas um minuto já é o suficiente para estimular os melanócitos.”
De acordo com a especialista, além da fotoproteção, podem ser utilizados para controle do melasma suplementos orais com ativos antioxidantes, peelings, cremes clareadores e lasers como Spectra, que não são agressivos e reduzem a chance de reação de hiperpigmentação por inflamação após o procedimento. O tratamento com ácido tranexâmico também vem mostrando ótimos resultados pois trata o componente vascular do melasma. Além disso, o uso de lasers de ND:Yag de baixa potência são ótimos aliados para o controle e tratamento da doença. “Um procedimento inadequado muitas vezes pode agravar a condição do paciente, piorando as manchas. Por isso, é importante que você consulte regularmente um dermatologista, pois apenas ele poderá receitar o melhor tratamento para cada diagnóstico”, finaliza a Dra. Thais.
Dra. Thais Pepe: Dermatologista especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro da Sociedade de Cirurgia Dermatológica e da Academia Americana de Dermatologia. Diretora técnica da clínica Thais Pepe, tem publicações em revistas científicas e livros, além de ser palestrante nos principais Congressos de Dermatologia.
maria.claudia@holdingcomunicacoes.com.br