O papel da glutamina para a saúde dos animais vem se tornando um fator decisivo para garantir a excelência da produção animal. Estudos recentes têm classificado este composto como um aminoácido essencial, devido à sua grande importância para as células do sistema imunológico e intestinal dos animais, o que pode ser fundamental na resistência do animal contra infecções.
“O principal local de estoque e síntese da glutamina é a musculatura. Aproximadamente 80% do total de glutamina do corpo estão nos músculos esqueléticos, enquanto que a maior parte da glutamina consumida via dieta é utilizada no sistema digestivo, sendo um dos principais nutrientes das células intestinais”, afirma a pesquisadora de produção para equinos na Quimtia Brasil, empresa especializada em nutrição animal, a PhD Rebeca Weigel.
No intestino a glutamina estimula a proliferação celular. Esta renovação mais rápida, eficiente e equilibrada fortalece a barreia intestinal contra a entrada de agentes infecciosos. A parte não utilizada no intestino segue para o restante do corpo pela corrente sanguínea, para atuar no sistema imunológico, regular o metabolismo proteico, detoxificar o organismo e ainda proporcionar o aumento muscular, traduzido em carne.
De acordo com a especialista, em situações de jejum, o organismo utiliza a proteína do próprio corpo para gerar energia, processo denominado catabolismo muscular. “Esse processo, além de liberar aminoácidos, produz também outra substância, a amônia, que é toxica. A glutamina atua levando a amônia para o fígado e rins, para ser excretada e evitar seus efeitos tóxicos no organismo. Paralelamente, a glutamina ainda é usada para gerar energia”, comenta Rebeca.
Outra função protetora da glutamina está em sua atuação direta no sistema imunológico. Além de alimentar as células imunológicas, ela aumenta a capacidade delas de se protegerem contra lesões e sobreviver a desafios como presença de agentes infecciosos ou radicais livres.
“A ação da glutamina sobre o metabolismo e imunidade dos animais tem feito com que este aminoácido se torne um potencial aliando na busca de produtividade com equilíbrio sanitário”, finaliza a pesquisadora.