No entanto, os pescados, assim como outros alimentos de origem animal, podem transmitir zoonoses, ou seja, doenças que são passadas dos animais para os seres humanos. Por essa razão, o seu manejo exige cuidados especiais antes de chegar à mesa do consumidor.
Como os microorganismos presentes nos pescados se proliferam rapidamente, a atenção deve ser redobrada na conservação e exposição desse tipo de produto em mercados e feiras, bem como no armazenamento do peixe em casa antes do preparo.
De acordo com Ricardo Calil, para que as pessoas tenham acesso a um alimento de qualidade, é fundamental a participação do médico-veterinário em todas as etapas da cadeia produtiva do pescado, da produção à comercialização. “O pescado, por ser um alimento rico em proteínas nobres, precisa ser manipulado corretamente, porque pode deteriorar com mais facilidade do que outras carnes”, reforça.
Para evitar consumir alimentos que causem danos à saúde, uma dica é verificar se o peixe foi devidamente inspecionado. Essa informação consta no rótulo do produto. “A inspeção garante que o pescado passou por um corpo técnico capaz de identificar possíveis problemas”, esclarece Calil.
Além da inspeção, que é feita por órgãos oficiais ou pelo próprio setor de qualidade da empresa, o consumidor também deve fazer a sua parte e ficar atento ao produto que está adquirindo.
Para quem aprecia o pescado fresco, Calil explica que algumas características visuais são importantes e fáceis de observar. Nos peixes considerados adequados para o consumo, as escamas e nadadeiras devem estar bem aderidas ao corpo, as guelras devem ser rosadas ou avermelhadas, os olhos salientes e com o líquido interno transparente, assim como a cor e o odor devem ser característicos da espécie.
O consumidor também pode fazer um teste rápido de rigidez, pressionando levemente o peixe. Ao soltar o dedo deve haver um retorno rápido da musculatura.
Outra questão importante é a conservação do produto. “No caso do peixe fresco, a temperatura deverá estar próxima de zero (0°C) e, no caso do alimento congelado, a dezoito graus negativos (-18°C), para que a durabilidade seja a maior possível e o peixe mantenha as suas propriedades nutricionais” orienta o médico-veterinário.
Ricardo Calil recomenda que os moluscos, como ostras e mariscos, assim como os crustáceos, entre eles siris e caranguejos, sejam comercializados vivos para a maior segurança do consumidor. Para quem for consumir o alimento cru, o ideal é que o pescado passe antes pelo processo de congelamento, a fim de inativar os parasitas e evitar o risco de contaminação.
A preocupação com a qualidade do peixe que será consumido reflete diretamente na saúde da população e, de acordo com Calil, garantir a segurança alimentar das pessoas também é papel do médico-veterinário.
Consumo de pescados cresce em média 8% no período
Tradicionalmente, há um aumento no consumo de pescados pelas famílias brasileiras no período que compreende a Semana Santa e o domingo de Páscoa. A expectativa da Associação Brasileira de Fomento ao Pescado (ABRAPES) é que as vendas de peixes neste ano superem às registradas em 2017.
De acordo com a médica-veterinária Meg Felippe, diretora de Assuntos Comerciais do Sindicato da Indústria da Pesca no Estado de São Paulo (SIPESP), durante esta época verifica-se um crescimento de 8 a 10% na comercialização de pescados, mas há produtos que têm um incremento de até 30% nas vendas, como é o caso do bacalhau.
“O aumento da oferta desses produtos nos estabelecimentos favorece a aquisição e incentiva o consumo, mesmo entre os consumidores que não associam a compra do pescado à tradição religiosa” observa a médica-veterinária.
Para a ABRAPES, além do bacalhau, outros peixes muito consumidos na Semana Santa são o salmão, a tilápia, a polaca e a merluza, principalmente nas regiões sul e sudeste, e os peixes redondos, como tambaqui e pacu, sobretudo no norte do país.
Sobre o CRMV-SP
O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do Estado de São Paulo, com mais de 33 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, Estados e Municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas. (crmvsp.gov.br)
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