Make com benefícios: maquiagens também previnem doenças como câncer e evitam piora das manchas

Você pode ser adepta a uma pele make-up free, mas saiba que muitas maquiagens vão muito além de – apenas – embelezar o rosto. “O uso de cosméticos como base, rímel, sombra, batom, blush, entre outros, também pode ajudar a prevenir e combater o envelhecimento”, conta a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. “Com os novos estudos, seu papel não se limita a trazer coloração, textura e uniformidade para o rosto. A maquiagem hoje tem um apelo muito grande na manutenção do equilíbrio da fisiologia e da proteção da nossa pele contra os danos ambientais”, acrescenta.

Segundo a dermatologista, esse tipo de cosmético, além de melhorar a aparência da pele, atua como anteparo físico. “A maquiagem mais moderna possui ativos capazes de tratar a pele e contam com a presença de antioxidantes, vitaminas, ácido hialurônico, antipoluentes e substâncias que promovem efeito tensor”, comenta. “Bons produtos de maquiagem, se usados diariamente, colaboram na proteção contra os vários fatores de agressão ambiental, principalmente radiação ultravioleta, poluição e luz visível”, explica. A médica cita abaixo o que os principais cosméticos de maquiagem podem fazer:

Base e protetor — “Estudos mostraram de um modo bem claro que, quando colocamos pigmentos no rosto (principalmente os ricos em óxido de ferro), nós conseguimos fazer uma blindagem contra a luz visível. Isso resulta em um maior índice de refração da luz e uma maior proteção contra os focos de luminosidade que nos expomos no dia-a-dia. Então, tanto a base quanto o pó são um aditivo ao nosso protetor solar”, explica. A luz visível é toda a luz que enxergamos a olho nu, do sol, das lâmpadas artificiais dentro de casa, dos smartphones, iPads, computadores, entre outros. “Essa luz visível pode desencadear ou piorar doenças de pele e o surgimento de manchas escuras principalmente no rosto. Isso acontece porque ela estimula a melanogênese, ou seja, a pigmentação, sendo um fator importante de piora do melasma e de doenças que apresentam fotossensibilidade como o Lúpus e a rosácea e causar maior inflamação na pele produzindo radicais livres como superóxidos, espécies reativas de nitrogênio e carbono”, afirma. A luz visível também causa danos nos tecidos, inflamação e age diretamente no DNA das células.

Batom — “Os batons hoje oferecem aos lábios a proteção que necessitam para deixá-los mais úmidos e hidratados, sendo importantes reforços principalmente no tempo seco. Aqueles com efeito mate, mais tinturados e opacos, que provocam uma oclusão total sobre a mucosa, são os mais indicados para maior proteção também contra os danos ambientais: vento, frio, sol e fatores que levam ao envelhecimento. O seu uso diminui o índice de formação de queratoses actínicas (lesões vermelhas e escamosas), e queilites (processos inflamatórios dos lábios), por conta de uma blindagem, inclusive contra a penetrância de micro-organismos.”

Sombra — “Os últimos estudos mostram que o uso da sombra regularmente, principalmente junto à base do nariz e no canto medial dos olhos (áreas de difícil aplicação do fotoprotetor), acaba formando uma película de pigmentos que protege a região dos danos da exposição à radiação ultravioleta. Isso também diminui a incidência de cancerização nessa região, onde a pele é bastante sensível, fina e predisposta ao aparecimento das lesões do tipo carcinomas.”

Rímel e kajal — “O uso do rímel também foi destacado como uma proteção, melhor ainda se somado ao uso de kajal, para proteger os olhos contra agentes externos que acabam provocando processos infecciosos como conjuntivites virais e bacterianas. Ele funciona como um anteparo com substâncias que provocam uma defesa natural de pigmentos contra a entrada de micro-organismos. No geral, há um revestimento do tecido como um todo, por conta da base e pigmentos da maquiagem e do seu veículo, que provocam um processo de oclusão completa da pele, o que colabora, e muito, na sua preservação. Mas, é sempre bom lembrar que esses produtos devem ser de boa qualidade, bem formulados e de marcas conhecidas e consagradas”, finaliza a médica.

Fonte: Dra. Claudia Marçal – Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.

maria.claudia@holdingcomunicacoes.com.br

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