Uma das reclamações mais comuns em consultórios de cirurgia plástica é o tamanho do nariz. Porém, o que poucos sabem é que, muitas vezes, não é o nariz o responsável pelo incômodo estético, mas sim o queixo. Segundo a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Isaps (International Society of Aesthetic Plastic Surgery), isto ocorre, pois, o tamanho do queixo pode aumentar ou diminuir o tamanho percebido do nariz. “Se apenas o nariz for tratado, a harmonia facial continuará alterada. Então, para estes pacientes que possuem o mento muito pequeno a ponto de causar um desequilíbrio entre o tamanho do terço médio e do terço inferior da face, a mentoplastia é o ideal”, explica a cirurgiã.
Apesar de não ser necessariamente algo inestético, possuir a mandíbula pequena pode causar desconforto para muitos por promover uma falta de ângulos sob o queixo, simulando uma papada. Além disso, alguns pacientes, para fechar os lábios, acabam contraindo excessivamente a musculatura mentoniana, o que deixa no queixo um aspecto enrugado.
De acordo com a especialista, quando o caso é de retrognatismo, ou seja, quando o mento está muito para trás, o problema pode ser tratado com cirurgia e avanço da mandíbula ou somente aumento do queixo. “Em casos mais leves, o tratamento pode ser feito através de próteses de queixo e mandíbula ou com preenchimentos de hidroxiapatita de cálcio ou ácido hialurônico, que são absorvíveis”, afirma a médica. “Já quando ocorre a projeção da mandíbula para frente, o problema é chamado de prognatismo e deve sempre ser tratado cirurgicamente, com a redução da parte óssea. Essas cirurgias normalmente precisam da aplicação de placas e parafusos.”
A duração do procedimento e o tempo para os resultados surgirem vai depender do tratamento utilizado. Quando são aplicados os preenchedores, o procedimento leva cerca de uma hora e os resultados são imediatos. Já as cirurgias podem demorar de duas a cinco horas. “Devido ao inchaço, os resultados também são mais demorados nos casos cirúrgicos, podendo levar meses até aparecerem por completo. Porém, é possível ver melhora no local imediatamente após o procedimento”, completa a Dra. Beatriz.
Os cuidados pós-cirúrgicos incluem não comer alimentos sólidos que necessitem mastigação e não realizar movimentos como bocejar e dar largos sorrisos durante uma semana. Nos casos de preenchimento, há a possibilidade de ocorrerem equimoses, manchas roxas no local devido a sangramentos, não é recomendada a prática de exercícios físicos por, no mínimo, dois dias. “O retorno é sempre necessário, pois, nos casos cirúrgicos, o controle é de extrema importância. Já os preenchedores têm duração de dois anos, podendo ser reaplicados sempre que necessário”, destaca a especialista.
Como em qualquer procedimento, as complicações incluem a possibilidade de sangramentos, hematomas e infecções. Além disso, nessa área existem muitos nervos importantes que podem acabar sendo lesionados, daí a importância de procurar um cirurgião experiente e que converse com o paciente sobre os possíveis riscos. “Exames complementares como Raio-X e tomografia são essenciais para o diagnóstico e a indicação do procedimento, que deve ser muito bem discutido entre você e o seu médico”, finaliza a Dra. Beatriz Lassance.
FONTE: Dra. Beatriz Lassance – Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gusthuis – Amsterdam -NL e é Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery (ASPS).
maria.claudia