Compostos são os principais aliados na produção animal no combate ao mal, afirma especialista.
Com a demanda do mercado mundial em consumir proteínas de origem animal livre de antibióticos, a utilização de aditivos vem se tornando imprescindível. Alguns aditivos possuem funções similares aos antibióticos, podendo auxiliar na redução da proliferação de microrganismos patogênicos e/ou promovendo o aumento de bactérias benéficas ao trato gastrointestinal.
De acordo com o nutricionista animal da Quimtia Brasil, José Luiz Schneiders, empresa especializada na produção de insumos para a alimentação animal, aditivos como os ácidos orgânicos e seus sais ajudam a reduzir o pH estomacal, o que favorece beneficamente o processo de digestão e o auxilio no controle da população de microrganismos patogênicos, como Salmonella spp. e Escherichia coli.
Ainda, estes aditivos podem influenciar na redução dos custos das formulações, pois, comparados a muitos antibióticos, possuem menor valor e favorecem resultados positivos no desempenho dos animais. “Por fim, garantem um produto saudável e isento de resíduos, que não representa risco à saúde do consumidor, garantindo assim a segurança alimentar”, comenta o especialista.
Para um composto ser classificado como ácido orgânico, é necessário que o teor de sua acidez seja classificado como fraco, que seja solúvel em água e que apresente um grupo carboxila na molécula.
Segundo Schneiders, na nutrição animal, são utilizados os ácidos graxos de cadeia curta. “A ação mais efetiva destes compostos é a atividade antimicrobiana, por meio da ação direta da sua forma não dissociada, ou pela alteração indireta da microbiota intestinal, por estabelecer um meio favorável para multiplicação de bactérias benéficas que causam a acidificação do lúmen intestinal”, ressalta.
O efeito dos ácidos orgânicos e seus sais na redução do pH e, consequentemente, na atividade antimicrobiana, depende do grau de dissociação e do potencial acidificante. A separação das moléculas de um ácido dependem do pH do meio, que é descrita pelo pKa (constante de dissociação) de cada ácido. O pKa é o valor do pH no qual um ácido atinge 50% de dissociação. “Quanto menor o valor do pKa, mais forte é o ácido e também maior é a sua capacidade de reduzir o pH do meio”, afirma o nutricionista.
“A utilização de ácidos orgânicos em dietas de monogástricos é uma estratégia eficaz para reduzir os impactos causados pela utilização de antibióticos na alimentação animal, além de apresentar melhoria no desempenho do animal, levando em consideração os efeitos digestivos e alterações na microbiota intestinal”, conclui José Luiz Schneiders.