Brasil é primeiro país a aprovar antecipação de tratamento para câncer no sangue

Os brasileiros com mieloma múltiplo recém-diagnosticados e que não podem realizar o transplante autólogo de células-tronco (quando o doador é o próprio paciente) serão os primeiros do mundo a se beneficiar de uma nova terapia. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar a antecipação do medicamento daratumumabe, imuno-oncológico desenvolvido pela Janssen, empresa farmacêutica da Johnson & Johnson, para esses casos.

A aprovação foi baseada no estudo ALCYONE, apresentado durante o último encontro científico da Sociedade Americana de Hematologia, em Atlanta, nos Estados Unidos, em dezembro de 2017. O trabalho demonstrou que daratumumabe em combinação com outros fármacos – bortezomibe, melfalano e prednisona – reduz em 50% o risco de progressão da doença ou de morte nos pacientes com mieloma múltiplo inelegíveis para o transplante quando comparado ao tratamento padrão. Os resultados também foram publicados recentemente no New England Journal of Medicine[1].

Atualmente, cerca de 7,6 mil brasileiros são acometidos pela doença a cada ano[2]. “Até então, daratumumabe tinha indicação para esses pacientes após falha de um tratamento prévio. Agora, eles não precisarão esperar para utilizar o medicamento e se beneficiar com a terapia”, afirma Telma Santos, Diretora Médica da Janssen Brasil.

Daratumumabe chegou ao Brasil em maio do ano passado, após ser avaliado em regime de priorização pela Anvisa, o que antecipou o acesso dos brasileiros à terapia em um ano e meio, praticamente ao mesmo tempo em que os principais países do mundo. A aprovação do medicamento introduziu, no tratamento da doença no Brasil, o conceito de imuno-oncologia, que usa o próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer. Além disso, por ser uma terapia-alvo, daratumumabe atua especificamente nas células tumorais, na tentativa de tratar as doentes sem atingir as células saudáveis, garantindo, assim, maior precisão, menos efeitos colaterais e, consequentemente, melhora na qualidade de vida do paciente.

A aprovação foi considerada pela comunidade médica um marco na evolução do tratamento para o mieloma múltiplo, renovando a esperança de muitos brasileiros que, até o momento, contavam com poucas opções de terapia. “A qualidade da resposta ao tratamento é extremamente importante, pois pode significar um aumento da sobrevida do paciente, principalmente quando ele não é elegível para o transplante”, completa Breno Moreno de Gusmão, hematologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Sobre o mieloma múltiplo[3]

O mieloma múltiplo é um câncer formado por células plasmáticas malignas. Os plasmócitos normais são encontrados na medula óssea e compõem uma parte importante do sistema imunológico. Embora alguns pacientes com mieloma múltiplo não apresentem sintomas, a maioria é diagnosticada após manifestar fratura ou dor nos ossos, baixa contagem de glóbulos vermelhos, fadiga, elevação de cálcio, problemas renais ou infecções.

Sobre daratumumabe

Daratumumabe pertence a uma classe terapêutica chamada anticorpos monoclonais e é utilizado para o tratamento de mieloma múltiplo, trazendo um novo conceito de imuno-oncologia para essa doença. Uma das maneiras pela qual os anticorpos monoclonais agem é por meio da ligação a células cancerosas específicas no organismo, para que elas possam ser destruídas pelo próprio sistema de defesa do corpo.

Antes do lançamento do daratumumabe no Brasil, o tratamento do mieloma múltiplo era feito com quimioterapia, drogas antineoplásicas, administração de corticoides ou transplante de medula óssea e afetava células doentes e sadias do organismo do paciente.

Atualmente, o medicamento está aprovado para pacientes adultos:

  • Em combinação com bortezomibe e dexametasona ou lenalidomida e dexametasona, para o tratamento de pacientes que receberam pelo menos um tratamento anterior para mieloma múltiplo.
  • Como tratamento em monoterapia, em pacientes que receberam anteriormente pelo menos três medicamentos para tratar o mieloma múltiplo, incluindo um inibidor de proteassoma (IP) e um agente imunomodulador, ou que não responderam ao tratamento com um inibidor de proteassoma e um agente imunomodulador.
  • Em combinação com bortezomibe, melfalano e prednisona, para o tratamento de pacientes recém-diagnosticados que são inelegíveis para o transplante de medula óssea.

Para saber mais acesse: www.janssen.com.

ketchum.com.br

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