Embora tenha registrado queda de 1,6% na comparação entre fevereiro e janeiro, o consumo aparente de bens industriais manteve desempenho positivo no trimestre móvel terminado em fevereiro, com alta de 1,2%. O mesmo resultado positivo se verifica na comparação interanual, em que o indicador voltou a avançar, atingindo patamar 4,5% superior ao observado em fevereiro de 2017. É o que mostra o Indicador Ipea mensal de Consumo Aparente (CA) de Bens Industriais, divulgado nesta sexta-feira, 06/04, pelo Grupo de Conjuntura do instituto.
O consumo aparente é calculado pela soma das importações de bens industriais com a produção interna líquida de exportações. Com o resultado de fevereiro, a demanda por bens industriais segue registrando ritmo de crescimento mais intenso (4,5%) que o apresentado pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (2,8%), do IBGE, na comparação interanual. “Isso é um sinal de que a atividade industrial está aquecida. A economia está demandando tanto os bens industriais produzidos no país quanto os bens importados”, explica Leonardo Mello de Carvalho, pesquisador do Ipea e autor do estudo.
Entre os componentes do consumo aparente, no comparativo entre fevereiro e janeiro, enquanto a produção doméstica líquida de exportações recuou 1,2%, as importações de bens industriais caíram 2,8%. Frente a fevereiro de 2017, no entanto, ambas avançaram. A demanda por bens da indústria de transformação sofreu queda de 1,9% ante janeiro, enquanto a extrativa mineral caiu 2,5% na mesma base de comparação.
O Grupo de Conjuntura identificou crescimento em 11 dos 22 segmentos da indústria de transformação. Os que mais contribuíram foram os segmentos de químicos, com alta de 5,8%, e de máquinas e equipamentos, com expansão de 2,6%. O destaque negativo em fevereiro foi o segmento de alimentos, que sofreu queda de 4,4%.
Na comparação com fevereiro de 2017, porém, houve avanços expressivos nos segmentos de equipamentos de informática (22,6%) e veículos automotivos (18,1%). “Os dados nos mostram a retomada forte do consumo dos bens de consumo duráveis”, afirma José Ronaldo de Castro Souza Jr., diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.
Confira a íntegra do estudo no blog da Carta de Conjuntura
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