De acordo com o Ministério da Saúde, um em cada quatro brasileiros é hipertenso. A doença mata 300 mil brasileiros anualmente, o que representa 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada dois minutos. Apesar do hipertenso não ter um perfil exato, sabe-se que atinge mais pessoas com idade avançada.
Há uma estimativa de que 25% da população brasileira adulta conviva com esse mal, chegando a mais de 50% na faixa etária acima dos 60 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão. Não é possível saber a sua causa, mas na maioria das vezes influenciam fatores como hereditariedade (predisposição familiar), obesidade, tabagismo, estresse, sedentarismo, colesterol alto e grande consumo de sal. Segundo o Ministério da Saúde, o brasileiro consome, em média, doze gramas de sódio todos os dias. É quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é menos de cinco gramas por dia.
A cardiologista Carmen Weigert, do Hospital Cardiológico Costantini, lembra que a doença não tem cura para a maioria dos pacientes, mas pode ser controlada com cuidados específicos. Em poucos pacientes, um entupimento de uma artéria do rim ou alguma doença sistêmica pode ocasionar a hipertensão e o tratamento pode normalizar a pressão elevada.
“O médico determinará o melhor método para cada paciente. Se não tratada, a pressão alta pode causar derrames cerebrais, doenças do coração (como infarto e insuficiência cardíaca), angina (dor no peito), insuficiência renal (paralisação dos rins) ou alterações visuais que podem levar à cegueira”, explica a médica.
Carmen afirma ainda que a maioria dos hipertensos são assintomáticos. “Mas quando um indivíduo apresenta uma hipertensão grave, prolongada ou não controlada pode apresentar dores de cabeça, dispneia (falta de ar), agitação, náuseas e vômitos e visão turva”, esclarece.
A cardiologista recomenda uma monitorização regular dos níveis de pressão arterial, que deve ser mantida abaixo de 140/90 mmHg – 14 por 9. Além disso, tanto para tratamento pós-diagnóstico como para prevenir a doença, é importante mudanças de hábitos e estilo de vida.
“É imprescindível ter alimentação saudável, evitar açúcares e doces, carnes vermelhas com gordura aparente e vísceras, temperos prontos, alimentos industrializados e processados, como embutidos, enlatados, conservas e defumados. Preferir alimentos cozidos ou assados e evitar frituras. Usar temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola e dar preferência a produtos lácteos desnatados. Além disso, é importante diminuir a quantidade de sal da comida, usar no máximo uma colher de chá de sal para toda a alimentação do dia”, recomenda Carmen.
Além disso, a cardiologista aconselha a redução no consumo de bebidas alcoólicas, assim como a suspensão do tabagismo. Por fim, é recomendável a prática de atividade física, com acompanhamento profissional, no mínimo cinco vezes na semana.