Soluções tecnológicas ajudaram a capital paranaense a se tornar mais conectada e inteligente
Sustentáveis, dinâmicas, que valorizam a participação cidadã e utilizam Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no processo de planejamento e organização. Assim são as smart cities, ou cidades inteligentes, que proporcionam maior qualidade de vida e trazem inúmeros benefícios à população. Mas como isso funciona na prática?
Eleita a cidade mais conectada e inteligente da região Sul e a segunda do Brasil, de acordo com o Ranking Connected Smart Cities, que avalia cidades inteligentes a partir de 70 indicadores, Curitiba vem se destacando por avanços inovadores realizados nos últimos tempos. Além da capital do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória ocupam as cinco primeiras posições da edição 2017 do ranking.
Uma das mudanças realizadas pela capital paranaense, com o objetivo de estimular a participação cidadã, foi a reformulação da Central de Atendimento e Informações 156, criada em 1984 e operacionalizada pelo Instituto das Cidades Inteligentes (ICI) a partir de 1999. Por meio do canal, é possível fazer sugestões, reclamações, denúncias, elogios e solicitação de serviços: uma forma de participação direta da população na administração e gestão da cidade. Entre as melhorias mais recentes do serviço está a reformulação do portal e a implantação do chat automatizado.
“A reformulação gerou muitos benefícios. Em 2017, registramos um milhão de atendimentos. Com a Central, a prefeitura consegue absorver as informações e percepções da população com relação às principais demandas, regiões que estão sendo mais afetadas e que precisam de mais atenção, além dos problemas que precisam ser solucionados”, comenta o assessor de mercado do ICI, Amilto Francisquevis.
As melhorias foram realizadas pelo ICI, que também ajudou na implantação de soluções de TIC para a área de saúde, com destaque para o aplicativo Saúde Já. Com elas, os agendamentos de consultas ficaram mais rápidos e eliminaram filas de atendimento, além de melhorarem o fluxo e gestão de exames, que passaram a ser enviados diretamente à Central Digital de Laudos – tudo de maneira eletrônica. “O controle e gerenciamento de exames, consultas e disponibilidades médicas nas unidades de saúde garantem uma gestão mais eficiente e controle adequado. E o aplicativo Saúde Já veio para facilitar o agendamento do primeiro atendimento, eliminando a necessidade do cidadão ir até uma unidade básica de saúde. Esse processo passou a ser mais inteligente, beneficiando o cidadão”, explica Francisquevis.
O cidadão mais próximo da gestão pública
A utilização de soluções de TIC para Curitiba permite uma gestão mais participativa da população e proporciona mais agilidade, flexibilidade e facilidade de acesso às informações e serviços públicos municipais. Além disso, o mapeamento de prazos e tempo da resolução das demandas contribui para um direcionamento mais preciso e planejamento da gestão, com base em dados e necessidades reais da sociedade.
Atualmente, a Prefeitura de Curitiba conta com cerca de 200 sistemas e soluções para a população, que contemplam sistemas de atendimento ao cidadão, saúde, gerenciamento de recursos humanos, tributário, administrativo e financeiro, orçamento, entre outros. O desenvolvimento e suporte às soluções são realizados pelo ICI, possibilitando que o cidadão tenha acesso aos serviços de forma digital. Entre os mais utilizados, principalmente neste início de ano, estão o IPTU, dívida ativa e alvarás comerciais.
A digitalização de processos e serviços para dinamizar e facilitar o acesso dos moradores da cidade, também conhecido como governo eletrônico, tem consequências positivas. Francisquevis explica que, antes, era necessário se deslocar até à Prefeitura para solicitar algum documento ou guia, aumentando o movimento e aumentando o tempo gasto pelo cidadão. “Com a digitalização dos processos, as pessoas têm acesso mais fácil às principais informações e serviços e, com isso, ganham qualidade de vida, pois nem precisam sair de casa. Além disso, as questões financeiras, econômicas e de poluição também são reduzidas. Tudo isso contribui para uma cidade mais inteligente”, complementa.
Replicar esse tipo de facilidade em outras cidades ainda esbarra na resistência por parte da gestão pública, que, muitas vezes, seleciona os investimentos tecnológicos pensando no retorno financeiro ao município. “O retorno pode vir de outra forma: proporcionando melhoria de vida para a própria sociedade”, comenta o assessor de mercado.
É possível tornar as cidades cada vez mais inteligentes, mas o processo de transformação é gradativo. “Toda cidade tem uma especificidade, é única. Para transformá-la é preciso fazer um trabalho de vocação da própria cidade, ou seja, listar seus potenciais, suas características e seus problemas, desenvolvendo soluções de acordo com suas necessidades”, finaliza Francisquevis.
Sobre o ICI
O ICI – Instituto das Cidades Inteligentes é uma organização criada em 1998, com atuação em todo o território nacional, referência em pesquisa, integração, desenvolvimento e implementação de soluções completas para a gestão pública. Mais informações: www.ici.curitiba.org.br.