O servidor público de Londrina (PR), João Batista Marin quebra recorde junto ao RankBrasil em 2018 de Maior coleção de Tex Willer. Ele possui 5.321 itens nacionais e importados do personagem de quadrinhos do velho oeste, entre revistas, livros, pôsteres e estatuetas.
A coleção começou em 1977, foi formada mensalmente e ao longo de mais de 40 anos João tem adquirido todas as edições nacionais em bancas ou diretamente das editoras. “Alguns números, por algum problema ou devido à data de lançamento, tiveram que ser comprados posteriormente através de outros colecionadores ou de anúncios de venda online”, comenta.
De acordo com o recordista, as edições e itens importados foram adquiridos de várias formas: em viagens ao exterior dele mesmo ou de amigos, em lojas e ‘comics shop’ que importavam para o Brasil, de outros colecionadores e através da internet. “De uns tempos para cá tenho visto pouco material importado à venda, talvez pela alta taxa do câmbio”.
Nascido na cidade de Nova Esperança (PR), desde criança João já gostava de quadrinhos. “Quando comecei a ler minha preferência eram as revistas com histórias curtas e coloridas como as da Disney (Donald, Zé Carioca, Tio Patinhas, Mickey, etc) e as de super-heróis”, lembra.
O contato com as publicações de Tex (mais direcionadas para um público juvenil / adulto) veio em 1973. Ele lembra que na época as revistas eram publicadas em preto e branco e com histórias longas, por isso não estavam entre as suas preferidas.
Em 1975, João começou a colecionar revistas de histórias em quadrinhos, inicialmente da Hanna-Barbera. Depois foram incluídas as de super-heróis como Homem de Ferro, Homem-Aranha, Thor, Hulk e Capitão América. No ano de 1976 ampliou a coleção das revistas de super-heróis e acrescentou as de terror e outras.
Nessa época tinha revistas do Tex apenas para leitura. No início de 1977, quando circulou a notícia de que a segunda edição seria lançada, o paranaense se animou e finalmente começou a colecionar as revistas do personagem do velho oeste, que é originário da Itália.
Conforme João, atualmente com 53 anos, assim como muitas outras coisas a coleção fez e faz parte da sua história de vida. “As revistas me fazem lembrar a época em que foi lançada e de fatos ocorridos comigo naquele período”, revela.
Ele acredita que o recorde vem demonstrar e dar conhecimento ao público de que há grandes colecionadores de Tex no Brasil (o país que mais o publica, depois da Itália). “Espero que esse reconhecimento, especialmente pela divulgação, chame mais atenção para o personagem e incentive a formação de novos leitores, uma vez que ao longo do tempo tem diminuído o número de fãs e colecionadores de quadrinhos”.
Histórias com valores éticos e morais
Segundo o recordista, o Tex é um dos poucos personagens que demonstram, através de suas histórias, valores éticos e morais centrados na justiça e honra. “A coleção tem edições e itens raros que são valorizados comercialmente, mas os com mais significado para mim são aqueles adquiridos na época em que foram lançados e que me acompanham até hoje”, diz.
Pela sua importância, a coleção fica guardada em um quarto específico para isso. João lembra que até alguns anos atrás os exemplares eram armazenados dentro de armários e controlados por um banco de dados. “Com o aumento dos itens fui obrigado a colocar os volumes em caixas plásticas para poder empilhar. Pensando na sua conservação, todas as revistas estão embaladas individualmente e mantidas longe de umidade e luz forte”.
Entre os itens mais raros estão um encadernado com exemplares da primeira série italiana (1948), Júnior nº 28 (primeira aparição de Tex no Brasil – 1951), El Rayo Rojo nº 1 (primeira aparição de Tex na Argentina – 1949), Tex nº 1 da primeira edição (1971), álbum de figurinhas do Tex (1981) e estátuas de Tex da Infinite (Itália – 2008 – três versões de estátuas com tiragem limitada de apenas 48, 148 e 648 unidades).
João ainda destaca as artes originais e únicas de Tex, Tutto Tex nº 497 (Itália – com duas capas idênticas), Tex nº 76 da segunda edição (apenas a capa é do Tex o miolo é da revista Chacal nº 25). “Também coleciono revistas com erros ou falhas”, finaliza.
(imprensa.rankbrasil