sexta-feira, 31 janeiro 2025
25.4 C
Curitiba

Consumo de álcool pode afetar o ritmo do coração¹

O álcool é responsável por mais de 200 doenças, e infelizmente seu consumo vem aumentando no Brasil²,3. Em uma década, a ingestão de álcool per capita aumentou 43,5%³. Em 2006, um brasileiro, a partir de 15 anos, bebia o equivalente a 6,2 litros de álcool puro por ano, em 2016, a taxa chegou a 8,9 litros, apontaram dados recentes da Organização Mundial da Saúde³.

O que poucos sabem, porém, é que dentre tantas doenças causadas pelas bebidas alcoólicas está a fibrilação atrial (FA), tipo de arritmia cardíaca mais comum do mundo, a qual leva o coração a bater em um ritmo irregular e descompassado4.

Não é preciso ingerir uma quantidade excessiva de álcool para comprometer a saúde do coração5. A constatação é resultado de uma pesquisa realizada por Gregory Marcus, professor associado de Eletrofisiologia Cardíaca na Universidade da Califórnia e publicada no Journal of the American Heart Association: quem consome 10 g de álcool por dia (quase uma lata de cerveja de 350 ml) possui 5% de maior probabilidade de desenvolver a FA5.

A FA ocorre quando os sinais elétricos do coração falham e fazem com que os átrios se contraiam de maneira irregular, provocando um acúmulo de sangue no local4. Segundo o Dr. Rodrigo Noronha, cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “essa alteração no fluxo sangue contribui para a formação de coágulos que, por sua vez, podem se deslocar e através da corrente sanguínea, chegar a diferentes regiões do corpo como o cérebro, pernas, braços e até mesmo o intestino. Quando o local acometido é o cérebro, ocorre o temido Acidente Vascular Cerebral”6.

Os pacientes com FA apresentam 5 vezes mais chances de sofrer um AVC¹. Somente no Brasil, a FA, tipo de arritmia cardíaca mais comum no mundo, acomete cerca de 1,5 milhão de pessoas6. “A dificuldade em relação a esse cenário é que a maioria da população desconhece a relação da FA com o AVC, uma das principais causas de morte no país”, ressalta o Dr. Noronha.

Existe até uma história curiosa que prova a relação entre o consumo de álcool com a FA. No final dos anos 70, médicos americanos perceberam que a maioria das pessoas, que procuravam atendimento após as festividades de final do ano, eram diagnosticados com FA. Por essa razão, Philip Ettinger descreveu pela primeira vez a condição como Holiday Heart Syndrome ou Síndrome do Coração Festivo (em português)7.

Doença ainda desconhecida

Associado a esse quadro preocupante, ainda temos o desconhecimento do brasileiro em relação à FA. A pesquisa “A Percepção do Brasileiro sobre Doenças Cardiovasculares”, encomendada pela Boehringer Ingelheim em parceria com o IBOPE CONECTA, mostrou que 63% dos entrevistados indicaram nunca terem ouvido falar sobre a fibrilação atrial8.

O objetivo da pesquisa foi mapear o conhecimento dos brasileiros sobre doenças cardiovasculares, explorando, com profundidade, a compreensão da população sobre a FA. Apesar de não conhecerem a fibrilação atrial, 66% dos participantes afirmaram conhecer as doenças cardiovasculares8, que também figuram como as principais causas de morte no mundo9.

Como prevenir e tratar

Além do consumo de álcool, a fibrilação atrial (FA) está relacionada à idade: quanto mais velho, maiores as chances de desenvolver a patologia. A doença também envolve histórico familiar, outras doenças cardíacas crônicas (históricos de infarto, cardiopatias, insuficiência cardíacas etc), quadros de hipertensão, obesidade, entre outras condições médicas¹. Na dúvida, o ideal é procurar ajuda médica para que seja feito o diagnóstico.

Muitos dos AVCs relacionados à FA podem ser evitados com medicação anticoagulante adequada. O etexilato de dabigatrana, um inibidor direto da trombina (DTI), enzima-chave da coagulação, é usado tanto para prevenção como para o tratamento de doenças tromboembólicas agudas e crônicas10.

Estudos mostram que cerca de 50% dos pacientes com FA não recebem tratamento de anticoagulação adequado por receio de acidentes, sangramentos incontroláveis ou procedimentos de emergência¹¹. Para essas situações, em que pode ser necessário reverter completa e imediatamente o efeito anticoagulante, já existe um agente reversor disponível no mercado brasileiro, de princípio ativo idarucizumabe, específico para a ação de dabigatrana¹2.

 

Para mais informações, visite www.boehringer-ingelheim.com.br e www.facebook.com/BoehringerIngelheimBrasil

Referências:

1. American Heart Associaton. Disponível em: http://news.heart.org/drinking-alcohol-daily-may-enlarge-heart-chamber-lead-to-atrial-fibrillation/. Acesso em abril de 2018.
2. World Health Organization. Disponível em: http://www.who.int/substance_abuse/publications/global_alcohol_report/msbgsruprofiles.pdf. Acesso em abril de 2018.
3. Substance Abuse Publications/World Health Organization. Disponível em: http://www.who.int/substance_abuse/publications/global_alcohol_report/msbgsruprofiles.pdf. Acesso em abril de 2018.
4. Atrial Fibrillation Fact Sheet, National Heart Blood and Lung Institute Diseases and conditions Index, October 2009. Disponível em http://www.nhlbi.nih.gov/health/health-topics/topics/af. Último acesso em 18 de setembro de 2017.
5. Journal of the American Heart Association. Disponível em: http://jaha.ahajournals.org/content/5/9/e004060.short?rss=1. Acesso em abril de 2018.
6. Zimerman LI, Fenelon G, Martinelli Filho M, Grupi C, Atié J, Lorga Filho A, et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretrizes brasileiras de fibrilação atrial. Arq Bras Cardiol. 2009;92(6 supl 1):1-39 – acesso em: 19 de setembro de 2017 http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2009/diretriz_fa_92supl01.pdf
7. US National Library of Medicine/National Institutes of Health. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24030078. Acesso em abril de 2018.
8. Pesquisa “A Percepção dos Brasileiros sobre Doenças Cardiovasculares”. Coleta de Dados pelo IBOPE CONECTA em parceria com a Boehringer Ingelheim. Análise de Dados feita pela Edelman Significa.
9. Pesquisa “A Percepção dos Brasileiros sobre Doenças Cardiovasculares”. Coleta de Dados pelo IBOPE CONECTA em parceria com a Boehringer Ingelheim. Análise de Dados feita pela Edelman Significa.
10. Stangier J. Clinical pharmacokinetics and pharmacodynamics of the oral direct thrombin inhibitor dabigatran etexilate. Clin Pharmacokinet. 2008;47(5):285–95.
11. Hylek EM, D’antonio J, Evans-molina C, Shea C, Henault LE, Regan S. Translating the results of randomized trials into clinical practice: the challenge of warfarin candidacy among hospitalized elderly patients with atrial fibrillation. Stroke. 2006;37(4):1075-80.
12. Raval AN, Cigarroa JE, Chung MK, et al. Management of Patients on Non–Vitamin K Antagonist Oral Anticoagulants in the Acute Care and Periprocedural Setting: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation. 2017. DOI: 10.1161/CIR.0000000000000477

mbraz@webershandwick.com

Destaque da Semana

Pix deve crescer 35% ao ano até 2027, aponta estudo do EBANX

Sistema de pagamento brasileiro lidera entre métodos que terão...

Pesquisa revela que uma em cada três crianças tem perfil aberto nas redes sociais

Luiz Claudio Ferreira – Repórter da Agência Brasil Publicado em...

Dengue: saiba por que o tipo 3 é motivo de preocupação em 2025

Baixa circulação dessa cepa nos últimos anos pode deixar...

Como prevenir, identificar e tratar a dor de ouvido no verão

Excesso de água nas atividades da estação mais quente...

Artigos Relacionados

Destaque do Editor

Popular Categories

Mais artigos do autor