O álcool é responsável por mais de 200 doenças, e infelizmente seu consumo vem aumentando no Brasil²,3. Em uma década, a ingestão de álcool per capita aumentou 43,5%³. Em 2006, um brasileiro, a partir de 15 anos, bebia o equivalente a 6,2 litros de álcool puro por ano, em 2016, a taxa chegou a 8,9 litros, apontaram dados recentes da Organização Mundial da Saúde³.
O que poucos sabem, porém, é que dentre tantas doenças causadas pelas bebidas alcoólicas está a fibrilação atrial (FA), tipo de arritmia cardíaca mais comum do mundo, a qual leva o coração a bater em um ritmo irregular e descompassado4.
Não é preciso ingerir uma quantidade excessiva de álcool para comprometer a saúde do coração5. A constatação é resultado de uma pesquisa realizada por Gregory Marcus, professor associado de Eletrofisiologia Cardíaca na Universidade da Califórnia e publicada no Journal of the American Heart Association: quem consome 10 g de álcool por dia (quase uma lata de cerveja de 350 ml) possui 5% de maior probabilidade de desenvolver a FA5.
A FA ocorre quando os sinais elétricos do coração falham e fazem com que os átrios se contraiam de maneira irregular, provocando um acúmulo de sangue no local4. Segundo o Dr. Rodrigo Noronha, cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, “essa alteração no fluxo sangue contribui para a formação de coágulos que, por sua vez, podem se deslocar e através da corrente sanguínea, chegar a diferentes regiões do corpo como o cérebro, pernas, braços e até mesmo o intestino. Quando o local acometido é o cérebro, ocorre o temido Acidente Vascular Cerebral”6.
Os pacientes com FA apresentam 5 vezes mais chances de sofrer um AVC¹. Somente no Brasil, a FA, tipo de arritmia cardíaca mais comum no mundo, acomete cerca de 1,5 milhão de pessoas6. “A dificuldade em relação a esse cenário é que a maioria da população desconhece a relação da FA com o AVC, uma das principais causas de morte no país”, ressalta o Dr. Noronha.
Existe até uma história curiosa que prova a relação entre o consumo de álcool com a FA. No final dos anos 70, médicos americanos perceberam que a maioria das pessoas, que procuravam atendimento após as festividades de final do ano, eram diagnosticados com FA. Por essa razão, Philip Ettinger descreveu pela primeira vez a condição como Holiday Heart Syndrome ou Síndrome do Coração Festivo (em português)7.
Doença ainda desconhecida
Associado a esse quadro preocupante, ainda temos o desconhecimento do brasileiro em relação à FA. A pesquisa “A Percepção do Brasileiro sobre Doenças Cardiovasculares”, encomendada pela Boehringer Ingelheim em parceria com o IBOPE CONECTA, mostrou que 63% dos entrevistados indicaram nunca terem ouvido falar sobre a fibrilação atrial8.
O objetivo da pesquisa foi mapear o conhecimento dos brasileiros sobre doenças cardiovasculares, explorando, com profundidade, a compreensão da população sobre a FA. Apesar de não conhecerem a fibrilação atrial, 66% dos participantes afirmaram conhecer as doenças cardiovasculares8, que também figuram como as principais causas de morte no mundo9.
Como prevenir e tratar
Além do consumo de álcool, a fibrilação atrial (FA) está relacionada à idade: quanto mais velho, maiores as chances de desenvolver a patologia. A doença também envolve histórico familiar, outras doenças cardíacas crônicas (históricos de infarto, cardiopatias, insuficiência cardíacas etc), quadros de hipertensão, obesidade, entre outras condições médicas¹. Na dúvida, o ideal é procurar ajuda médica para que seja feito o diagnóstico.
Muitos dos AVCs relacionados à FA podem ser evitados com medicação anticoagulante adequada. O etexilato de dabigatrana, um inibidor direto da trombina (DTI), enzima-chave da coagulação, é usado tanto para prevenção como para o tratamento de doenças tromboembólicas agudas e crônicas10.
Estudos mostram que cerca de 50% dos pacientes com FA não recebem tratamento de anticoagulação adequado por receio de acidentes, sangramentos incontroláveis ou procedimentos de emergência¹¹. Para essas situações, em que pode ser necessário reverter completa e imediatamente o efeito anticoagulante, já existe um agente reversor disponível no mercado brasileiro, de princípio ativo idarucizumabe, específico para a ação de dabigatrana¹2.
Para mais informações, visite www.boehringer-ingelheim.com.
Referências:
1. American Heart Associaton. Disponível em: http://news.heart.org/
2. World Health Organization. Disponível em: http://www.who.int/substance_
3. Substance Abuse Publications/World Health Organization. Disponível em: http://www.who.int/substance_
4. Atrial Fibrillation Fact Sheet, National Heart Blood and Lung Institute Diseases and conditions Index, October 2009. Disponível em http://www.nhlbi.nih.gov/
5. Journal of the American Heart Association. Disponível em: http://jaha.ahajournals.org/
6. Zimerman LI, Fenelon G, Martinelli Filho M, Grupi C, Atié J, Lorga Filho A, et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretrizes brasileiras de fibrilação atrial. Arq Bras Cardiol. 2009;92(6 supl 1):1-39 – acesso em: 19 de setembro de 2017 http://publicacoes.cardiol.br/
7. US National Library of Medicine/National Institutes of Health. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/
8. Pesquisa “A Percepção dos Brasileiros sobre Doenças Cardiovasculares”. Coleta de Dados pelo IBOPE CONECTA em parceria com a Boehringer Ingelheim. Análise de Dados feita pela Edelman Significa.
9. Pesquisa “A Percepção dos Brasileiros sobre Doenças Cardiovasculares”. Coleta de Dados pelo IBOPE CONECTA em parceria com a Boehringer Ingelheim. Análise de Dados feita pela Edelman Significa.
10. Stangier J. Clinical pharmacokinetics and pharmacodynamics of the oral direct thrombin inhibitor dabigatran etexilate. Clin Pharmacokinet. 2008;47(5):285–95.
11. Hylek EM, D’antonio J, Evans-molina C, Shea C, Henault LE, Regan S. Translating the results of randomized trials into clinical practice: the challenge of warfarin candidacy among hospitalized elderly patients with atrial fibrillation. Stroke. 2006;37(4):1075-80.
12. Raval AN, Cigarroa JE, Chung MK, et al. Management of Patients on Non–Vitamin K Antagonist Oral Anticoagulants in the Acute Care and Periprocedural Setting: A Scientific Statement From the American Heart Association. Circulation. 2017. DOI: 10.1161/CIR.0000000000000477
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