O Dia Mundial da Esclerose Múltipla (World MS Day) será lembrado em 30 de maio este ano. A data é uma iniciativa da Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF) para conscientizar a população sobre a doença. O tema da campanha deste ano é “#bringinguscloser” (nos aproximando, em português) e o objetivo é unir as pessoas acometidas pela esclerose e o público envolvido nos estudos para os avanços no tratamento da enfermidade, como médicos, cientistas, estudantes, enfermeiros, angariadores de fundos e voluntários.
A esclerose múltipla é uma doença inflamatória, degenerativa e silenciosa que afeta o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) causando danos na fala, equilíbrio, visão, coordenação. Outra característica da esclerose é sua autoimunidade, ou seja, o sistema imunológico ataca o próprio corpo, neste caso, os neurônios.
O problema atinge 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 35 mil delas brasileiras. A doença pode acometer pessoas de todas as idades e sexos, mas, na maioria das vezes, os primeiros sintomas se manifestam em mulheres e em indivíduos de 18 a 45 anos.
A esclerose múltipla não é uma doença hereditária. As causas ainda são desconhecidas, mas estudos apontam relações com genes de suscetibilidade, problemas hormonais e infecções com o vírus Epstein-Baar, responsável pela mononucleose, mais conhecida como Doença do Beijo.
De acordo com a coordenadora do Instituto de Neurologia do Hospital Santa Paula, Renata Simm, os sintomas são variados, podem acontecer a qualquer momento e duram, em média, cerca de uma semana.
O diagnóstico é clínico, baseado no relato do paciente e em exames, como a ressonância magnética do cérebro e o exame do líquido da medula espinhal. Eles são importantes para a confirmação da esclerose e também para afastar a suspeita de outras doenças. Entre os principais sintomas estão:
– Perda da visão, visão dupla ou embaçada.
– Alterações no controle da urina.
– Fraqueza em partes do corpo.
– Formigamento das pernas ou de um lado do corpo.
– Desequilíbrio.
– Falta de coordenação motora.
– Fadiga desproporcional à atividade realizada.
A esclerose múltipla ainda não tem cura, mas existem meios de diminuir a progressão da doença. Os tratamentos atuais buscam controlar a frequência dos surtos, reduzir a progressão da incapacidade física causada pela doença e evitar o surgimento de novas lesões no cérebro e/ou na medula espinhal. Os corticosteroides são drogas utilizadas para tratamento dos surtos e os imunomoduladores, imunossupressores e imunobiológicos (anticorpos monoclonais) servem para tratar a doença.
A descoberta da esclerose múltipla pode afetar de forma significativa a autoestima do paciente. Para enfrentar o problema, o ideal é buscar ter hábitos de vida mais saudáveis, auxílio médico e amparo emocional. Renata explica que é possível manter uma vida ativa por meio de atividades físicas e experiências sociais agradáveis. “Com o tratamento adequado e com a adoção de um estilo de vida mais leve, as pessoas podem lidar melhor com a doença.”
Veja algumas recomendações da neurologista para os pacientes:
– Tenha acompanhamento médico regular e tome a medicação corretamente.
– Mantenha um estilo de vida saudável, com boa alimentação, repouso e prática de atividades físicas.
– Interrompa o tabagismo.
– Evite temperaturas extremas, pois elas podem piorar os sintomas preexistentes e até induzir novos surtos.
– Faça fisioterapia quando os movimentos forem comprometidos.
– Em surtos agudos, fique em repouso.
Para mais informações acesse: www.santapaula.com.br
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