Uma das queixas mais frequentes da população, dor nas costas, poder ser mais do que simples “mau jeito”. Pode ser sinal de uma doença crônica séria, inflamatória e progressivamente incapacitante. Este é o alerta do especialista Valderilio Feijó, da Universidade Federal do Paraná. “Pode ser uma espondilite anquilosante, uma doença reumática de caráter inflamatório, crônica, e progressivamente incapacitante, que tem como principal sintoma uma dor bastante comum, a dor nas costas”.
A espondilite anquilosante é uma inflamação das articulações da coluna vertebral e outras articulações, como quadris, ombros e membros inferiores. Acomete três vezes mais homens do que mulheres e pode apresentar os primeiros sintomas entre os 20 e 40 anos de idade. O diagnóstico correto pode demorar em média mais de cinco anos, pois a doença pode se apresentar em surtos de intensidade branda.
“Se não diagnosticada e tratada adequadamente, pode levar à incapacidade física, com acentuada limitação dos movimentos e curvatura da coluna que dificulta o caminhar de forma ereta, ficando com o tronco curvado e a cabeça baixa – o paciente não consegue olhar para frente; somente para baixo”, informa Dr. Valderilio. “É importante conscientizar a população que as doenças reumática não só afetam as pessoas mais idosas, mas os mais jovens também, e podem ser manifestar de diferentes formas. Por isso, o papel do especialista é importante – tanto para o diagnóstico correto, quanto para a escolha do tratamento adequado”.
Principais Características da Espondilite Anquilosante
A espondilite anquilosante se caracteriza pela dor persistente (por mais de um mês) na coluna e que surge de modo lento ou insidioso, com rigidez matinal (diminui de intensidade durante o dia), melhora com exercício e piora com repouso. A espondilite anquilosante pode se iniciar com dor nas nádegas, se espalhando pela parte posterior das coxas e inferior da coluna. Um lado pode ser geralmente mais doloroso do que o outro. A inflamação das articulações entre as costelas e a coluna vertebral pode causar dor irradiada para o peito, que piora com respiração profunda, sentida ao redor das costelas, ocorrendo pela diminuição da expansibilidade do tórax durante a respiração profunda. Alguns pacientes apresentam forte cansaço, perda de apetite e peso.
Tratamento e Diagnóstico
O diagnóstico é feito com base em exames clínicos, laboratoriais e de imagem (raios-X e ressonância magnética). O tratamento inclui fisioterapia, medicamentos (antiinflamatórios e agentes imumobiológicos) e adoção de hábitos saudáveis, como não fumar e prática de exercícios físicos.
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