Nódulos malignos na tireoide podem ser assintomáticos em estágios iniciais

O dia 25 de maio marca o Dia Internacional da Tireoide e nessa data é importante reforçar como anda a saúde dessa glândula, que é imprescindível para o bom funcionamento do corpo humano. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), 60% da população brasileira terá algum nódulo na região ao longo da vida e 5% deles serão malignos.

Foi o que aconteceu com Carmelita Hack Citz, 40 anos, assistente social de Santa Catarina. Ela começou com uma certa dificuldade em engolir líquido – tomar um copo d’agua fazia com que engasgasse e começasse a tossir até perder o fôlego. “Achava que não era nada, mas se tornou muito frequente”, relata Carmelita. Os engasgos, conforme ela viria a descobrir nos próximos meses, era sinal de nódulos na tireoide.

Dra. Debora Danilovic, médica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e da Unidade de Tireoide da Faculdade de Medicina da USP, esclarece que os nódulos na glândula da tireoide não apresentam sintomas em seus estágios iniciais, o que torna o diagnóstico muito difícil. “Esse tipo de câncer geralmente não tem sintomas, não é assim tão fácil de percebê-lo a olho nu ou à palpação. Somente nódulos maiores podem ser percebidos pelo paciente com aumento do volume do pescoço.  Raramente causam sintomas como falta de ar ou dificuldade para engolir por compressão de via aérea ou digestiva. Rouquidão pode ser um sinal de alerta para o câncer de tireoide”,explica a médica.

“A maioria dos casos de câncer de tireoide não são familiares. Conhecemos alterações moleculares relacionadas ao câncer, mas as causas destas alterações nem sempre são conhecidas. Sabemos, por exemplo, que exposição a grandes doses de radiação pode predispor ao câncer”, explica a especialista. No caso de Carmelita, foi comprovado que seus nódulos, além de estarem em estágio avançado, eram malignos. “Quando ele me disse que era câncer, eu me assustei muito. A palavra câncer tinha uma conotação muito forte para mim, significava morte. Até então, nunca tinha ouvido falar de câncer de tireoide, nem sabia que existia. Conheci a partir do meu caso, só depois que conheci várias outras pessoas com o mesmo diagnostico”, relata a paciente.

Recentemente, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) divulgou uma estimativa de 9.610 casos de câncer de tireoide no Brasil. Esse é o quinto tipo mais comum em mulheres e, além disso, se tornam mais frequentes – e perigosos – conforme a idade vai avançando.

Tratamentos

Quando a doença é diagnosticada, o tratamento se dá pela cirurgia de retirada total da tireoide, seguida de uma reposição hormonal pelo resto da vida que substitui a glândula. Em outros casos, é preciso complementar o tratamento com iodoterapia. Após a retirada da glândula, Carmelita não precisou fazer outros tratamentos e apenas faz uso diário de reposição do hormônio levotiroxina.

Nos tipos mais agressivos e em estágios mais avançados da doença, o tratamento pode não surtir efeito, fazendo necessário o uso de terapias alternativas. Para esses casos, o paciente tem como opção o tratamento com sorafenibe (Nexavar, da Bayer), aprovado pela ANVISA, que inibe o crescimento do câncer e reduz a formação de novos vasos sanguíneos que nutrem o tumor.

Para mais informações, acesse www.bayer.com.br.

nayrim.pinheiro@bm.com

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