Início Vida e Saúde Programa de saúde pública espera reduzir mortes precoces de origem cardíaca

Programa de saúde pública espera reduzir mortes precoces de origem cardíaca

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A iniciativa da Prefeitura de Curitiba conta com a parceria da Sociedade Paranaense de Cardiologia

Nestes primeiros quatro meses do ano, mais de 116 mil pessoas morreram vítimas de doenças cardiovasculares no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Entre os motivos está a falta de diagnóstico precoce e preciso para identificar as pessoas que fazem parte do grupo de risco e iniciar um tratamento adequado, quando necessário.

Para auxiliar a detectar esse grupo, a Sociedade Paranaense de Cardiologia, em parceria com a prefeitura de Curitiba, criou protocolos de estratificação de risco cardíaco. A parceria faz parte do Programa “Escute o seu Coração” – uma linha de cuidado especial que estimula estilos de vida saudáveis e a promoção da saúde, a prevenção de doenças cardiovasculares, a melhoria de protocolos na atenção ambulatorial básica e especializada e da assistência na urgência e emergência, que será lançado oficialmente pelo prefeito Rafael Greca, nesta quinta (3), às 13h, no Salão de Atos do Parque Barigui.

“Com a prefeitura de Curitiba, temos trabalhado no desenvolvimento de uma série de protocolos que envolvem a estratificação de risco cardíaco. Essa identificação do risco dos indivíduos permite implementar ações de maior eficácia para seu tratamento”, explica o presidente da Sociedade Paranaense de Cardiologia, o cardiologista João Vítola. “As doenças do coração e derrames cerebrais são um problema mundial. Mas, Curitiba sai na vanguarda ao criar uma linha de cuidado especial para diminuir as mortes prematuras”, aponta o prefeito.

“Curitiba tem sido um modelo para outras cidades do mundo em várias ações para melhorar a vida de seus habitantes. Na área da saúde não é diferente. ‘Escute o seu coração’ é um projeto inovador com foco principal na importante tarefa de prevenir as mortes cardiovasculares dos mais jovens, também chamadas de precoces, ou aquelas que ocorrem abaixo dos 70 anos”, considera o cardiologista.

O protocolo, com a chancela da Sociedade, ajudará a identificar as pessoas que deverão ser encaminhadas para tratamento e ações preventivas. Parte do projeto “Escute o seu Coração” envolve uma triagem prévia feita pelas unidades de saúde da prefeitura, que identificará os tratamentos e formas de prevenção, assim como os indivíduos que deverão passar pelo exame complementar chamado escore de cálcio. “Essa parte do programa é fruto de uma parceria de sucesso entre as equipes da Secretaria Municipal de Saúde e da Sociedade Paranaense de Cardiologia, com ações que vão desde a promoção à saúde até a prevenção com uso de tecnologia de imagem cardíaca para guiar um tratamento mais individualizado e específico das pessoas identificadas como sendo de alto risco para sofrer um infarto do miocárdio”, esclarece João Vítola.

“Não queremos apenas tratar os doentes. Queremos evitar que as pessoas adoeçam. E queremos evitar também que as pessoas que já têm doenças associadas tenham alguma piora do quadro, com consequências graves para sua qualidade de vida”, salienta a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak.

Escore de cálcio
O exame será realizado pela Quanta Diagnóstico e Terapia – parceira da prefeitura de Curitiba por meio do Vale do Pinhão (ecossistema de inovação da cidade). A clínica, que faz exames na área cardiológica, doará a Curitiba dez mil exames de escore de cálcio, o equivalente a 2,5 milhões de reais. “O protocolo ajudará a identificar as pessoas que precisam dessa atenção e que deverão ser encaminhadas para tratamento”, conta o cardiologista.

Para ter acesso a esse tipo de exame, será preciso procurar uma unidade de saúde, que encaminhará para um cardiologista, caso necessário. O cardiologista da unidade de saúde fará a triagem de quem tem o perfil para fazer o escore de cálcio. Na sequência, haverá o encaminhamento para a clínica.

O escore de cálcio consegue identificar quem tem aterosclerose ainda em estágio inicial. Na prática, isso significa mais assertividade no público que precisa de tratamento. “O escore de cálcio serve para os riscos intermediários, pois separa os pacientes de baixo e alto riscos, revelando quem precisa de tratamento nesse grupo”, detalha o médico.

João Vítola explica que a faixa etária que deverá ser atendida com o exame é dos 40 aos 69 anos, no caso dos homens, e dos 50 aos 69 anos, nas mulheres, desde que identificados como pacientes com risco intermediário. “Essa faixa etária foi escolhida, pois o exame consegue identificar de forma precoce a aterosclerose nos pacientes abaixo dos 70 anos de idade”, diz cardiologista.

 

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