Uma hora ou outra as rugas vão surgir. O envelhecimento é inevitável e benéfico, afinal muitas coisas são aprendidas com o passar dos anos, mas é possível reverter alguns sinais da idade e ter uma pele linda! “Nós sempre falamos ao paciente, que independentemente da idade, seja aos 40 ou 80, eu posso ter rugas, mas eu preciso ter uma pele tratada, bonita, viçosa, luminosa, tonificada e hidratada. Por exemplo, uma senhora de 80 anos deve ter naturalmente sulcos e marcas, mas essa paciente pode e precisa ter uma pele luminosa, com um quadro de tonicidade e uma pele reconhecida como bem cuidada”, diz a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy of Dermatology (AAD).
Para diminuir as rugas profundas e deixar a pele linda, é necessário buscar ajuda de um dermatologista, que irá dosar as fórmulas (tópicas e orais) para melhorar a qualidade do tecido cutâneo como um todo. Mas antes de entrar nas formulações, a médica lembra a importância dos hábitos. “Nós somos aquilo que nós comemos. O paciente tem um sistema cutâneo que é decorrente de todo um sistema corpóreo, então ele tem que ter bons hábitos alimentares, um sono privilegiado, procurar controlar o nível de stress, fazer atividades físicas, ter um bom quadro onde ele cuide dessa pele regularmente, deve evitar o cigarro, que é um dos maiores causadores de malefícios para a pele e o que mais provoca rugas disparadamente conjuntamente com o sol que traz o fotoenvelhecimento”, explica. “É claro que existe, também, o envelhecimento natural, então a cada dia, a cada segundo, a cada minuto, nós vamos envelhecendo. Além disso, nós temos o envelhecimento hormonal – que é um dos piores envelhecimentos porque é quando demonstramos realmente uma queda expressiva principalmente com relação à perda do turgor, da elasticidade e do tônus da nossa pele”, explica. Por isso, a orientação médica é fundamental.
Com relação aos tratamentos, a médica enfatiza que, quando ocorre a aparição de volumetrias negativas, ou seja, gaps, depressões e a formação de linhas e rugas cada vez mais profundas, a rotina skincare exige atenção à hidratação, uso de antioxidantes, fotoprotetor e substâncias poderosas como os peptídeos e fatores de crescimento para fazer reparo, recuperação e estímulo de colágeno na pele. Como as rugas já são mais profundas, a intensidade e a concentração dos ativos são maiores.
Substâncias anti-idade – “Nesse caso, a presença dos fatores de crescimento nos cremes ou séruns anti-idade é extremamente importante; eles podem estar em associação e, muitas vezes, todos eles juntos com substâncias de reparo da pele contra agressores para estimular o processo de regeneração do tecido agredido, principalmente à noite”, explica. Devem ser usados também ativos como a aveia coloidal e substâncias que promovem reorganização das estruturas, para que haja um quadro em que as células lesionadas, e o DNA que foi de alguma maneira agredido, sejam recuperados para evitar um dano mais agressivo, que às vezes é irreversível”, diz. Além disso, o paciente pode utilizar em casa também as máscaras de LED, que melhoram muito a ação da energia mitocondrial, segundo a médica. “Elas podem trazer a luz do tipo vermelho e infravermelho combinadas, que são extremamente anti-inflamatórias, estimuladoras de energia e, que vão, no final de tudo, gerar maior proliferação celular e a liberação de fatores de crescimento para estimular a reorganização do tecido que já está lesionado de alguma forma”, explica.
Cápsulas poderosas – O tratamento via oral, também importante nesses casos de rugas mais profundas, deve contar com cápsulas cujos ingredientes ofereçam ação antioxidante, antiglicante e anti-idade. “É interessante para esse paciente ingerir ômegas na sua função DHA e EPA; estimular o colágeno com silício Exsynutriment; fazer a reposição de energia com ativos que melhorem a energia mitocondrial como Bio-Arct; usar superóxido de desmutase, glutationa, vitamina C, resveratrol e vitamina E”, afirma. Além disso, a médica diz que esse paciente deve ingerir substâncias que também protejam principalmente contra a exposição solar, como: licopeno, astaxantina, luteína e polypodium leucotomos. “Esses compostos por boca ajudam no processo de reparo, de hidratação e de nutrição da pele”, explica.
Hidratação e tratamento – Na aplicação tópica de produtos para hidratação, que deve ser feita após boa limpeza e tonificação da pele, o ácido hialurônico em combinação de alto e baixo peso molecular em uma mesma fórmula pode ser usado conjuntamente com antioxidantes e silício para manter a elasticidade e turgor da pele. “Substâncias antioxidantes e a fotoproteção são usadas de manhã e, no caso dos tratamentos noturnos, é necessário utilizar retinoides, alfa e poli-hidroxiácidos, não todos os dias, mas em dias alternados, para melhorar a renovação celular e diminuir a aparência das rugas”, diz. “O paciente deve intercalar essa rotina noturna com substâncias nutritivas ricas em Arct-alg, Hyaxel, Nutriomega 3, 6, 7 e 9, Luminescence, enfim, nós temos uma série de ativos hoje extremamente importantes. O fato é que uma boa nutrição tópica é extremamente importante”, diz.
No caso dos antioxidantes, as substâncias indicadas são: vitamina A, vitamina C, vitamina E, nicotinamida, resveratrol, o ácido ferúlico e o ácido maslínico. “Também devemos fazer a reposição de substâncias que melhorem a energia da mitocôndria para que a célula possa fazer o seu papel de recuperação, de proliferação e de quimiopraxia de fibroblastos para produção de colágeno”, afirma.
Fotoproteção – Sobre a fotoproteção diária, ela deve ser de no mínimo FPS 30 para fototipos 3 e 4 (peles mais escuras), e uma fotoproteção de 50 nos fototipos 1 e 2 (peles mais claras). “Esses filtros solares precisam de uma leitura um pouco mais ampla, ou seja, eu não posso falar apenas de anti-UVA e anti-UVB: eu tenho que começar a pensar no comprimento de onda crítico 415nm da luz azul e no infravermelho; esse filtro solar deve ter substâncias antioxidantes que façam a recuperação e o reparo do dano inflamatório causado pelo sol”, finaliza.
Fonte: Dra. Claudia Marçal
Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School
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