Iluminação previne doenças, diz pesquisa

Estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que até 2030 o número de brasileiros com mais de 60 anos deve passar dos atuais 29,4 milhões para 41,5 milhões. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier este cenário deve aumentar ainda mais a deficiência visual no Brasil por doenças oculares incapacitantes como a catarata. O último anuário do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) mostra que a catarata responde por 49% dos casos de cegueira tratável. Por isso, é  uma  importante causa das quedas,  uma das mais frequentes causas de  hospitalização de idosos no Brasil.

Pesquisa

Como se não bastasse, 85% de nossa integração com meio ambiente depende da visão e 1/3 aposentados brasileiros permanecem trabalhando apesar da baixa visão.

Por isso, o médico afirma que a melhora da iluminação nas empresas e residências deveria ser uma das prioridades da saúde pública no país.

O oftalmologista ressalta que enxergar bem, melhora a produtividade, humor, estado de ânimo e o bem-estar. É o que mostra uma pesquisa holandesa da universidade de Twente. O levantamento acompanhou durante sete meses os efeitos da exposição à iluminação calibrada ao ciclo circadiano de 124 participantes.

Os resultados mostram 18% tiveram melhora da produtividade, 71% se sentiram mais animados, 76% mais felizes e 50% mais saudáveis.

Degeneração da visão reduz produtividade

Queiroz Neto afirma que a partir dos 40 anos a progressiva degeneração do sistema ocular faz parecer doenças que impõe cuidados periódicos com a saúde dos olhos para manter a produtividade. “Nesta faixa etária as mudanças frequentes dos níveis de iluminação das telas eletrônicas fazem a fadiga visual saltar de 67% entre os mais jovens, para 90%. Isso acontece porque nossos olhos foram feitos para durar 40 anos. “A partir daí os tecidos oculares começam a degenerar”, afirma. A primeira degeneração que surge é a presbiopia ou vista cansada que dificulta enxergar de perto inclusive em quem nunca usou óculos”

“Quando uma pessoa atinge 50 anos, o cristalino do olho começa a amarelar”, pondera. É o início da catarata que diminui nossa capacidade de discriminar cores.

Aos 60 anos, Queiroz Neto destaca que a pupila se torna menor. Resultado: menos luz chega à retina onde se processam as imagens, a ponto de necessitarmos até três vezes mais iluminação que uma pessoa de 20 anos. A diminuição da pupila também dificulta a adaptação da visão às mudanças de luminosidade de um ambiente para outro.

Como prevenir doenças

Para Queiroz Neto o estudo holandês comprova a importância da boa iluminação e a influência dos olhos na saúde sistêmica. “O bem-estar descrito pelos participantes está relacionado à transmissão por um ramo do nervo óptico das condições de iluminação a que estamos expostos para um centro de comando no cérebro, chamado núcleo supraquiasmático (NSQ). Este núcleo, ressalta, processa a luminosidade e envia a informação às glândulas responsáveis pela secreção e supressão de hormônios que regulam nosso metabolismo durante 24 horas, o ciclo circadiano.  “Por mais que a luz artificial seja adequada não tem os mesmos efeitos da natural no organismo”, adverte. Isso porque, explica, a privação da luz solar dificulta a produção de bons níveis de hormônio circadianos. O resultado é a maior predisposição à doença de Alzheimer, depressão, transtorno de déficit de atenção (TDAH), insônia. doenças cardíacas, obesidade, diabetes.

Dicas de iluminação

As dicas do oftalmologista para melhorar a produtividade são:

  • Combine iluminação direta e indireta
  • Coloque um ponto de luz acima de seu ombro na mesa de trabalho.
  • Fixe a luminária ligeiramente inclinada para frente e do lado oposto à mão que trabalha para evitar sombras.
  • Evite colocar luminárias atrás de você.
  • Evite luzes brilhantes encima de textos
  • Ilumine grandes ambientes com lâmpadas fluorescentes no teto
  • Proteja as lâmpadas evitando a visão direta dos tubos de luz.
  • Use cortinas nas janelas para evitar ofuscamento
  • Recue a iluminação embutida no teto
  • Opte por paredes e tetos de cores claras para suavizar os efeitos da luz
  • Evite posicionar o computador de frente para a janela.

eutropia@uol.com.br

Destaque da Semana

Baco Restaurante apresenta nova edição do ‘Cozinha de Autor’ em Maringá

Quando se fala em alta gastronomia em Maringá, o...

Obra de grande porte marca acordo histórico entre Paraná e Santa Catarina sobre Território Marítimo

Governadores Carlos Massa Ratinho Junior e Jorginho Mello firmaram...

Solidão na velhice aumenta em 31% o risco de desenvolver demência

Revisão de estudos analisou autorrelatos de solidão e saúde...

Artigos Relacionados

Destaque do Editor

Mais artigos do autor