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A problemática do diagnóstico tardio e sua influência nos custos com saúde e qualidade de vida dos pacientes no país

O diagnóstico precoce de uma doença pode ser a chave para um prognóstico positivo na maioria dos casos. A correta identificação e escolha da melhor abordagem para tratamento, consequentemente, tem o papel de garantir que o paciente tenha mais chances de cura e qualidade de vida. Em casos oncológicos, essa relação é ainda mais evidente.

Atualmente, a medicina já identificou mais de 200 tipos de câncer. Isso dificulta cada vez mais a identificação precoce e correta de uma patologia, muitas vezes por falta de conhecimento dos sinais e sintomas ou desatenção do próprio paciente. Em muitos casos, o diagnóstico acaba acontecendo de forma acidental.

Isso coloca em cheque ainda a sustentabilidade da oncologia no mundo, já que os custos com estas patologias são altos. Quando diagnosticadas tardiamente, em estágio avançado e/ou quando o paciente já apresenta metástase, o custo do tratamento pode ser entre 60% a 80%² maior do que quando o diagnóstico é precoce, segundo uma pesquisa financiada pelo Tribunal de Contas da União em 2010. Além disso, as possibilidades de cura também são menores.

Os Tumores Neuroendócrinos (TNEs) se enquadram nesse complicado cenário, já que são um tipo raro de câncer com sintomas que facilmente podem ser confundidos com outras condições mais comuns e menos agressivas. Os TNEs se desenvolvem nas células do sistema neuroendócrino e tem a capacidade de produzir de forma desenfreada hormônios e outras substâncias semelhantes que tem ação sobre diferentes órgãos. Quando isto ocorre, os TNEs são chamados de funcionantes. Estes tumores são malignos, de lento crescimento e podem surgir em qualquer parte do organismo.

Devido à variedade de comportamentos clínicos, dados da International Neuroendocrine Cancer Alliance (INCA) mostram que uma pessoa pode levar de 3 a 7¹ anos para ser diagnosticada com TNE, passando por até seis médicos diferentes. De acordo com Dr. André Nebel Mello, gerente médico da Ipsen, “a informação é o caminho para que possa haver mais sensibilidade e atenção ao tema. Só assim conseguiremos ter pacientes com melhores prognósticos.”

O TNE funcionante é o caso mais comum entre os tumores neuroendócrinos. Nesta síndrome, o paciente apresenta quadro de diarreia crônica, dor abdominal e rubor facial. “Em outros casos de TNEs funcionantes, sintomas como hipoglicemia, dor de estômago e úlceras gástricas e quadros de diabetes podem indicar uma anomalia”, explica o médico.

Por ano, são cerca de 2,4 pacientes diagnosticados a cada 100 mil³. A maioria dos TNEs ocorrem em pessoas com idade entre 50-60 anos4. Porém, ainda que raros, sua incidência tem aumentado.

Atualmente, existem portais específicos sobre a doença, que facilitam o acesso e entendimento de suas características: a página tne.vivendocom.com.br e a fanpage no facebook Vivendo com TNE são espaços que contam com conteúdos focados nas necessidades dos pacientes que convivem com a patologia, além de informações úteis para o público em geral. Além disso, abre espaço para a interação entre pacientes, grupos de apoio e esclarecimento das dúvidas mais comuns. Com isso, aumenta-se a disseminação de informações relevantes e de qualidade para a sociedade.

luccas.sanches@bm.com

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