Câncer de cabeça e pescoço: em busca da cura

Para conscientizar a população sobre os riscos da doença, a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) promove durante o mês a Campanha Julho Verde. Entre os objetivos destaca-se o reforço na prevenção e no diagnóstico em fase inicial, pois quando ele ocorre tardiamente pode deixar sequelas nos pacientes. De acordo com a médica Paola A. G. Pedruzzi, especialista em cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), esses tumores têm cura, mas é de extrema importância que o diagnóstico seja feito precocemente para o início imediato do tratamento. “A população deve ficar atenta aos principais sintomas, entre eles os mais comuns são a presença de feridas que não cicatrizam na região, nódulos no pescoço, rouquidão e alterações da voz, dificuldade de engolir e emagrecimento sem motivo aparente”, destaca. 
 
Além de ficar atenta aos sintomas, é importante evitar hábitos que podem ajudar no desenvolvimento dos tumores. O tabaco e o álcool  são responsáveis por cerca de 90% dos casos. O HPV (papilomavírus humano) também aparece como o agente causador de alguns tumores, especialmente o câncer da orofaringe (amígdala). Os idosos que usam próteses dentárias também devem manter uma rotina de prevenção, verificando a existência de lesões embaixo das próteses. A genética pode ser responsável por parte desses tumores e fatores relacionados a estresse, depressão e estilo de vida.  Para a especialista, “Sendo uma doença curável, fica o alerta para a importância da detecção precoce. As taxas de cura, na doença inicial, chegam a 95% e na doença avançada diminuem para 30%. As sequelas da doença são muito menores quando o tratamento é realizado no estágio inicial e o paciente permanece com bons resultados de voz e deglutição”.
 
A médica complementa: “Médicos e pacientes devem entender que hoje não se aceita mais tratamentos convencionais como radioterapia, quimioterapia e cirurgia. Temos que entender que o paciente deve ser visto em seu todo e esse é o papel da medicina integrativa, que aplica técnicas e conhecimentos já comprovadamente benéficos ao pacientes. A cura da doença não está apenas no tratamento médico, mas sim naquilo que o paciente acredita. Por isso que alguns pacientes se curam e outros não. Obviamente que existem tumores de maior agressividade e outros de baixa agressividade. A busca por formas de aliviar o estresse, a depressão, em buscar o autoconhecimento do seu eu é a chave para um bem-estar”. 
 
A especialista recomenda aos pacientes a busca de meios que auxiliem no tratamento, direcionados à redução do estresse e depressão, e também a busca do autoconhecimento, entendimento e aceitação da doença e todos os meios disponíveis para a melhora da qualidade de vida e da cura. As formas de abordagem dependem muito de cada paciente, mas, geralmente, incluem a ioga, acupuntura, Reiki, massagens, técnicas utilizadas na medicina chinesa e ayurveda, entre outras.