Em 28 de julho é lembrado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, inflamações do fígado causadas pelos vírus A, B, C, D e E.
Nos últimos 18 anos, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 587.821 casos confirmados de hepatites virais no Brasil, sendo a maioria de hepatite B (37%) e C (34%), a maior responsável por óbitos e a terceira maior causa de transplantes hepáticos.
Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elaborou o “Global Health Sector Strategyon Viral Hepatitis 2016–2021: Towards Ending Viral Hepatitis”, um documento que estabelece estratégias globais para eliminar as hepatites virais do mundo. Este ano, o Ministério da Saúde atualizou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas das Hepatites Virais, visando ampliar o tratamento, diminuir o tempo e melhorar a qualidade da assistência, com menos efeitos colaterais. A garantia de saneamento básico (tratamento de água e esgoto) a toda população também deve ser um ponto de atenção na prevenção contra a hepatite, visto que a água pode ser um meio de contaminação. A expectativa é de que 657 mil pessoas sejam tratadas nos próximos anos e mais de 50 mil com hepatite C somente em 2018.
Os vírus da hepatite podem ser contraídos das seguintes maneiras:
- Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos (vírus A e E);
- Transmissão sanguínea: pela prática de sexo desprotegido,
compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam e transfusão sanguínea; - Transmissão vertical: pela gravidez, parto e amamentação da mãe para o filho (vírus B, C e D).
Os sintomas mais comuns, que normalmente aparecem na fase aguda da doença (logo no início, após a infecção), são: febre, fraqueza, mal-estar, dor abdominal, enjoo, vômitos, perda de apetite, urina escura, olhos e pele amarelados e fezes esbranquiçadas. Na fase crônica, ou seja, em estágio avançado, a maioria dos pacientes não tem nenhum sintoma, ocorrendo, nesta fase, a destruição do fígado de forma assintomática.
Nas hepatites causadas pelos vírus B, C e D, em sua fase crônica (quando a doença persiste por mais de seis meses no organismo), os pacientes podem apresentar cirrose e câncer no fígado. As hepatites A e B possuem vacinas preventivas e que são eficazes e vitalícias – uma vez imunizado a proteção dura pela vida toda.
Depois de contraída a doença, o tratamento será feito de forma personalizada de acordo com o vírus e com o grau de evolução da hepatite, por meio de antivirais.
O infectologista Claudio Gonsalez, do Hospital Santa Paula, reuniu 10 cuidados para prevenir as hepatites virais:
1. Higienize as mãos constantemente, principalmente antes das refeições;
2. Beba somente água tratada e filtrada;
3. Lave bem os alimentos antes de comer;
4. Use preservativo nas relações sexuais;
5. Não compartilhe utensílios de uso pessoal como escovas de dente e lâminas de barbear;
6. Não compartilhe acessórios de manicure e pedicure, como alicates de cutícula, espátulas, entre outros;
7. Utilize apenas dispositivos descartáveis para coleta de exames médicos;
8. Os materiais usados em aplicações de piercings ou tatuagens também devem ser descartáveis;
9. Realize o pré-natal e a pré-concepção, isso permite o tratamento precoce da mãe e do bebê;
10. Mantenha a vacinação contra a hepatite A e B em dia.
Referências:
- Ministério da Saúde – http://portalms.saude.gov.br
- Secretaria de Vigilância em Saúde – Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2018
Para mais informações acesse: www.santapaula.com.br
larissa.ribeiro@comuniquese2.com.br