O melanoma é o câncer de pele mais agressivo, sendo o melanoma metastático o mais grave e potencialmente fatal, associado a baixas taxas de sobrevida2,3de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA)1 a incidência para o biênio 2018-2019 será de aproximadamente 6 mil casos novos.
O estudo COLUMBUS foi selecionado para o programa “Best of ASCO” (melhor do ASCO, em tradução livre).
“Temos o prazer de apresentar esses novos dados que se baseiam em análises dos dados do COLUMBUS e reforçam nossa crença de que o encorafenibe e o binimetinibe podem ser uma nova opção de tratamento promissora para pacientes com melanoma avançado BRAF-mutado”, afirmou o Dr. Reinhard Dummer, professor do Departamento de Dermatologia da Universidade de Zurique (Suíça), e principal investigador e autor do estudo.
Columbus é um estudo multicêntrico, randomizado, aberto de fase III em pacientes com melanoma avançado/metastático com BRAF-mutado. Mostrou sobrevida global mediana de 33,6 meses para os pacientes tratados com a combinação de encorafenibe e binimetinibe comparado com 16,9 meses para os pacientes que receberam vemurafenibe em monoterapia. A combinação reduziu o risco de morte comparado com vemurafenibe em monoterapia (hazard ratio [HR] of 0.61 [95% CI: 0.47–0.79], p<0.0001]. A sobrevida em dois anos dos pacientes no braço combinação foi de 58%. A eficácia de vemurafenibe em monoterapia no braço controle foi consistente com os dados históricos já apresentados o que garante consistência e valida os dados do estudo Columbus.
Outro dado apresentado durante essa edição do ASCO Annual Meeting é a atualização sobre a mediana da sobrevida livre de progressão (mPFS) para pacientes tratados com a combinação encorafenibe e binimetinibe permanence assim como divulgado anteriormente: 14,9 meses versus 7,3 meses para os participantes tratados com vemurafenibe.
O estudo
Vale ressaltar ainda que a pesquisa mostrou uso limitado de imunoterapia pós estudo, também consistente com outros estudos pivotais com inibidores de BRAF e MEK em melanoma avançado/metastático.
“Os dados mostraram que independente do braço de tratamento, o uso subsequente de imunoterapia foi similar entre os braços, indicando que o tratamento pós estudo não contribuiu para os resultados de sobrevida global”, disse o Dr. Reinhard Drummer, autor principal do estudo e professor do Departamento de Dermatologia do Hospital da Universidade de Zurich.
Como já reportado previamente a combinação de encorafenibe e binimetinibe foi bem tolerada. Eventos Adversos (EA) grau 3 e 4 que ocorreram em mais de 5% dos pacientes que receberam a combinação foram: aumento da gamaglutariltransferase (GGT:9%), aumento sérico da creatinofosfoquinase (CK:7%) e hipertensão (6%). A incidência de eventos adversos de especial interesse, definidos pelas toxicidades mais comuns associadas aos inibidores de BRAF e MEK disponíveis comercialmente para tratamento do melanoma avançado/metastático, para os pacientes que receberam a combinação de encorafenibe e binimetinibe incluiram: rash (22%), retinopatias incluindo descolamento de retina (20%), pirexia (18%) e fotossensibilidade (5%). Os resultados completos de segurança do estudo Columbus parte 1 foram publicados no The Lancet Oncology. 4
Sobre o estudo COLUMBUS
O estudo COLUMBUS (NCT01909453) é um estudo internacional, randomizado, aberto de fase 3 de duas partes, para avaliar a eficácia e a segurança da combinação de encorafenibe e binimetinibe em comparação ao tratamento monoterápico com vemurafenibe ou com encorafenibe. O estudo incluiu 921 pacientes com melanoma BRAF-mutado (mutação BRAFV600) avançado, irressecável ou matastático. Mais de 200 centros no mundo: Américas do Norte e do Sul, Europa, África, Ásia e Austrália participam do estudo.
Sobre encorafenibe e binimetinibe
BRAF e MEK são proteínas quinases chaves para a via de sinalização MAPK (RAS-RAF-MEK-ERK). Pesquisas têm mostrado que essa via regula diversas atividades celulares, incluindo a proliferação, diferenciação, sobrevivência e angiogênese. A ativação inapropriada de proteínas nessa via está presente em diversos cânceres, incluindo o melanoma e o câncer coloretal. O encorafenibe é um inibidor da BRAF e o binimetinibe é um inibidor da MEK, que têm como alvo enzimas-chave nessa via. Ambos estão sendo estudados em pesquisas clínicas envolvendo pacientes com câncer avançado, incluindo os estudos fase 3 BEACON coloreto e COLUMBUS.
O laboratório Array BioPharma possui os direitos sobre encorafenibe e binimetinibe nos Estados Unidos e Canadá enquanto a Pierre Fabre detém os direitos em todos os demais países, incluindo da Europa, Ásia (exceto Japão e Coréia do Sul) e América Latina.
Tanto o encorafenibe quanto o binimetinibe estão em fase de investigação e ainda não contam com aprovação em nenhum país. Em julho de 2017, a Pierre Fabre submeteu ambos medicamentos à aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para pacientes com melanoma avançado, irressecável ou metastático, BRAF-mutado.
No Brasil, o processo de submissão à autoridade regulatória deve ocorrer no segundo semestre de 2018.
Referências
[1] Instituto Nacional do Câncer (INCA). Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2018/sintese-de-resultados-comentarios.asp. Acessado em Junho de 2018.
[2] Melanoma Skin Cancer. American Cancer Society. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/melanoma-skin-cancer.html. Acessado em Janeiro de 2018.
[3] A Snapshot of Melanoma. National Cancer Institute. Disponível em: https://seer.cancer.gov/statfacts/html/melan.htmlAcessado em Janeiro de 2018.
[4] Drummer R, et al Encorafenib plus binimetinib versus vemurafenib or encorafenib in patients with BRAF-mutant melanoma (COLUMBUS): a multicentre, open-label, randomised phase 3 trial.
Lancet 2018. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lanonc/article/PIIS1470-2045(18)30142-6/fulltext
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