domingo, 23 fevereiro 2025
19.8 C
Curitiba

O socialismo é contra você

José Pio Martins*

O país tem uma parte capitalista (o setor privado) e uma parte socialista (o Estado). O Estado vive do que retira da sociedade. Se gasta mais do que arrecada, tem de fazer dívida. Se persiste, tem de aumentar impostos. Na crise, o setor privado (pessoas e empresas) aperta o cinto, reduz gastos e luta para não ir à falência. Já o governo segue inchando, não reduz gastos, seus servidores não perdem o emprego, e a saída é sempre a mesma: mais dívidas e mais impostos.

A Revolução Americana de 1776 foi a revolta do povo contra os impostos cobrados pela monarquia inglesa. Foi a luta pela independência dos EUA. Porém, os norte-americanos sabiam que não ter nenhum governo levaria ao caos, e que a função primária do governo é cuidar da defesa nacional e instituir um sistema judicial. Mas os “pais fundadores” da pátria tinham duas premissas: uma, o governo não deve depender de políticos e burocratas altruístas e angelicais (que não existem); outra, não tinham a intenção de permitir que o governo se tornasse um mecanismo para “roubar” os frutos do trabalho de um homem e dar a outro que não trabalhou para obtê-los.

A Constituição dos Estados Unidos foi elaborada para preservar as liberdades individuais e ter um governo com poderes limitadíssimos. A vida de um indivíduo pode ser vista em duas grandes partes: uma é o espectro de sua liberdade; outra é o espectro de suas ações comandadas por um aparato de coerção e controle, o governo. Os fundadores da nação norte-americana sabiam que quanto mais atribuições fossem dadas ao governo, maiores seriam os impostos, mais fortes seriam os controles sobre a vida das pessoas, e os poderes dos políticos e dos burocratas seriam crescentes. Cada vez mais a vida humana sairia do controle do indivíduo e passaria ao controle do Estado.

Em sua obra O Manifesto Comunista, Marx e Engels propunham a ditadura do proletariado – aquilo que chamavam de “socialismo” –, cuja construção dependeria de três coisas: eliminar o direito de propriedade privada (privar o homem dos frutos de seu trabalho); dissolver a unidade familiar (os filhos não pertenceriam mais aos pais, mas ao Estado); e destruir a religião (que para Marx era o “ópio do povo”). Com a queda do Muro de Berlim e a desintegração do império sanguinário soviético, os socialistas passaram a controlar a vida das pessoas por meio dos impostos, de excessivos poderes governamentais e da estatização de tudo que pudessem, desde o preço do ingresso que um bar cobra de homens e mulheres até que músicas podem ser tocadas no carnaval baiano.

O pai de Pítocles reclamava do excesso de gastos do filho, que vivia lhe pedindo sempre mais dinheiro, e recebeu do filósofo Epicuro o seguinte conselho: “Se queres enriquecer Pítocles, não lhe acrescentes riquezas, diminui-lhe os desejos”. É assim que devíamos agir contra a voracidade do governo, que insiste em crescer, confiscar sempre mais de nossa renda e controlar nossas vidas. A fibra de um povo é tão maior quanto menos ela depende do governo, que no fim das contas é um pai terrível.

 

*José Pio Martins, economista e reitor da Universidade Positivo.

Destaque da Semana

Com impacto emocional, alopecia areata ganha novas opções de tratamento

Sociedade Brasileira de Dermatologia divulgou recomendações atualizadas para aprimorar...

Wesley Safadão volta ao Curitiba Country Festival para show inesquecível

Luan Santana,  Maiara & Maraisa, Simone Mendes, Pedro Sampaio,...

Quais são os erros mais comuns no marketing no Instagram e como evitá-los?

O Instagram é uma das plataformas mais poderosas para...

Aumentar em 30 minutos os treinos de cardio impacta a composição corporal

Estudo mostra como cada meia hora de atividade aeróbica...

Artigos Relacionados

Destaque do Editor

Popular Categories

Mais artigos do autor