A maioria dos tumores pediátricos tem origem pouco específica. Em geral, crescem rapidamente, são bastante invasivos, mas também respondem melhor ao tratamento e costumam ter bom prognóstico. O retinoblastoma, tumor que ataca a retina, é um dos dez tipos de câncer mais comuns em crianças e costuma se manifestar nos primeiros anos de vida. De acordo com o médico oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, apesar de raro, o retinoblastoma pode levar à perda da visão ou ainda ser fatal.
“Quando diagnosticado precocemente, o retinoblastoma pode ser destruído, preservando-se o olho tanto quanto possível. Já em casos mais graves, a retirada do olho se faz necessária para impedir a evolução da doença, evitando que se espalhe para outras partes do corpo. Por isso, a participação dos pais no diagnóstico precoce dessa doença é fundamental”, diz Neves. De acordo com o especialista, os pais ou responsáveis pelos cuidados com as crianças devem estar sempre atentos a três sinais da doença:
- Reflexo branco nos olhos. “Ao invés daquele reflexo avermelhado, muito comum em fotografias tiradas com flash e não tratadas, um dos olhos da criança apresenta um reflexo esbranquiçado”.
- Estrabismo. “Nem todo estrabismo está diretamente relacionado ao retinoblastoma. Ao contrário, já que se trata de um câncer raro entre crianças. Mas é importante avaliar se o desvio ocular está sendo causado por alguma massa tumoral. Somente exames oftalmológicos poderão diferenciar as causas do problema”.
- Sangramento ocular. “Sempre que alguma parte do olho de uma criança sangrar espontaneamente – que se difere de um trauma, por exemplo – é preciso submeter a criança a determinados exames e identificar se esse problema é acompanhado de perda de visão, náuseas e vômitos”.
O retinoblastoma é causado pelo crescimento de um tumor na camada celular da retina. Hereditariedade é fator de risco que corresponde a apenas 10% dos casos. Portanto, é importante prestar muita atenção aos olhos do bebê desde que nasce – conferindo sempre os reflexos nas fotos. Diante dessa perspectiva, o ideal é fazer um exame oftalmológico de fundo de olho. Já exames de imagem, como a tomografia de crânio e órbita, ou ainda a ressonância magnética, podem ser indicados para confirmar o câncer pediátrico e para avaliar a extensão do tumor. “Em determinados casos, é necessário retirar o globo ocular para fazer um diagnóstico histológico. Vale ressaltar, por fim, que, entre algumas opções de tratamento, o objetivo principal é preservar a vida do paciente e evitar que o tumor se espalhe para outros órgãos”, afirma Renato Neves.
Fonte: Prof. Dr. Renato Neves, médico oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo – www.eyecare.com.br
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