Atividade física é fundamental para o tratamento da endometriose

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A endometriose é uma doença crônica que atinge cerca de 10% das mulheres em idade fértil. A infertilidade e a dor pélvica crônica são os principais sintomas da doença. A endometriose afeta de forma significativa a qualidade de vida de quem recebe este diagnóstico.

O principal objetivo do tratamento, que pode ser medicamentoso ou cirúrgico, é reduzir a dor e/ou resgatar a fertilidade. Entretanto, os medicamentos usados no combate à endometriose podem conter hormônios e, portanto, podem levar ao aumento do peso e à retenção de líquidos.

Uma recomendação fundamental para as mulheres diagnosticadas com endometriose é adotar hábitos de vida saudáveis, entre eles a prática regular de uma atividade física. Segundo pesquisa realizada pelo cirurgião ginecológico, Dr. Edvaldo Cavalcante, em parceria com o Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade (GAPENDI), das 3 mil brasileiras com endometriose que responderam ao questionário, apenas 31% praticam algum exercício regularmente.

“Infelizmente, o nível de sedentarismo na população brasileira é alto. A vida agitada das grandes capitais leva as pessoas a caminharem menos e a ficarem mais tempo sentadas. Porém, a prática de uma atividade física é essencial para todos, inclusive para quem tem uma doença crônica como a endometriose”, comenta Dr. Edvaldo.

Encontre um exercício para chamar de seu
Segundo um estudo publicado no Journal of Physical Therapy Science, um programa de oito semanas de exercícios foi eficaz na redução da dor e na melhora de anormalidades posturais relacionadas às dores pélvicas. “O que ocorre é que a dor pélvica pode levar a mulher a adotar uma postura mais curvada, levando a uma cifose (corcunda). Portanto, se ela pratica uma atividade física que trabalhe a postura, por exemplo, como o Pilates, é esperado que esse aspecto melhore”, comenta Marília Gabriela, portadora de endometriose e coordenadora do Gapendi.

Outro ponto é que atividades físicas ajudam o organismo a produzir dois neurotransmissores, a serotonina e a dopamina. A primeira traz sensação de bem-estar e ajuda a aliviar a ansiedade, presente em 50% das entrevistadas na pesquisa, por exemplo.

A serotonina também ajuda a regular as vias sensoriais ligadas à dor e, pode, portanto, contribuir no controle da dor. A dopamina também fica mais disponível por meio dos exercícios e ajuda na sensação de prazer e bem-estar, assim como atua na memória, humor e concentração.

Controle do peso
Para as mulheres que usam hormônios para tratar a endometriose, a prática regular de um exercício é um aliado importante para ajudar no controle do peso. “A alimentação deve ser balanceada, mas é ideal somar à dieta alguma atividade física. Lembrando que esses bons hábitos não servem apenas para o tratamento da endometriose, mas contribuem também para que a mulher previna condições futuras, como as doenças cardiovasculares, muito comuns na menopausa”, acrescenta Dr. Edvaldo.

Como escolher uma atividade física
Em primeiro lugar, é preciso optar por uma atividade ou exercício que esteja alinhado com o perfil individual. Caminhada, natação, Pilates, musculação, treinos funcionais, dança, ciclismo. O importante é a regularidade e o prazer envolvido na escolha. O ideal é procurar se exercitar pelo menos 30 minutos por dia ou 60 minutos de 3 a 4 vezes por semana.

“Tudo na vida é uma questão de hábitos. Quando a pessoa é sedentária, pode ser mais difícil no começo, mas depois, certamente o tempo irá mostrar os benefícios para a saúde como um todo, sendo ainda uma estratégia importante para lidar com a endometriose”, conclui Dr. Edvaldo.

carol@agenciahealth.com.br

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