Menos utilizados do que o preservativo e a pílula anticoncepcional, também são alternativas com melhor custo-benefício e ainda descartam a possibilidade de a mulher esquecer de tomá-los, já que são implantados no útero.
Existem quatro tipos de LARCs, o DIU (Dispositivo Intrauterino) em cobre e o em cobre e prata, o SIU (Sistema Intrauterino) e o implante subcutâneo. Funcionam impedindo que o espermatozoide chegue ao óvulo, evitando a fecundação ou, no caso do implante, inibindo a ovulação.
O ginecologista Andre Malavasi, Coordenador dos Representantes Credenciados da SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), apresenta algumas diferenças entre os métodos:
“O SIU contém um hormônio que é liberado continuamente, diminuindo o fluxo menstrual e podendo até prevenir a endometriose e a adenomiose, ou seja, o crescimento do tecido do endométrio fora do útero. O que os difere é a durabilidade. Os DIUs podem durar, de acordo com o tipo, de 5 a 10 anos”.
As taxas de falhas dos LARCs são inferiores ao preservativo, à pílula e até à vasectomia.
“O SIU possui taxa de falha de 0,2%, enquanto o DIU de cobre e prata com cobre possui taxa de 0,9%. No implante, é de 0,05%.
A vasectomia falha em 0,15% dos casos. Então, o implante é três vezes mais eficaz que a cirurgia. A pílula anticoncepcional, se tomada de forma correta, ou seja, sem esquecer nenhum dia e ingerir nos mesmos horários, pode não evitar a gravidez em 0,3%. Se, por acaso, a mulher ficar um dia sem tomar, estiver sendo medicada com antibióticos, tiver diarreia ou vômito, essa taxa chega a 3% de falha”, compara Malavasi.
Outra vantagem dos LARCs é econômica. Malavasi faz as contas e mostra que o anticoncepcional de longa duração sai mais em conta do que as pílulas.
“O SIU custa R$ 900 e dura 5 anos Uma cartela de pílula sai por R$ 20. Multiplicando 20 por 12 meses, teremos R$ 240. Vezes cinco anos, R$ 1200”.
Porém, outro dado chama a atenção de médicos e usuárias de métodos contraceptivos. “Nenhum contraceptivo de longa duração causa trombose, enquanto as mulheres que fazem uso da pílula podem desenvolvê-la, além de sobrepeso, obesidade, varizes e, se a mulher é fumante ou apresenta trombofilia”, alerta Malavasi.
Menos 1% das brasileiras fazem uso dos LARCS e o médico pondera que “o principal motivo é o desconhecimento das vantagens do método e falta de acesso a eles, mas é importante frisar que existe uma ideia errada de que o DIU, por exemplo, causa infecções. Contraindicações? Apenas para grávidas, mulheres que têm ou já tiveram câncer ou que estão com infecção uterina aguda ou apresentam outras doenças graves”.
(acontece