Dia Nacional do Combate ao Colesterol chama a atenção para a prevenção do problema

Dia Nacional do Combate ao Colesterol chama a atenção para a prevenção do problema
imagem/The Heart Foundation

As doenças cardiovasculares, como o infarto e o AVC, são hoje as principais causas de morte e o colesterol alto é um dos maiores responsáveis por essas fatalidades. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 100 brasileiros, 40 sofrem de doenças causadas por nível elevado de colesterol ruim. Em todo o mundo, são 17 milhões de pessoas com o problema. Como forma de conscientização e prevenção, 8 de agosto é a data marcada como o Dia Nacional de Controle do Colesterol.

O médico Everton Dombeck, do Hospital Cardiológico Costantini, explica que o colesterol é a matéria-prima das placas de gorduras que grudam nas artérias, dificultando ou obstruindo o fluxo sanguíneo. “É preciso estar atento a este fator de risco, que é muito sério. Geralmente, as pessoas têm resistência em baixar o colesterol alto, mas também não conseguem controlar o colesterol para que fique dentro dos níveis aceitáveis. Isso precisa mudar”, alerta.

O colesterol tem funções importantes e fundamentais no organismo. Ele é responsável pela produção de alguns hormônios como a vitamina D, estrógeno, cortisol, testosterona e ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras. Além disso, está presente no coração, cérebro, fígado, intestinos, músculos, nervos e pele. Porém, em excesso, aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Diversos os fatores são responsáveis pelo aumento do colesterol, como os genéticos ou hereditários, obesidade, idade, gênero, diabetes e sedentarismo. Entre todos os citados, um dos mais comuns é a dieta desequilibrada, uma vez que 30% do colesterol do organismo provém da alimentação. As gorduras, principalmente as saturadas, que estão nos alimentos de origem animal, contribuem para a elevação do colesterol no sangue.

O cardiologista alerta que níveis elevados de colesterol no sangue são assintomáticos. Ou seja, é um fator de risco alto, porém silencioso. “Por esse motivo é necessário que, além das recomendações básicas para manter os bons níveis do colesterol, como uma alimentação balanceada e exercícios físicos regulares, é necessário fazer o controle com exames de sangue”, explica Dombeck.

Quando o problema é diagnosticado, o médico deve avaliar o estado do paciente e o nível de dano ao organismo. “Para pacientes com níveis de cardiopatias moderado a alto, é necessário fazer um controle com medicação”, explica. Ele lembra, entretanto, que o mais importante é a prevenção, com uma rotina regular de exames.

sandra@literallink.com.br

Cardiologista dá dicas de prevenção

O Dia Nacional de Controle do Colesterol é lembrado em 8 de agosto e tem como objetivo promover a conscientização sobre a importância da prevenção e do tratamento do colesterol alto. O colesterol é um tipo de gordura presente em alimentos de origem animal e também é gerado pelo corpo humano. Além disso, desempenha funções essenciais no organismo, como produzir hormônio e vitamina D.
Existem dois tipos de colesterol:
– LDL, considerado o “colesterol ruim”, que facilita a entrada de gordura nas células, fazendo com que o excesso seja acumulado nas artérias sob a forma de placas de gordura, causando o “entupimento”.
– HDL, considerado o “colesterol bom”, que retira a gordura das células e facilita a sua eliminação do organismo.
Em excesso, o colesterol LDL é prejudicial por aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), os níveis ideais de colesterol no sangue são de 70mg/dL, não ultrapassando 100mg/dL. De 160 a 189mg/dL, já é considerado alto, e acima de 190mg/dL, muito alto.
Segundo o cardiologista e diretor clínico do Hospital Santa Paula, Otavio Gebara, os problemas cardiovasculares causados pelo colesterol começam a ser construídos na primeira infância, até os 5 anos de idade. “O processo de depósito de gorduras nas artérias começa bem cedo. Existe uma interação entre os fatores genéticos e ambientais, mas também depende do estilo de vida, se a criança se alimenta de forma adequada ou não”, explica.
Gebara esclarece que muitos fatores podem contribuir para o aumento do colesterol, como tendências genéticas ou hereditárias, obesidade e falta de atividade física. No entanto, um dos fatores mais influentes é a dieta. Cerca de 70% do excesso de colesterol LDL é produzido pelo fígado e o restante, 30%, vem da ingestão de alimentos ricos em gordura.
Como o excesso de colesterol LDL não apresenta sintomas, é indicado fazer exames com frequência, principalmente se a pessoa ingere muita gordura saturada, está acima do peso, é sedentária ou se tem histórico familiar de morte por infarto.
“Existem remédios para controlar o colesterol alto, mas só são indicados para pessoas com alto risco, quando as mudanças no estilo de vida não conseguiram controlar o problema”, explica o médico. Reduzir o estresse, praticar exercícios físicos, manter a pressão arterial estável, o peso adequado e fazer uma dieta balanceada são fundamentais para controlar o colesterol.
Ainda segundo o especialista, existem várias maneiras de manter o colesterol equilibrado:
– Praticar exercícios físicos;
– Não fumar;
– Evitar o estresse;
– Comer mais frutas e vegetais;
– Dar preferência a carnes brancas, grelhadas ou assadas;
– Comer uma variedade de alimentos ricos em fibras, como aveia, pães integrais e maçãs;
– Limitar a ingestão de gorduras saturadas, como gordura de derivados de leite;
– Limitar os alimentos ricos em colesterol, como gema de ovo e fígado;
– Utilizar derivados de leite pobres em gordura: leite desnatado, iogurte desnatado e sorvetes light;
– Evitar frituras;
– Fazer uma dieta com baixos níveis de gordura e colesterol.
Otavio Gebara é graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo com especialização no Institute for Prevention of Cardiovascular Diseases na Harvard Medical School em Boston. Fez doutorado em Cardiologia pela Universidade de São Paulo, onde detém o titulo de livre-docente em cardiologia. É diretor clínico do Hospital Santa Paula.
daiane.leide@comuniquese2.com.br