INCA estima aumento nos casos de câncer de pulmão em mulheres¹

A incidência de algumas doenças vem mudando nos últimos anos, principalmente quando estão relacionadas ao gênero dos pacientes3. Apesar do câncer de pulmão atingir mais homens do que mulheres, um levantamento recente do INCA (Instituto Nacional do Câncer) traz um cenário preocupante: para 2018, estão previstos 12.530 casos da neoplasia em mulheres, enquanto, em 2016, essa prospecção era de 10.890 casos¹, um aumento relativo maior do que o observado nos homens. De acordo com o órgão do governo, no Brasil, são estimados 31.270 novos casos da patologia para 2018¹.

O aumento previsto em mulheres, alerta a oncologista Dra. Renata Eiras Martins, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), merece atenção das autoridades de saúde pública. “Além de ser um dos tumores mais incidentes, com 1.8 milhão de novos casos ao ano no mundo, a patologia é hoje a principal causa de mortalidade por câncer, sendo responsável por 19,4% de todos os óbitos da doença no mundo4“, esclarece.

Acredita-se que esse aumento do câncer de pulmão em mulheres está relacionado principalmente ao tabagismo, que, no sexo feminino, começou tardiamente quando comparado aos homens5. Outra hipótese refere-se a entrada das mulheres no mercado de trabalho, tornando-as mais expostas a uma série de substâncias tóxicas2.

“Por outro lado, embora algumas pessoas ainda associem o câncer de pulmão somente ao hábito de fumar, um a cada dez casos da doença não têm relação com o cigarro. Existem, na verdade, mais de 10 variações moleculares da patologia, o que torna o diagnóstico desafiador6“, destaca a médica.

A maioria dos casos – entre 80% e 92% – são do subtipo chamado de câncer de pulmão de não-pequenas células (CPNPC)4. Entre eles, 43,3% são classificados como adenocarcinomas7, dos quais entre 22 e 33% são resultado de mutações no receptor do fator de crescimento epidermóide (EGFR)4. Este tipo de tumor é mais frequente em pacientes não tabagistas, mas também ocorre em menor incidênciaem fumantes e ex-fumantes,4,8.

Como geralmente os sintomas do câncer de pulmão aparecem quando a doença está avançada6, e são sintomas comuns a outras doenças respiratórias2, o diagnóstico costuma ser tardio6. Por isso, enfatiza a Dra. Renata Eiras Martins, é importante que as pessoas procurem auxílio médico no caso dos seguintes sintomas: tosse persistente, falta de ar progressiva, presença de sangue no escarro e dor no tórax por tempo prolongado3,6,9.

Como detectar a doença

A suspeita do diagnóstico do câncer de pulmão geralmente se dá por meio de exames de imagem como a tomografia. O diagnóstico definitivo é realizado por meio de biópsia do tecido pulmonar ou mesmo de lesões metastáticas6. “Principalmente nos casos de câncer de pulmão não pequenas células e do subtipo não escamoso, é mandatória a realização de exame genético (molecular) para pesquisa de mutações10“, explica a oncologista.

Também há novas opções de tratamento, ampliando as expectativas de resultados positivos, como as terapias-alvo, que utilizam moléculas para agir mais especificamente nas células cancerígenas. Apesar do mecanismo de ação variar de uma terapia-alvo para outra, todas alteram a forma como uma célula cancerígena cresce, se divide, se auto repara, ou como interage com outras células. Por funcionar de maneira diferente dos quimioterápicos convencionais, muitas vezes têm menos efeitos colaterais6.

Segundo estudos clínicos, pacientes tratados com terapias como o afatinibe, terapia-alvo específica para o tratamento do tumor com mutação ativadora do gene do EGFR, apresentam o dobro da probabilidade de sobrevida sem progressão da doença em dois anos, quando comparado a outra terapia-alvo, de geração anterior11.

Sobre a Boehringer Ingelheim

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Referências:
1. Inca (Instituto Nacional do Câncer). Disponível em http://www.inca.gov.br/estimativa/2018/casos-taxas-brasil.asp e http://www.inca.gov.br/wcm/dncc/2015/por-sexo.asp.Acesso em abril de 2018.

2. American Cancer Society. Disponível em: http://www.cancer.org/cancer/lung-cancer/prevention-and-early-detection/signs-and-symptoms.html. Acesso em abril de 2018.

3. US National Library of Medicine – National Institutes of Health. Disponível em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4359385/Acesso em abril de 2018.

4. Ferlay J, Shin HR, Bray F, Forman D, Mathers C and Parkin DM. GLOBOCAN 2008 v2.0, Cancer Incidence and Mortality Worldwide: IARC Cancer Base No.10. Lyon, France: International Agency for Research on Cancer; 2010. [Internet]. Disponível em: http://globocan.iarc.fr/Pages/fact_sheets_cancer.aspxAcesso em abril de 2018.

5. Araujo LH, Baldotto C, Castro G, et al. Lung cancer in Brazil. J Bras Pneumol. 2018;44(1):55-64.

6. A.C. Camargo Center. Disponível em: http://www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/pulmao/33/. Acesso em maio de 2018.

7. Costa G, Thuler LC, Ferreira CG. Epidemiological changes in the histological subtypes of 35,018 non-small-cell lung cancer cases in Brasil. Lung Cancer. 2016;97:66-72.

8. Shi Y, Au JS, Thongprasert S, et al. A prospective, molecular epidemiology study of EGFR mutations in Asian patients with advanced non-small-cell lung cancer of adenocarcinoma histology (PIONEER). J Thorac Oncol. 2014;9(2):154-62

9. Mascarenhas E, Lessa G. Perfil clínico e sócio-demográfico de pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células atendidos num serviço privado. J Bras Oncol Clin. 2010;7(22):49-54.

10. WHO listo f priority medical devices for câncer management. Geneva: World Health Organization; 2017.

11. Park K, Tan EH, O’byrne K, et al. Afatinib versus gefitinib as first-line treatment of patients with EGFR mutation-positive non-small-cell lung cancer (LUX-Lung 7): a phase 2B, open-label, randomised controlled trial. Lancet Oncol. 2016; 17 :577-89

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